Este foi um trabalho conjunto das disciplinas de Ciências Naturais e Português, na turma 5º A, em DAC.
ERA
UMA VEZ UMA GOTINHA DE ÁGUA
Eram tantos os locais que ela percorria… ora no mar, nas nuvens, nas encostas das montanhas, nos lagos, nas serras, nos guarda-chuvas, nos impermeáveis das crianças….
Mas
a gotinha de água nunca estava sozinha, junto dela estavam sempre milhares e
milhares de gotinhas iguais a ela.
A
gotinha de água, tal como todas as outras, era transparente, líquida e sem
forma definida. Ela e as suas amigas tomavam a forma dos vales por onde corriam,
dos recipientes onde iam parar ou até do fundo do mar.
A
verdade é que esta gotinha era muito feliz e passava os dias a brincar com as
suas amigas. Nas praias, adorava tocar nas pernas das crianças, escorrer pelas
pétalas das flores, cair em forma de chuva, neve ou granizo e, no mar, dar as
mãos às suas amigas gotinhas de água. Era uma vida cheia de aventuras.
O
que a gotinha de água preferia mesmo era estender-se ao sol, pois sabia que
este seria o início de mais uma viagem. Com isto, conseguia ser aquecida e
subir no ar, ficando mais leve, evaporando-se e passando do estado líquido ao
estado gasoso. Quando chegava lá acima, unia-se às suas amigas e juntas, formavam
as nuvens, passando pelo processo da condensação e de seguida voltava a
transformar-se em gotinha, ou seja, regressava ao estado líquido. Quando estava
nas nuvens, dava longos passeios pelo céu, empurrada pelo vento. O que menos
gostava era quando passava por zonas mais frias, pois ficava arrepiada e às
vezes até tinha medo, pois começava a sentir-se pesada e muito apertada no meio
das outras gotinhas.
Esta
aventura desafiante era a precipitação. Numas alturas, a gotinha de água caía
sob a forma de chuva e regava os campos e as searas. Noutras, se caísse numa
zona mais fria, ia enroladinha de frio, em forma de neve, ou seja, caía no
estado sólido.
Não
importava a forma como caísse na terra, ela sabia que, fosse de que forma
fosse, ela estava a alegrar os humanos.
Quando
caía em forma de neve no topo das montanhas, aproveitava para andar enrolada
nas estâncias de inverno e era extraordinário andar a alta velocidade agarrada
aos esquis das pessoas.
Quando
a temperatura começava a aquecer, a gotinha de água preparava-se para mais uma
transformação, a fusão e passava do estado sólido para o estado líquido.
Começava a escoar pelos caminhos escondidinhos da terra, saltitava de pedra em
pedra, por entre as raízes das árvores, até aos leitos dos rios. Por vezes,
fugia para as zonas onde havia moinhos e por lá andava a brincar. Quando se
sentia cansada, resolvia infiltrar-se no solo e descansar nos lençóis de água
subterrâneos. Mas como sabia que chegaria sempre a hora de se reencontrar com
as suas amigas, rumava até aos rios e nesse caminho ia brincando, correndo e
cantando rumando ao seu destino.
Nesta
jornada via barcos, homens a pescar e pontes. Quando avistava uma ou duas
gaivotas, sabia que ao mar estava a chegar. Por serem cada vez mais gotinhas
juntas, o rio começava a alargar, os navios começavam a ser maiores e a
aparecer no horizonte, o mar estaria perto.
Ao
chegar, ela descansava, dormia, sonhava e ansiava pelo novo dia em que outra
aventura se iniciasse.
Ela sentia-se muito importante, como se fosse um tesouro, pois sabia que sem ela, não haveria vida.
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