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sexta-feira, 26 de abril de 2024

texto de autor: "abril de 1974, a liberdade e a ESÁS"

"onde estava no 25 de abril (de 1974)?"

Era uma quinta-feira. Tinha aulas à tarde. Contra o que era habitual, nessa manhã, minha mãe ouvia a rádio com muita atenção. As notícias sucediam-se. Disse-me: "O pai ligou e disse para não ires para a escola."

"Ui, vou folgar!", lembro-me de pensar. Mas, logo de seguida, questionei-me: "Como assim? Nunca tinha tido autorização para não ir à escola?!" 

"Mas porquê, mãe?", perguntei, curiosa. Minha mãe balbuciou qualquer coisa como: "Aconteceu algo e há muita agitação nas ruas. Vamos ver no que dá!"

Tinha 14 anos e muito pouca consciência política. À época, não se falava de política em casa, por isso, não percebi bem o que poderia ser aquela "agitação" e confortei-me com a ideia de ficar em casa, escutando também eu a rádio como minha mãe, aguardando mais pormenores.

Porém, um primo mais velho contara-me que era proibido falar e cantar à vontade. Também sabia que os rapazes, se não prosseguissem estudos superiores ou se estudassem e não tivessem sucesso académico, eram chamados para cumprir serviço militar e teriam de ir “para a guerra” (colonial). Essa era uma preocupação da família. 

Com esse primo de 19 anos, já a estudar no ensino superior, tinha assistido a sessões à porta fechada onde se ouviam discos vinis proibidos em Portugal de cantores como José Mário Branco e Sérgio Godinho que interpretávamos e analisávamos em segredo, sempre com um dos elementos atento à porta. No fim dessas sessões o meu primo dizia-me “Não podemos contar em casa o que estivemos a ouvir”. E eu obedecia. A adrenalina desse secretismo fazia-me querer ir outra vez.

Pensei, então, nesse dia 25 de abril de 1974 que o que se passava devia estar associado à falta de liberdade que o meu primo tantas vezes referia.

Não havia formas de comunicar facilmente. A televisão tinha apenas dois canais e não funcionavam todo o dia. Telefonar, enviar uma SMS, ir ver à Net – privilégios dos dias de hoje -, eram possibilidades inexistentes.

Entretanto, o meu pai chegou para almoçar e disse-me, apreensivo: "Há muita confusão nas ruas e lá para as bandas do teu liceu, ainda mais. Por isso, hoje ficas em casa e amanhã logo se verá."

Eu estudava no Liceu Rainha Santa Isabel, no Porto, só para meninas. Percebi mais tarde que a agitação a que meu pai se referia pelas "bandas do liceu" se relacionava com o facto de ali perto existir a sede da PIDE/DGS (paredes meias com o cemitério do Prado do Repouso) e, segundo soube depois, já muita gente se manifestava às portas desse local, exigindo a extinção dessa organização e a libertação dos presos políticos. 

Também me recordo de outras palavras de meu pai, ditas no final desse dia 25 de abril - já depois de vermos as notícias na RTP, tomada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) - desta feita já mais descontraído e sorridente: "Houve uma revolução e, creio, que a partir de hoje vamos viver melhor". Minha mãe sorriu também, de forma cúmplice. 

Nunca mais esqueci essas palavras. Pareceram-me serenas e, sobretudo, esperançosas. 

"Pai, apesar de tudo, ainda me move hoje, 50 anos depois, a tua esperança e acredito que, apesar de todas as pedras do caminho, começámos, a partir desse dia, a viver melhor. Pelo menos, em liberdade.


Depois de abril de 1974

Graças ao 25 de abril de 1974, pude ter um curso superior - na época tão restrito a tantos e às raparigas em particular. Pude provar que não era necessário nascer em berço de oiro para poder singrar. Pude escolher ser o que queria. Pude exercer a minha profissão como a idealizara. Pude fazê-lo em liberdade.

E idealizara ser professora. Porquê? Porque tive professores que me marcaram e, quando os ouvia, sonhava ser como eles: ser capaz de ensinar, aprendendo; ser capaz de aprender, ensinando, cativando para o saber. E fazer coisas diferentes: envolver os alunos em projetos que os fariam ser mais empenhados socialmente, que os obrigasse a criar, a sonhar ser diferente, a potenciar as suas capacidades. Sonhei criar com eles uma rádio escola; sonhei lutar com eles contra as adições; sonhei fazê-los participar a fazer um jornal; sonhei envolver os EE nas atividades dos seus educandos; sonhei levá-los ao teatro; sonhei viajar com eles para que conhecessem o que não poderiam fazer de outro modo; sonhei... E iniciei a minha profissão aos 21 anos, já com o curso concluído.

Tanto orgulho sentiram os meus pais! Diziam: "A nossa filha é professora. Tem 21 anos e alunos com 18". Era verdade! No meu primeiro dia de aulas, quando cheguei à turma de um 11.º ano, um aluno mais espigadote disse-me: "Tu não és desta turma." E eu respondi, tremendo por dentro: "Pois não, sou a vossa professora de Português." E assim comecei. 

Noutras escolas, cheguei a ter alunos com 50 anos e mais, que estudavam à noite, em regime pós-laboral. Não vacilei. Lembro-me bem da D. Amélia e do Sr. Almeida, que estudavam para poderem ascender nas suas carreiras: ela como auxiliar de Saúde e ele como jornalista. Podiam ser meus pais! E como cresci, eu, jovem, tão dedicada, respeitada e reconhecida. 

E por aí andei... até chegar à ESÁS.

ESÁS: "O que eu andei pr'aqui chegar!!!"

Não, não tenho 50 anos de ESÁS, mas estou nela há 36 anos, dos 43 que levo de profissão. 
Antes de aqui chegar percorri outros destinos, uns mais agradáveis que outros, mas sempre lugares de passagem, efémeros no tempo, mas sempre marcantes por um qualquer motivo.

Quando aqui cheguei, senti que chegara a casa. Fui muito bem recebida pelos membros da Direção, que tinham - e sempre tiveram - o seu gabinete aberto e assisti pela primeira vez, nos meus sete anos de atividade profissional, a uma receção aos novos elementos como nunca tinha visto. Nada pomposa, nem sumptuosa, mas divertida e autêntica, com muita música, dança, teatro e côr. Soube, tempos depois, que esta era conhecida como "a escola das festas". 

Lembro-me do meu deslumbramento e de pensar: "O que é isto?". 

Foi em 1988. Nunca mais daqui saí. Esta não é a escola mais perto de minha casa (resido no Porto), mas é a escola que me escolheu e acolheu: a minha ESÁS.

Aqui consegui cumprir muitos dos meus sonhos. Aqui cresço todos os dias. Estou quase no fim da carreira e continuo a considerar que esta é uma escola de festas. De muitas festas e de sonhos. A escola deve ser sinónimo de festa, de alegria, de saber, de aprendizagem, de inclusão, de projetos e de afetos. E a ESÁS é uma escola de liberdade.

Manuela Couto (professora de Português)

teatro: mais de 100 jovens de escolas do Porto levam a Revolução ao Teatro Nacional São João

A 6.ª edição do projeto educativo do TNSJ associa-se às comemorações do 25 de Abril. A apresentação acontece em maio. 

No âmbito da celebração do cinquentenário do 25 de Abril, a sexta edição do “Visitações”, o projeto-âncora do Centro Educativo do Teatro Nacional São João, tem como inspiração a Revolução dos Cravos, com texto e coordenação artística de Cátia Pinheiro e José Nunes.

“Visitações: Revolução” reúne 130 alunos de oito escolas da Área Metropolitana do Porto, que integram os clubes de teatro dos ensinos, para dar corpo e voz a um conjunto de ideias associadas à revolução. Com o apoio de oito artistas-formadores, os jovens participam na construção de um espetáculo de teatro, trabalhado em oito “atos”, tantos quantas as escolas participantes.

A apresentação contará com a presença da rapper portuense Capicua, que colabora na dramaturgia do espetáculo. Nesta edição, foram selecionadas as Escolas Secundárias Augusto Gomes (Matosinhos), da Boa Nova (Leça da Palmeira), de Almeida Garrett (Vila Nova de Gaia), Rocha Peixoto (Póvoa de Varzim) e de Paredes e os Agrupamentos de Escolas Gaia Nascente (Vila Nova de Gaia), Abel Salazar (São Mamede de Infesta) e de Águas Santas (Maia).

As apresentações públicas do projeto acontecem no palco do TNSJ, nos dias 4 e 5 de maio, sábado e domingo, pelas 16 horas. A entrada é gratuita, mas sujeita a inscrição obrigatória através do email relacoespublicas@tnsj.pt ou do telefone 223 401 951.

Pode ainda consultar mais informações sobre o espetáculo online. A estação de metro de São Bento fica próxima do teatro portuense.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          cortesia de Nuno Marinho, docente de Artes Visuais

escola sede: na Biblioteca, abril depois de abril

 No âmbito das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, alunos da escola sede fizeram uma entrevista aos avós sobre a forma como viveram o 25 de abril.

Aqui fica o relato  dos avós paternos e do avô materno do aluno André Liberato do 7.ºE das vivências deste momento emocionante.

cortesia de Rosa Pinelo, docente coordenadora da Biblioaescas

escola sede: a Biblioteca vestida de abril

No âmbito das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Biblioteca da escola sede vestiu-se de abril com trabalhos realizados pelos alunos, poemas e letras de canções da época sob a forma de código QR e várias sessões de uma brilhante representação teatral e musical intitulada "E no final foram cravos" desempenhada pela turma 8.º D, sob orientação da docente Isabel Brandão.

Muitos parabéns a todos os que animaram este espaço com as palavras, as imagens e o espírito de abril!

A Biblioteca vestida de abril ...










cortesia de Rosa Pinelo, docente coordenadora da Biblioaescas

meteorologia: Inverno está de “regresso” a partir de 6.ªfeira

 Depressão da Gronelândia traz chuva, neve e granizo

Portugal continental está a preparar-se para uma drástica reviravolta nas condições meteorológicas nos próximos dias, com a chegada de uma depressão fria procedente da Gronelândia que trará consigo aguaceiros intensos, trovoadas e queda de granizo. Este fenómeno marca um regresso abrupto ao clima invernal, após um período de temperaturas acima da média para esta época do ano.

Alfredo Graça, geógrafo e especialista do projeto de informação meteorológica Meteored, detalha que a depressão fria, associada a uma massa de ar polar marítima, se formará a sul da Gronelândia e deslocar-se-á rapidamente pelo Atlântico, atingindo Portugal continental na próxima sexta-feira, 26 de abril.

“Esta depressão fria isolada percorrerá vertiginosamente o Atlântico até alcançar Portugal continental, trazendo uma brusca mudança no estado de tempo”, afirma Graça.

No entanto, para o domingo, 28, espera-se um ligeiro alívio nas condições meteorológicas, com uma diminuição da intensidade da precipitação. Contudo, durante a tarde, prevê-se a ocorrência de nova precipitação e queda de neve, mantendo-se a vigilância e as precauções necessárias. Fonte: Sapo


Ir: visitas noturnas guiadas à Quinta da Regaleira estão de volta

A iniciativa acontece na última quinta-feira de cada mês com iluminações especiais. A primeira já aconteceu no dia 18 de abril.

Pentagramas, cruzes templárias ou referências à alquimia. Seja em estátuas ou fontes, a Quinta da Regaleira, em Sintra, está repleta de símbolos esotéricos que afastam os assustadiços, mas também atraem os curiosos pelos elementos mais macabros de um dos destinos turísticos mais populares do nosso País.

Para conhecer melhor a vila, o palácio já divulgou as datas para o regresso das visitas noturnas guiadas ao monumento, classificado como Património Mundial pela UNESCO. Uma quinta-feira por mês, a partir do dia 18 de abril, o espaço volta a abrir a todos os interessados em descobrir a mística da vila. Se pensa poder estar por lá mais tarde, pode apontar na agenda os dias 23 de maio, 20 de junho, 24 de julho, 29 de agosto, 26 de setembro e 31 de outubro para usufruir destas visitas únicas.

Nos dias em questão, os passeios começam a partir das 21h30 e duram cerca de 90 minutos, com um máximo de 25 participantes por sessão. A iniciativa é recomendada a maiores de 16 anos e é aconselhado levar calçado confortável e agasalho, mesmo quando decorre no verão.

As visitas guiadas oferecem o ponto de vista histórico e artístico do monumento, mas também passam pelo jardim. A Quinta da Regaleira, junta os estilos manuelino, gótico e renascentista, realçados pelas iluminações. Estes programas pretendem dar a conhecer as várias correntes estéticas e filosóficas presentes.

Os bilhetes custam 25€ e pode comprá-los online. Para os munícipes de Sintra há um desconto de dez por cento, mediante a apresentação de um comprovativo de morada válido para cada bilhete. Fonte: NiT

história: Portugal antes do 25 de Abril - direitos dos trabalhadores e das mulheres

Recordar para não esquecer.

Após [cinco] décadas de ditadura, a Revolução dos Cravos trouxe liberdade a Portugal a 25 de Abril de 1974. Mais do que liberdade de expressão e eleições democráticas, foram vários os direitos conquistados, nomeadamente da classe trabalhadora e das mulheres, em prol da melhoria das condições de vida.

No 50.º aniversário do 25 de Abril, é importante olhar em retrospetiva para o caminho percorrido no mundo laboral e na proteção e melhoria de condições de vida dos trabalhadores.

O mundo laboral antes do 25 de Abril de 1974:

  • Greves, associações sindicais e manifestações eram proibidas;
  • Não havia salário mínimo (foi fixado no final de maio em 3.300$00);
  • Cada empregador pagava o que queria aos seus trabalhadores;
  • A semana de trabalho era de seis dias e o horário semanal de 48 horas (passou a haver dois dias de descanso e as horas seriam reduzidas para 44 em 1991, e 40 em 1996);
  • Não havia direito a férias;
  • 13.º e 14.º meses não existiam;
  • Não havia pagamento para trabalhadores em regime de turnos;
  • Os despedimentos sem justa causa eram permitidos;
  • Não havia subsídio de desemprego nem pensões sociais;
  • Licenças de parto ou de maternidade não estavam contempladas;
  • Eram proibidas as associações ou reuniões de grupos de pessoas;
  • Era proibido festejar o Dia do Trabalhador.

As mulheres antes do 25 de Abril:

  • Só podiam votar se tivessem concluído o curso secundário ou se fossem viúvas (31% das mulheres eram analfabetas, segundo a Pordata);
  • As mulheres só podiam trabalhar com a autorização do marido e ganhavam menos 40% do que os homens;
  • Não podiam ser juízas, diplomatas ou polícias;
  • Não podiam viajar sozinhas para fora do País sem autorização escrita do marido;
  • Enfermeiras, telefonistas e hospedeiras da TAP não se podiam casar;
  • As professoras só podiam casar com autorização especial e desde que cumprissem três requisitos: o noivo tinha de apresentar um atestado de bom comportamento moral e cívico; o noivo tinha de comprovar que tinha um ordenado superior e que possuía meios suficientes para a sustentar; e o casamento tinha de ser autorizado pelo Governo;
  • Não havia turmas mistas nas escolas. Por vezes, as raparigas iam da parte da manhã e os rapazes da parte da tarde. A maioria dos liceus eram masculinos ou femininos;
  • As pessoas casadas pela Igreja não se podiam divorciar;
  • As mulheres que tinham filhos de outras relações não tinham proteção legal, nem acesso a hospitais.

A Revolução de Abril trouxe inúmeras alterações sociais, políticas e económicas, que se fizeram sentir em todos os espetros da sociedade. No contexto laboral, em particular, procurou garantir-se a segurança do posto de trabalho, a igualdade de direitos e oportunidades, e a promoção de melhores condições laborais e de vida. Fonte: Sapo

a revolução da Saúde também faz 50 anos


Num tempo em que por cada 1.000 recém-nascidos morriam 45 bebés em Portugal e em que por cada 100 mil partos havia 59 mães que perdiam a vida, num tempo em que os maridos temiam que as suas mulheres se tornassem “desobedientes” por se relacionarem com médicas, num tempo em que a contraceção era discutida na clandestinidade ou com recurso a dois bonecos e uma melancia, num tempo em que os médicos faziam desenhos porque os doentes não sabiam ler os guias de tratamento, num tempo em que o analfabetismo nem sequer permitia a devida utilização de um mero supositório, num tempo desses, que era o nosso tempo há 50 anos, grupos de jovens médicos de Lisboa, Porto e Coimbra lançaram a "semente" que faria brotar a raiz do Serviço Nacional de Saúde. "Fomos funcionários do SNS antes do tempo"

Na manhã de 25 de abril, vários jovens médicos viram-se envolvidos numa outra revolução, a da saúde. Vasco Trancoso, escalado para trabalhar nas urgências do Hospital de São José, em Lisboa, afirma "Nesse ano, os médicos do meu curso tiveram de fazer o serviço militar obrigatório. Eu calhei ir para Mafra, éramos 400 cadetes, e isto coincidiu com o início das campanhas de dinamização cultural do MFA em outubro. Íamos em camionetes e outros veículos militares por aldeias e, no caso dos médicos, focámo-nos em inspeções sanitárias em fábricas e em educação sanitária à população – explicar um simples lavar de mãos, que uma simples gripe não deveria ir procurar logo uma urgência..."

Foi durante essas campanhas que médicos como Trancoso, José Gameiro, Eduardo Barroso e outros, ficaram cientes da "injustiça" que grassava em Portugal em termos de cuidados de saúde. "Apercebemo-nos de que as populações das aldeias e da periferia tinham todas muito menos condições", conta à distância de cinco décadas. "Tínhamos 75% da população que pertencia aos hospitais ditos distritais com apenas um quarto dos recursos de saúde. E depois Lisboa, Porto e Coimbra tinham 75% dos recursos humanos e materiais – médicos, enfermeiros, camas – para apenas um quarto da população."

Foi a "semente que faria surgir a raiz" do Serviço Médico à Periferia (SMP), conta o gastroenterologista, referindo "uma das coisas mais fantásticas e mais belas que aconteceram" na sua vida de médico. "Tem havido uma narrativa de que o Ministério da Saúde entendeu que havia necessidades de saúde a nível periférico e insistiu para que houvesse o SMP, mas não é verdade", assegura. "Foram os próprios médicos, já com esta semente, já com aquele espírito de generosidade que Abril fez nascer, que acharam que havia necessidade disso e que tiveram de negociar com o Ministério."
Ana Jorge, atual provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, passou algum tempo em Mértola com o então marido, Álvaro Carvalho, durante os primeiros meses de uma experiência que se provaria o embrião do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Uma das experiências que Ana Jorge recorda até hoje foi a de um parto que até nem foi difícil, mas em que a criança nasceu sem respirar. “A criança nasceu mal. Eu reanimei-a, dentro daquilo que era possível fazer na altura, quer dizer, aos dias de hoje eram quase barbaridades, não se faz... Mas na altura não havia mais nada. Havia mãos e pouco mais. Consegui pôr a criança a respirar e no dia seguinte estava viva. De vez em quando lembro-me desse bebé porque ainda por cima fui para Pediatria. Aquilo marcou-me.” “Os partos eram o nosso grande quebra-cabeças”, recorda Ana Jorge.
Três anos antes, em 1973, as elevadas taxas de mortalidade infantil e materna em Portugal chocavam com os números no resto da Europa – por cada 1.000 recém-nascidos morriam em média 44,8 bebés em Portugal, por cada 100 mil partos 59 mães perdiam a vida. Fonte: CNN

imagens: as comemorações dos 50 anos do 25 de abril nas escolas do agrupamento e no Fórum da Maia














          




crédito das fotos: blogartes; escola sede: grupo de História; grupo de Inglês; EB1 Moutidos; C.E. Gandra

Moutidos: "o 25 de abril nas tuas mãos"

 Do pré-escolar  ao 4.º ano, as mãos impressas, no futuro.

O 25 DE ABRIL NAS TUAS MÃOS, é um  trabalho coletivo realizado pelos alunos da EB1/JI de Moutidos

As imagens 1, 2, 3 e 4, correspondem a trabalhos de turma.


cortesia de Maria José Ribeiro, docente do 1.º ciclo

Centro Escolar da Gandra: conversas sobre o 25 de abril

A Dona Madalena, uma respeitada habitante maiata, foi convidada para visitar o Centro Escolar da Gandra e falar sobre um momento marcante da história portuguesa: a Revolução do 25 de Abril. Com a sua experiência e conhecimento, ela proporcionou aos alunos uma viagem no tempo, relembrando os acontecimentos que levaram à queda da ditadura e ao início de uma nova era de democracia em Portugal.

Com palavras carregadas de emoção e detalhes vividos na época, a D. Adelaide trouxe à vida os desafios e as conquistas daquele período histórico. Os alunos, atentos e curiosos, tiveram a oportunidade única de ouvir relatos em primeira mão e compreender melhor o impacto da Revolução nas vidas das pessoas e no país como um todo.

A sua presença no Centro Escolar da Gandra não foi apenas uma aula sobre história; foi também uma lição de cidadania, liberdade e valorização dos direitos humanos. O seu testemunho inspirou os jovens a refletir sobre a importância da participação cívica e do compromisso com uma sociedade mais justa e igualitária.

Obrigado pela bela partilha!!! 

 
Turmas A, B e C - 3.º ano do Centro Escolar da Gandra
cortesia de Virgínia Costa, coordenadora CEG

escola sede: "25th April 1974 knocks at the door" - English activities

No âmbito das celebrações dos 50 anos do 25 de abril, o grupo de Inglês organizou um debate em língua inglesa "Time travel - life before and after the revolution" com a participação de alguns alunos do 9.º ao 12.º anos. Esta atividade teve lugar no dia 24 de abril, das 10:20h às 11:10h, no Anfiteatro da escola. Os alunos participantes demonstraram desenvoltura na língua inglesa e entusiasmo na discussão dos tópicos: política, educação, vida familiar e estilo de vida.

A atividade foi muito bem sucedida e do agrado dos alunos, tendo os mesmos dado um feedback muito positivo. Dados os constrangimentos de tempo, a discussão será eventualmente alargada ao contexto de aula.
Turmas envolvidas: 9.ºA, B, C, D, E, F; H e J; 10.º A, E e G; 11.ºA, B, C, D, E,.F e H; 12.º H

Adicionalmente, e no mesmo dia, o Clube de Inglês, English Language Club, divulgou/distribuiu pela comunidade escolar exemplares do jornal elaborado pelos membros deste clube - "Newspaper Cookies Teen". Este jornal também aborda a temática da revolução do 25 de abril.

cortesia do grupo de Inglês, pelas mãos das docentes Constância Silva e Dulce Rocha

quinta-feira, 25 de abril de 2024

25 de abril de 2024: 50 anos de Liberdade


Hoje é feriado nacional. De alguns feriados não conhecemos a história. Deste é mais fácil sabermos algo, principalmente se formos cidadãos mais provectos, que vivenciámos esse dia.

Aqui, no jornal CRESCER, alguns leitores recordaram esse dia e partilharam o seu relato. A todos eles a equipa agradece a imensa amabilidade: Muito obrigado pelo vosso empenho e vontade de partilha!

De todos os depoimentos, a equipa retira uma conclusão: mais ou menos conscientes do que se passava à época, hoje mostram-se gratos pela Liberdade conquistada. 

Os nossos leitores mais jovens não dominam muito bem o que então aconteceu, mas quando conversam sobre o assunto com os seus professores mostram-se bastante interessados, curiosos e espantados.

 O CRESCER deixa o desafio de haver conversas em família, com os mais velhos, para que os mais novos se inteirem do assunto e se espantem com o "antes" e o "depois" dessa data.

Como um dos nossos leitores aqui citou, "Plantaram em nós a Liberdade, não a deixemos morrer!"

Bom feriado, em LIBERDADE!

Eduarda Ferreira e Manuela Couto

2.ª senha: 00h25m de 25 de abril de 1974 - "Grândola Vila Morena" de Zeca Afonso

Algum tempo depois de "E depois do Adeus", na Rádio Renascença, seria “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso, a segunda senha a confirmar o arranque da Revolução. Pelas 00h25m, do dia 25 de abril de 1974.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

1.ª senha: 22h55m de 24 de abril de 1974 - "E Depois do Adeus" de Paulo de Carvalho

Por volta das 22.55 horas do dia 24, João Paulo Dinis, na antena dos Emissores Associados de Lisboa, pôs no ar “E depois do Adeus”, de Paulo Carvalho, música vencedora do Festival da Canção desse ano. Foi a primeira senha para se compreender que a Revolução ia avançar.

escola sede e Pícua: atividade de Literacia Financeira do 12.ºF na EB1 da Pícua

 

Atividade de Literacia Financeira-poupança: projeto «Vem gerir o teu dinheiro»

No passado dia 16 de abril, um grupo de alunos da turma do 12.ºF dinamizaram uma sessão sobre poupança na turma do 2.ºA da EB1 da Pícua, no âmbito do projeto que estão a desenvolver na disciplina de Economia C «Vem gerir o teu dinheiro».

Esta sessão contemplou a leitura de uma história sobre poupança e a realização de jogos sobre gestão de dinheiro e poupança através da plataforma Kahoot.

A sessão foi um sucesso e enriquecedora para todos os envolvidos, tendo os alunos do 12.º ano sentindo-se privilegiados por esta oportunidade de partilha de conhecimento.

Um agradecimento aos alunos do 2.º A e à professora Carla do Lago que nos receberam de forma calorosa!

                                                                                                  cortesia de Andreia Marques, docente de Economia