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terça-feira, 30 de junho de 2020

LPCC: atividades de Verão para os mais novos

É habitual, nesta fase do ano, a Liga Portuguesa Contra o Cancro - Núcleo Regional do Norte dinamizar uma série de atividades gratuitas destinadas aos mais novos durante o período de férias escolares, reforçando a mensagem da prevenção de cancro.

Este ano, atendendo à situação que o país e o mundo atravessam devido à pandemia pela COVID-19, as estratégias foram reajustadas de forma a permitirem a continuidade do trabalho desenvolvido apesar das restrições impostas, nomeadamente no que diz respeito ao distanciamento social.

É objetivo da Liga poder ajudar as famílias e alunos nesta altura de adaptação para todos, permitindo uma oferta interessante em tempo de férias. 

Assim sendo, temos o prazer apresentar duas propostas, para grupos-alvo distintos: Colónia de Férias Virtual  designada por Verão em Liga'Ação, da responsabilidade do Departamento de Educação para a Saúde e destinada a crianças  adolescentes entre os 10 e os 15 anos. Todas as informações constam do Regulamento mas desde já se informa que:
  • Calendário: mês de julho (cada criança/adolescente poderá inscrever-se para uma semana)
  • Desenvolvimento: todos os dias da semana se proporciona uma conversa síncrona com os participantes, apresentando-lhes um desafio a ser desenvolvido ao longo do dia. No final do dia existirá novo encontro para saber os resultados. A ideia não será ficar todo o dia em frente ao computador, mas antes promover oportunidades de desenvolvimento acompanhado por técnicas da LPCC  - NRN
  • à partida as sessões desenvolver-se-ão no zoom e haverá alguma propostas de trabalho colaborativo (por exemplo o padlet) INSCRIÇÕES AQUI

LIP- Laboratório de Investigação Pedagógico. O projeto tem como objetivos fomentar a consciencialização, formação e prevenção do cancro na população jovem, nomeadamente jovens a frequentar a escolaridade obrigatória, idealmente do 9º ao 12º ano. O LIP permite a elaboração de experiências relacionadas com a oncobiologia, potenciando a conciliação de conceitos básicos adquiridos, segundo os planos curriculares em vigor, com a experimentação prática. Os procedimentos experimentais visam uma melhor compreensão dos mecanismos subjacentes à funcionalidade do organismo humano e a sua relação com os processos inerentes ao desenvolvimento de cancro. Destacando-se o conhecimento da unidade básica de vida, a célula; da molécula chave da vida, o DNA; a influência da individualidade genética do indivíduo e a possível interação destes com o meio ambiente onde o indivíduo está inserido e de alguns procedimentos importantes ao nível dos rastreio, como o caso do rastreio do cancro do colo do útero. 
  • Calendário: mês de julho, agosto e setembro 
  • Apenas 8 alunos em cada semana- mediante inscrição
  • Horário reduzido (9:00h 12:30h ou 14:00-17:30h)- Escolher qual dos horários.
  • O transporte até às instalações é da responsabilidade dos encarregados de educação.
Caso esteja interessado nesta atividade, ou necessite de mais informação, pode utilizar os seguintes contactos: 
Laboratório de Investigação Pedagógico-LIP
E-mail:  lip.nrnorte@ligacontracancro.pt  |  telefone: 225492423  |  telemóvel: 914018976

segunda-feira, 29 de junho de 2020

oferta formativa para o ano 2020/2021

Esta é a oferta formativa da nossa escola para o próximo ano letivo. Escolha em consciência.










as palavras do nosso Diretor sobre o lugar da nossa escola no "ranking"

foto do artigo em papel do JN




Como sabem, este ano o famoso "ranking" das escolas saiu mais cedo.






Foi publicado na comunicação social no passado sábado, pelas 00h00m, no dia imediatamente a seguir ao último dia de aulas deste ano letivo.







O nosso diretor, Professor Manuel Carneiro Ferreira, foi ouvido pelo Jornal de Notícias, a pretexto de a nossa escola ter sido a melhor escola pública do ano 2019 no concelho da Maia a que pertence. 





Aqui fica o registo.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

o último dia de aulas num país a várias velocidades

Este, que é o último dia de aulas do ano letivo 2019/2020, neste período alongado e tão atípico, não nos deixa ainda relaxados. 


Os alunos, professores e funcionários que tiveram de se deslocar para as escolas desde 18 de maio vivenciaram, certamente, muitas preocupações. Sentiram-se, muito provavelmente, as cobaias do sistema, pois foi referido pela tutela que seria uma "experiência" para ver se corria tudo bem. Como aparentemente tudo correu bem na maioria das escolas - apesar do número reduzido de alunos e professores, das turmas divididas em turnos, da ausência de intervalos, do gel e das luvas e do uso obrigatório de máscaras, é bem provável que em setembro, entre os dias 14 a 17, comece um novo ano letivo com "toda a normalidade".

Será assim? Não sabemos. Só sabemos que essa é a data prevista do arranque. O resto está por definir. 

Mas, por agora, o CRESCER quer desejar aos jovens de 11º e de 12º ano que ainda terão de realizar exames, as maiores felicidades, muita capacidade de trabalho e muita saúde, para que a sorte os bafeje. A todos os restantes alunos, o CRESCER deseja um tempo de férias tão saudável e agradável quanto possível e anseia ver todos em setembro, com muita energia e vontade de trabalhar.



Entretanto, e depois do Conselho de Ministros de ontem, estas são as novas medidas num país que vive, agora, a várias velocidades:

Portugal Continental – Estado de alerta

Medidas:
  • Confinamento obrigatório para doentes e pessoas em vigilância ativa;
  • Mantêm-se regras sobre distanciamento físico, uso de máscara, lotação, horários e higienização;
  • Ajuntamentos limitados a 20 pessoas;
  • Proibição de consumo de álcool na via pública;
  • Contraordenações: 100 a 500 euros (pessoas singulares); 1000 a 5000 euros (pessoas coletivas).
 Área Metropolitana de Lisboa – Estado de contingência
Medidas adicionais:
  • Encerramento de estabelecimentos comerciais às 20h, exceto: restauração para serviço de refeições e take-away; super e hipermercados (até às 22h); abastecimento de combustíveis; clínicas, consultórios e veterinários; farmácias; funerárias; equipamentos desportivos;
  • Proibição de venda de álcool nas estações de serviços;
  • Ajuntamentos limitados a dez pessoas.
19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa – Estado de calamidade
Amadora e Odivelas: todas
Sintra: Queluz e Belas; Massamá e Monte Abraão; Agualva e Mira Sintra, Algueirão-Mem Martins; Rio de Mouro; Cacém e São Marcos
Loures: Camarate, Unhos, Apelação, Sacavém e Prior Velho
Lisboa: Santa Clara
Medidas adicionais:
Dever cívico de recolhimento domiciliário;
Proibidas feiras e mercados de levante;
Ajuntamentos limitados a cinco pessoas;
Reforço da vigilância dos confinamentos obrigatórios por equipas conjuntas da Proteção Civil, Segurança Social e Saúde Comunitária;
Programa Bairros Saudáveis. É um “instrumento participativo que promove iniciativas de saúde, sociais, económicas, ambientais e urbanísticas junto das comunidades locais mais atingidas pela pandemia, ou por outros fatores que afetam as suas condições de saúde e bem-estar”, diz o comunicado do Conselho de Ministros.

outra DAC, do 10º C, em tempo de quarentena


Desta feita foi o 10º C que lançou mãos à obra e trabalhou a Cidadania e Desenvolvimento numa DAC,* em tempos de quarentena, nas disciplinas de Física e Química e Biologia e Geologia. Basta clicar na expressão sublinhada para poderem ver o vídeo.


cortesia da prof. Carmen Madureira
* visível apenas para os leitores do domínio "aescas"

uma DAC, do 10º A, ao serviço da Cidadania e Desenvolvimento





Aqui fica um trabalho realizado pelo 10º A no âmbito da Cidadania e Desenvolvimento*, fruto de uma DAC entre Filosofia, Física e Química e Biologia e Geologia. 
Para poderem ver este "Jornal Virtual" sobre os tempos de pandemia que vivemos, basta carregar na expressão sublinhada.
cortesia da prof. Maria João Albuquerque

*visível para todos

quinta-feira, 25 de junho de 2020

situação no país não vai permitir que ensino retome a normalidade, alerta ex-ministro da Educação

      O antigo ministro da Educação Nuno Crato reconheceu que o regime de ensino a distância pode ser positivo, mas apenas se servir como um complemento ao ensino presencial, que disse ser aquele que funciona melhor.
      Em entrevista à agência Lusa, Nuno Crato considerou que o recurso a alguns dos modelos de trabalho que marcaram o 3.º período letivo pode ter “bons resultados”, sublinhando, no entanto, que isso deve acontecer sob uma lógica de interação com o presencial.
    “É bom que essa interação seja muito bem estruturada”, defendeu, referindo a necessidade de definir os mesmos objetivos para os dois regimes e que essas metas sejam claras.
      Nos últimos três meses, o ensino foi obrigado a afastar-se do espaço físico das escolas e passou a fazer-se à distância, sobretudo, através de meios digitais, depois de o Governo ter suspendido todas as atividades letivas presenciais, em 16 de março, devido à pandemia da covid-19.
      Para o antigo ministro da Educação (2011-2015), que atualmente lidera o projeto Teresa e Alexandre Soares dos Santos – Iniciativa Educação, este período tornou claro que o ensino presencial “é, sem dúvida, a melhor forma de funcionar”.
    “Além da dinâmica do trabalho presencial e da relação que se estabelece entre professor e alunos, elementos que considera essenciais no bom ensino”, Nuno Crato acredita que a prevalência deste modelo é uma opinião partilhada por todos e que o sentimento generalizado, ao longo do 3.º período, foi o de nostalgia em relação ao espaço físico escola.”
     “Nós temos saudades de salas de aula, onde possamos estar a falar diretamente com os alunos, onde possamos ver por que é que os alunos estão preocupados, se estão a seguir as coisas, onde possamos manter um diálogo, onde possamos ir acompanhando as dificuldades. Temos saudades disso”, afirmou.
     Nuno Crato não arriscou fazer previsões sobre como vai decorrer o próximo ano letivo, mas disse acreditar que se em setembro a situação epidemiológica no país não permitir que o ensino retome a normalidade, os alunos vão estar mais bem preparados para trabalhar com as ferramentas digitais.
     “Acho que isso é uma coisa que as gerações adquirem com facilidade, e que ficou demonstrado durante este período que todos nós conseguimos rapidamente dominar instrumentos que são necessários para isso”, considerou.
      A literacia digital é, aliás, uma competência que o antigo ministro considerou importante valorizar, mas sublinhou que a aprendizagem desses conteúdos deve ser feita no decorrer do ensino, sem prejuízo do conhecimento. 
     (...)
       A avaliação foi um dos temas que mais marcou o 3.º período letivo uma vez que, do lado da avaliação externa, o Ministério da Educação decidiu suspender todas as provas finais e exames nacionais do ensino básico e que as decisões sobre a avaliação interna foram passadas às escolas.
    Nuno Crato absteve-se de comentar as decisões tanto da tutela como dos professores que optaram por não avaliar as matérias lecionadas em regime de ensino à distância, admitindo que o contexto é complexo, embora sublinhando que avaliar é essencial.
     “Agora estamos num momento muito especial, mas o que é importante é que se perceba isto: Há um momento especial, ok, vamos voltar à normalidade. E a normalidade deve incluir o que o bom ensino inclui”, afirmou, referindo a avaliação dos alunos.
     (...)
     Nuno Crato acredita que os alunos mais prejudicados pelo ensino à distância vão necessitar um “cuidado especial” no início do próximo ano letivo, para recuperar dos constrangimentos do 3.º período causados pela pandemia.
    Apesar de considerar que o ensino a distância pode ser positivo, se funcionar como um complemento ao ensino presencial, aquele que entende funcionar melhor, o antigo ministro (2011-2015) admitiu que, por si só e como funcionou durante o último período, este modelo é “duplamente prejudicial”.
     Nos últimos três meses, o ensino foi obrigado a afastar-se do espaço físico das escolas e passou a fazer-se à distância, sobretudo, através de meios digitais, depois de o Governo ter suspendido todas as atividades letivas presenciais, em 16 de março, devido à pandemia da covid-19.
     Ao longo deste tempo, um dos principais problemas apontados ao regime de ensino a distância foi o acentuar de desigualdades pré-existentes entre alunos, pelo contexto socioeconómico e familiar em que se inserem, ou pelas dificuldades de acesso aos meios digitais para acompanhar as aulas.
     Nuno Crato partilhou essa perceção e, em entrevista à Lusa, explicou que quando o ensino é feito exclusivamente a distância acaba por ser prejudicial para alguns alunos, em particular para aqueles com constrangimentos do ponto de vista tecnológico e para aqueles que, num contexto normal, já tinham maior dificuldade em acompanhar as matérias.
     “É preciso dar uma atenção grande a esses alunos, porque se esses alunos se atrasam, atrasam-se em relação a tudo”, explicou, sublinhando que no início do próximo letivo as escolas terão de ter isso em conta no âmbito da recuperação de algumas matérias.
      (...)
     “É muito importante, às primeiras dificuldades dos jovens, haver uma intervenção atempada para que possam acompanhar os seus colegas e que possam desenvolver-se e chegar todos ao que nós queremos. E esta pandemia trouxe de facto problemas acrescidos aí”, explicou. (leia na íntegra a entrevista @ Sapo)

quarta-feira, 24 de junho de 2020

o Porto reinventou o São João para uma festa à moda da pandemia

Para fazer frente à pandemia, o Porto celebrou a noite mais longa do ano dentro de portas. Com ruas praticamente vazias — mas não desertas — a Invicta viveu um São João diferente, mas viveu-o na mesma.
     “É para que ninguém se esqueça do São João”, legenda uma mulher as fotografias que vamos fazendo às suas sardinhas. Estamos na Sé, mesmo colados ao terreiro. Subindo a rampa, não se vê ninguém. O topo deste morro é um dos miradouros mais concorridos do centro do Porto. Hoje, como desde o início da pandemia, está completamente vazio. Aqui ao canto, dois homens, uma mulher. “Tira aí uma”, oferecem. “Não tenho a broa, mas posso ir buscar”, insistem, abanando ar sobre o bojo do peixe, que reluz ao pôr-do-sol.
      Por toda a parte há indícios da festa — só não vê é festa. O cheiro no ar é o das sardinhas e o das fêveras. Ouve-se música nalguns recantos. E vão estalando os fogos de artifício, com maior frequência quanto mais baixo o sol andar.
      A câmara cancelou os festejos da noite mais longa da Invicta. O Porto recebe sempre o verão com muita estima, dedicando ao respetivo solstício a principal festa da cidade. Agora, pela primeira vez desde que a memória guarda o tempo, a festa foi fechada em casa — mas nem por isso cancelada. Porque o povo daqui é elástico, capaz de se adaptar aos tempos anormais, sem normalidade possível. E se a festa do grupo não se pode fazer, faça-se dela um natal de verão, juntando a família ao grelhador em vez de à lareira.
     “É a primeira vez que vejo esta zona assim”, confessa Esmeraldina Ferreira, 73 anos, que vive nas Fontainhas. Está à espera dos filhos, que vêm para “assarem as sardinhas”. Ao lado, António Costa, proprietário do café La Fontaine, também “não tem memória de dia igual”. A poucos minutos das 19:00, hora de encerrar o estabelecimento, ia arrumando o espaço para “cumprir as regras” e ir jantar a casa.
     Se pelo Passeio das Fontainhas poucos eram os que passavam, nas casas localizadas na escarpa, os vizinhos iam-se juntando debaixo de fitas festivas em forma de manjerico. No espaço comum, que une as pequenas habitações, as brasas começavam a acender-se. Do Passeio das Fontainhas aos Guindais, manjericos iam aparecendo, entre janelas e varandas, como se preces se fizessem ao santo padroeiro para que, no próximo ano, a festa possa ser celebrada a dobrar.
    “Roubaram-nos o São João, mas para o ano festejamos, desde que tenhamos saúde”, ouvia-se ao passar entre as pequenas casas, onde ainda resistem moradores nos Guindais.
      Se as Fontainhas são o palco mais emblemático, e as escadas do Guindalense o mais castiço, é nos Aliados que a festa habitualmente junta mais gente.
     Passa pouco das 21:30. Uma ambulância vem a descer da Trindade aos gritos. Quando desaparece, a avenida volta à sua calma semanal. Há mendigos à cata de esmolas na esplanada do McDonald’s (a única montada na avenida, para além da do vizinho Estambul, onde se junta gente também), autocarros a recolher as filas de pouca gente que para aqui anda, seguramente distanciada, como pérolas de um colar rebentado. @ Sapo

terça-feira, 23 de junho de 2020

último dia da SEMANA das ARTES

Hoje é o último dia da SEMANA das ARTES. 
foto do blogartes 
O Vitral conceção e concretização do professor José Alberto Matos
Foram 7 dias de trabalhos, entrevistas, pequenos vídeos e curiosidades.
Nesta período de E@D, a maioria dos alunos e professores não pôde ver "in situ" estes trabalhos, porém o blogartes possibilitou que tudo fosse visto por todos e ainda permite que se veja sempre que se quiser, pois o digital dá-nos essa possibilidade.
Não deixem de visitar o blogartes e fiquem a conhecer um pouquinho melhor os professores das artes visuais e os trabalhos dos alunos desta escola, sempre tão colorida graças a eles.
Parabéns a todos!

“a festa é como a sardinha, quer-se pequenina”

No Porto, pandemia obriga a um São João confinado.


Logo a 4 de abril, as câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia anunciaram o cancelamento dos festejos de São João. Na véspera da grande festa, aumentam as restrições e os incentivos a uma coisa diferente: sem balões, sem rusgas, sem túneis de martelos e alhos porros. Em 2020, “Arraial? Só meia dúzia no quintal”.

A noite mais longa do ano da Invicta não vai existir. A pandemia, que já teve o epicentro no Norte, obrigou ao cancelamento dos festejos que unem Porto e Gaia para, noite dentro, brincar ao São João. Desta vez, porém, as ordens são para fechar tudo e ficar em casa.
As cores garridas dos cartazes da câmara destoam das ruas que, há poucas semanas, não tinham vivalma. Um pouco por toda a cidade, a autarquia portuense espalhou mensagens a pedir para que o São João deste ano seja em casa. "A festa é como a sardinha, quer-se pequenina", "Arraial? Só meia dúzia no quintal", "Grão na asa, festa em casa", "No São João, fica ao portão”, lê-se nas mensagens.
Os MUPI, que pegam na imagem criada em 2014 por Eduardo Aires para o município, fazem parte de uma estratégia maior para evitar ajuntamentos nas ruas da Invicta numa noite que costuma ser cheia, da Trindade à Ribeira, das Fontainhas a Miragaia. @ Sapo 24

há um linha telefónica que disponibiliza apoio nas aplicações de ensino a distância

Para além das aplicações de Comunicação, a “Linha Somos Tod@s Digitais” disponibiliza agora apoio nas aplicações de ensino a distância, através da linha de telefone gratuita 800 100 555, que está disponível diariamente entre as 12h00 e as 20h00.
     Com uma nova normalidade imposta pela pandemia COVID-19 e o início do desconfinamento, a maioria das escolas continua a manter o ensino a distância. Contudo, com o regresso dos pais ao trabalho, muitas crianças ficam à guarda de avós ou outros cuidadores que, muitas vezes, não têm conhecimentos básicos sobre a utilização de meios digitais para poder apoiar estes estudantes na sua interacção com as escolas.
     Assim, através da linha de telefone gratuita estes cuidadores de crianças do ensino básico poderão colocar todas as dúvidas relativamente às aplicações do Microsoft Teams, Google Classroom e Google Meet, as mais utilizadas pelas escolas portuguesas. Através dos websites www.somostodosdigitais.pt ou www.somostodasdigitais.pt estarão também disponíveis vários tutoriais explicativos sobre estas aplicações.
      Para a validação dos conteúdos das aplicações de ensino a distância mais utilizadas no ensino básico, o projecto conta com o apoio da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica Manuel António Pina (APMAP).
     «Este apoio às Aplicações de Ensino a Distância é mais uma iniciativa que surge na sequência do trabalho que tem vindo a ser realizado pelo INCoDe.2030, no apoio à população com menos competências digitais, e que, neste contexto actual da COVID-19, faz ainda mais sentido. Sendo a educação um dos pilares da nossa sociedade, torna-se fundamental que todos tenham acesso à informação e sabemos que esta linha será um veículo essencial para quebrar esta e outro tipo de barreiras», explica Nuno Feixa Rodrigues, coordenador geral do INCoDe.2030,
     O projecto “Somos Tod@s Digitais” é uma iniciativa do programa INcoDe.2030 que reúne esforços de diversas entidades nacionais para ajudar a população portuguesa, com menos competências digitais, a ultrapassar da melhor forma os constrangimentos sociais provocados pela COVID-19.
     A iniciativa é coordenada pelo Digital Transformation Colab (DTx) e conta com o apoio da operadora NOS e da Fundação para a Ciência e Tecnologia, através da sua Unidade de Computação Científica Nacional (FCT/FCCN). @Sapo

segunda-feira, 22 de junho de 2020

"Ou ficamos em casa ou temos que cumprir as regras"

O comportamento de alguns grupos de jovens no passado fim de semana preocupou o governo, os médicos e a população em geral. Não esqueça que ao cuidar de si, cuida de todos.

O aviso do primeiro-ministro que "não gostaria" de ter que dar passos atrás no desconfinamento. O primeiro-ministro não quer ter que dar passos atrás no desconfinamento. "Não gostaria", diz antes assim, porque se entender que a situação o justifica, dará tantos quantos forem precisos. Por agora, reafirma que depende do comportamento individual de cada um", porque mais contágios considera que era expectável com o maior desconfinamento, pelo que prefere "controlar" os focos "bastante localizados". (adaptado de SIC Notícias) 

Vaga de jovens infetados em esplanadas e praias 

Ao ar livre não há problema, o encontro será na esplanada, na praia e os amigos não estão infetados, neste bairro não se vê ninguém doente. E, de mão em mão, vai passando o telemóvel, o copo, o cigarro, e quase sem reparar, todos enfiam os dedos no saco para buscar mais uma batata frita. Não há risco, afinal, ninguém tem sintomas, todos se conhecem, são saudáveis. Estes são os argumentos dos jovens com comportamentos de risco no quotidiano. Uma população mais nova que preocupa os médicos que veem chegar aos hospitais doentes com idades mais baixas e, nem por isso, com manifestações menos graves de covid-19. “Estes jovens associaram a ideia de desconfinamento a que já estava tudo bem e era possível relaxar nos cuidados. Os que nos estão a chegar não se contaminaram em grandes festas; foram infetados no dia a dia. Parecem achar que a doença só é transmitida por quem tem sintomas, o que está profundamente errado, disse Sandra Braz, coordenadora da Unidade de Internamento de Contingência de Infeção Viral Emergente. (adaptado de Expresso)

sexta-feira, 19 de junho de 2020

emoções: como saber o que nos dizem os rostos por trás de uma máscara

A máscara é obrigatória, pelo menos nos próximos tempos. Pode ser útil aprender a ler as microexpressões faciais e identificar as emoções que estas revelam, através do pouco que podemos ver da cara das pessoas com máscara.
DOUGLAS MAGNO / AFP
    De acordo com a teoria de Paul Ekman (o “pai” das microexpressões), existem sete emoções básicas que é possível reconhecer através das microexpressões universais — movimentos faciais com duração inferior a um quinto de segundo. Uma das razões para lhes chamar “universais” é a presença de indicadores confiáveis que nos ajudam a identificá-las em qualquer pessoa — seja numa criança, adulto ou idoso, num português, chinês ou russo.
      Na prática, isto significa o seguinte: se eu vejo o indicador confiável X (por exemplo, cantos dos lábios a formar um “U” invertido), então posso dizer com convicção que a emoção que a pessoa está a experienciar nesse momento é Y (no nosso exemplo seria tristeza). Não consigo saber a razão desta emoção, mas sei que a pessoa está triste.
      Nos tempos que correm, é importante saber reconhecer as expressões que apresentam indicadores confiáveis acima da máscara, ou seja, na parte superior da face. Na verdade, não são muitas.
Alegria
      Se pensa que o símbolo de alegria — o sorriso — fica tapado com a máscara e que por isso não vamos reconhecer esta emoção tão importante, está enganado. Um dos indicadores confiáveis de um sorriso encontra-se acima da máscara: são as rugas à volta dos olhos (muitas vezes chamadas "pés de galinha”). Agora é que vamos, finalmente, perceber quem está a sorrir verdadeiramente. Os sorrisos falsos, chamados também "sorrisos sociais”, só com o movimento dos lábios, vão passar despercebidos.
Medo
      Dois dos indicadores confiáveis do medo são as pálpebras superiores levantadas (o que permite ver a parte branca à volta das pupilas) e as sobrancelhas levantadas, unidas e esticadas numa linha, e tensas.
      É importante saber reconhecer medo (ou aflição) nas pessoas à nossa volta, incluindo no trabalho. Mas é mais ainda nestes tempos de incerteza e de stress para muitas pessoas. Procure um destes indicadores e procure perceber o que leva a pessoa a sentir medo.
Tristeza
       Há dois “U” invertidos que são indicadores confiáveis da tristeza: as sobrancelhas formam um deles, e os cantos dos lábios descem, formando outro. Este segundo vai ficar tapado com máscara. Por isso, observe as sobrancelhas.
      Na realidade, agora é que vamos ver a verdadeira tristeza. Se antes era possível alguém manipular a expressão e formar um “U” invertido com os lábios ou colocar o lábio inferior para a frente para demonstrar tristeza, sem estar realmente triste, agora já não nos vamos deixar enganar. Ou a pessoa à nossa frente está verdadeiramente triste e é visível o “U” invertido entre as sobrancelhas, ou então não está triste. Isto porque as sobrancelhas são difíceis de manipular.
Raiva
      Os lábios cerrados e sobrancelhas franzidas são indicadores confiáveis da raiva. Não vai poder ver os lábios, mas as sobrancelhas franzidas sim.
      Curiosidade: a raiva pode não ser uma emoção tão destrutiva quanto se pensa. A causa universal da raiva é a interferência no objetivo, a injustiça, a violação das normas. A “interferência” pode ser um processo mal organizado, um sistema ou uma situação específica. Se alguém está descontente com outra pessoa, isso pode dar origem a um conflito. Mas experienciar raiva em relação ao sistema, a uma característica (por exemplo, a preguiça) ou a uma determinada forma de organização pode ser um catalisador para uma mudança para melhor.
Surpresa
      A surpresa é uma das expressões mais longas, literalmente. A cara alonga-se — a boca abre, as sobrancelhas vão para cima. Com sorte até consegue reparar na boca aberta por trás da máscara. Mas se não conseguir ver a boca, foque-se nas sobrancelhas — estas vão saltar para cima (como na expressão de medo), mas vão ficar mais arredondadas (e não estreitas e tensas como na expressão de medo) a formar dois “U” invertidos.
      Depois, há expressões que vai ser difícil ver ou que não vai poder ver de todo.
Repulsa
      Neste caso, o lábio superior é levantado, o que, consequentemente, faz com que o nariz fique franzido.
      Problema #1: nunca vai ver o lábio superior levantado atrás da máscara e, se a expressão for leve, o tal nariz franzido pode não ser evidente. Se a máscara for colocada muito alta, então, não vai ver nada.
      Problema #2: já sem máscara a maioria das pessoas costuma baralhar repulsa com raiva. Com máscara isso poderá acontecer com ainda maior frequência. Se não tem experiência na leitura de microexpressões, tenha especial atenção.
Desprezo
      Infelizmente, o indicador confiável do desprezo — assimetria do gesto (“sorriso torto”) — fica completamente tapado com a máscara.
      É pena, porque é uma das expressões mais ricas — até dá para prever a durabilidade do casamento, diz John Gottman, psicólogo e professor que tem dedicado a vida ao estudo dos comportamentos e da inteligência emocional dos casais.
      Há muita controvérsia em torno das microexpressões. Alguns investigadores têm vindo a pôr em causa a sua universalidade. Em 2018, a neurocientista Lisa Feldman Barrett deu uma TedTalk em que fala das limitações do reconhecimento das emoções a partir das expressões faciais. Em contraponto, David Matsumoto, professor e investigador norte-americano especialista na área, publicou
recentemente um vídeo onde responde aos argumentos contra a universalidade das microexpressões.
      No dia 25 de junho, às 18h00, haverá uma sessão no Zoom, dinamizada pela autora, sobre as microexpressões e as emoções que estas representam. A participação é gratuita, mas a inscrição é obrigatória. @Sapo

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Saramago: «Uma década de saudade, mas não de ausência»

«Uma década de saudade, mas não de ausência», sublinha a Fundação José Saramago (FJS), recordando todas as iniciativas relacionadas com o autor português vencedor do Nobel da Literatura e com a sua obra, que têm sido desenvolvidas.

A reedição de vários livros, o lançamento de dois romances inéditos, Claraboia e Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas, um volume dos seus diários (Último Caderno de Lanzarote) e uma conferência para entender o conjunto da sua criação, intitulada «Da Estátua à Pedra», recorda a fundação em comunicado, são os exemplos referidos.

O autor do Memorial do Convento será evocado, desta vez a propósito do aniversário da sua morte, que, hoje, dia 18 de junho, completa dez anos, com uma leitura de Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas, pela voz dos atores André Levy, Joana Manuel e Tiago Rodrigues, numa sessão que será transmitida por streaming, através da Maple Live, a partir das 18h30, e vai estar disponível aqui.  

melhorar a saúde e salvar o planeta


MELHORAR A SAÚDE E SALVAR O PLANETA: É ASSIM QUE SE DEVE COMER
“Se consomes um produto mais barato, mas o custo ambiental é elevadíssimo, na realidade não é assim tão barato porque vais pagá-lo no futuro. GENTE PEQUENA, EM SÍTIOS PEQUENOS, FAZENDO COISAS PEQUENAS, são as que podem mudar o mundo.”
Ana Marcén, padeira


Atualmente, a nível mundial, existe um paradoxo nutricional, por um lado subnutrição, por outro, obesidade, problemas cada vez mais frequentes devido às mudanças alimentares. A gestão de forma não sustentável, tanto da produção alimentar, como no consumo, para além de interferirem diretamente na saúde, têm um grande impacto no ambiente, na biodiversidade, nos ecossistemas locais, nas alterações climáticas e na estabilidade do sistema terra.
Segundo um relatório da comissão de especialistas da revista científica Lancet, o planeta não terá capacidade de alimentar a população mundial, sem uma alteração nos hábitos alimentares, uma melhoria na produção e uma redução do desperdício.
Deve aumentar-se o consumo diário de alimentos frescos, optando pelos produtos locais e de origem vegetal. Estes apresentam uma pegada ecológica inferior à dos de origem animal e aos produtos com maior grau de processamento. Não faz sentido importar maçãs da Argentina ou da Nova Zelândia, que percorrem milhares de quilómetros, quando temos maçãs portuguesas, que, muitas vezes, os agricultores deitam ao lixo.
Quanto à produção e utilização dos recursos, atualmente estamos a exceder a capacidade do planeta, num desrespeito pelo meio ambiente e pela biodiversidade, que põe em risco a nossa própria sobrevivência. Uma prática agrícola mais sustentável e precavida é, assim, urgente. A defesa das florestas, o bom uso dos recursos hídricos, o aproveitamento da água da chuvas, a utilização mais eficiente de maquinaria agrícola, a diminuição na aplicação de pesticidas e fertilizantes químicos (substituindo-os por alternativas mais amigas do ambiente) serão alguns dos passos a cumprir neste domínio.
No entanto, mesmo produzindo de forma sustentável e adquirindo hábitos alimentares mais saudáveis, ainda há muito a fazer em termos de desperdício alimentar. Segundo a FAO, “a cada ano, os alimentos produzidos sem ser consumidos causam um gasto de água equivalente à vazão anual do Volga” (rio mais longo da Europa), sendo responsáveis por gerar “3,3 biliões de toneladas de gases de efeito estufa”, o que representa aproximadamente 8% das emissões globais anuais desses poluentes. “A água vai ser o petróleo do séc. XXI” pelo que é necessário preservá-la.
Aliada à sustentabilidade alimentar, surge a questão dos alimentos biológicos. Cada vez mais a diferença entre os preços dos produtos biológicos e de origem vegetal e os preços dos produtos processados e de origem animal aumenta, levando os compradores a preferir estes últimos pelo seu baixo custo. A produção animal é uma das grandes preocupações dos dias de hoje. A pecuária é uma das principais causas para a produção e emissão de metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), gases com efeito de estufa. Na atividade agrícola, a utilização de fertilizantes químicos nos solos contribui também com 79% das emissões de N2O.
Assim, é essencial criar uma consciência ambiental, tanto por parte das empresas como da população, em geral, e adotar soluções e alternativas sustentáveis que permitam conciliar o crescimento económico e populacional, a promoção da saúde e a preservação do meio ambiente.
Está nas mãos do consumidor o maior poder na capacidade de gerir os alimentos e voltar a ensinar a capacidade de controlar o seu desperdício massivo”.

Adaptado de: RIBEIRO, JOANA e outros, (2019) Sustentabilizar o futuro através da alimentação, Projeto de Educação para a sustentabilidade alimentar, Associação Portuguesa de Nutrição, Santillana, Porto
                                                                                                                           Alunos do 11º B, turno 1
Professora de Biologia e Geologia

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Vhils faz homenagem a profissionais de saúde no Hospital de S. João

O artista português Alexandre Farto, conhecido por Vhils, está a desenvolver uma homenagem os profissionais de saúde numa parede do Hospital de S. João, no Porto. Obra ficará pronta esta semana.
     No passado dia 4 de abril, o Festival Iminente aconteceu virtualmente, fruto da pandemia, e aproveitou a ocasião para recolher donativos para o Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Central e o Centro Hospitalar e Universitário de São João, os dois hospitais de referência no tratamento da Covid-19. Aí surgiu a colaboração entre Vhils e o hospital do Porto, que resulta agora na intervenção numa das paredes exteriores ao edifício.
      Ao Observador, o artista revela que o trabalho começou no final da semana passada e deverá estar concluído “entre terça a quarta-feira”. Trata-se de uma homenagem aos profissionais de saúde que estiveram ao serviço na linha da frente no combate à pandemia do novo coronavírus, onde se podem ver rostos reais de médicos, enfermeiros e auxiliares de máscara no rosto.
     Sem adiantar grandes detalhes até finalizar da obra, Alexandre Faro acrescenta que o cenário é delicado, uma vez que a parede em causa integra uma zona de passagem e toda a poeira própria do seu trabalho não pode interferir com o normal funcionamento do hospital.
     Todas as intervenções do artista dão nas vistas e esta não é exceção. Mesmo antes de estar concluída, Manuel Pizarro, eurodeputado socialista que durante a pandemia reintegrou o serviço de medicina interna do Hospital de S. João, e vereador do PS na Câmara Municipal do Porto, captou o trabalho de Vhils e partilhou-o nas suas redes sociais. @Observador

terça-feira, 16 de junho de 2020

o que leram as crianças durante a quarentena?

  


      A leitura pode ter ajudado os mais novos a esquecerem os problemas do mundo lá fora quando tiveram de ficar em casa, durante o período de confinamento e estado de emergência. Esta é uma das conclusões do estudo elaborado pelo Clube de LeYtura, promovido pela editora Leya.
     Entre os pais cujos filhos não são autónomos na leitura, mais de metade (59%) passou a ler mais para os filhos durante a quarentena e também mais de metade refere ter passado a ter mais tempo para esta atividade. Já entre os pais cujos filhos são autónomos na leitura, a maioria (61%) refere que os filhos leram mais frequentemente a partir do momento em que se viram em situação de confinamento. Além disso, 80,6% destes pais considera que a leitura ajudou mesmo a esquecer a pandemia.
     A análise, realizada com base nas respostas de mais de 140 mil encarregados de educação, revela ainda que muitos pais olham para a leitura como um elemento de união familiar: 80% reconhece que a leitura é uma atividade que junta a família.
     Entre pais cujos filhos não são leitores autónomos, 46% aponta o desenvolvimento da linguagem e da imaginação como as principais razões pelas quais leem para os filhos. Neste grupo, 97% considera que ler para os filhos fará com que estes venham a ter hábitos de leitura consistentes.
     Já entre os pais com filhos que leem autonomamente, a maioria (87%) tinha já o hábito de ler para os filhos antes de estes se tornarem leitores autónomos e 70% afirma que os livros passaram a fazer mais parte do dia-a-dia das crianças depois de estas se tornarem autónomas na leitura. A maioria dos pais (84,5%), no entanto, gostaria que os filhos lessem mais e revela, também, não saber o que fazer para que isso aconteça.
    Em todos os grupos inquiridos, quase todos os pais (99%) acha que a leitura melhora o desempenho escolar dos filhos e a mesma percentagem considera importante incentivar a leitura nos mais novos.
Mas o que ler?
     No caso de pais cujos filhos não são ainda leitores autónomos, os livros de fantasia (27,7%) e os livros com atividades (23%) foram os preferidos durante o período de quarentena. Por outro lado, pais cujos filhos são leitores autónomos apontam para livros de aventura e suspense (33,3%) e para livros com atividades (28,1%).
     No geral, 71% dos inquiridos refere que costuma comprar livros infantis, sendo que 31% compra livros de três em três meses. Cerca de 19% compra livros duas vezes por ano, 12% compra uma vez por ano e 9% raramente compra. Segundo a Leya, estes dados indicam que 40% dos inquiridos não compra livros regularmente.
    Quando aos fatores que mais influenciam a escolha dos livros, o preço aparece como determinante: 84% dos inquiridos refere que se os livros fossem mais baratos comprariam mais.@ Sapo

começou a Semana das Artes

Começou a Semana das Artes.
Desde o dia 15 de junho até ao dia 23 do mesmo mês teremos a oportunidade de conhecer um pouco mais da atividade dos nossos alunos das Artes e do grupo de professores que os acompanha. A avaliar pelo que já se pode ver e ler no blogartes, a comunidade educativa vai ficar muito feliz por poder apreciar o trabalho dos seus jovens artistas.
Estejam atentos.
O cartaz é construído a partir da natureza morta
desenhada pelo Rodrigo Bonina, 10.ºE

segunda-feira, 15 de junho de 2020

dilemas dos professores sobre a travessia do “Oceano Educativo”

Esta transformação digital acontecerá quando os professores atravessarem o Oceano de submarino e promoverem todo esse conhecimento com os alunos.
         Anuncia-se o novo (?) caminho para uma circum-navegação pela “transição digital”. Esta proposta surge alguns anos após uma outra viagem por mar alto, em que devido a um tal de “Magalhães” muitos se afogaram seguros à bóia de um computador, sem grande noção de como poderiam salvar-se “pedagogicamente” nesse imenso Oceano.
      A questão centra-se no planeamento do que queremos para a Educação. O que podemos e sabemos fazer com a tecnologia educativa que nos vem parar às mãos? Se toda esta “nova” tecnologia anunciada, usada e prevista, muita já existente em diversas escolas ditas do futuro, não for pensada e refletida, voltaremos a afogar-nos. Uma das razões é o facto de a tecnologia nos ser oferecida sem a pedirmos, ou, por outro lado, nos ser facultada tendo pedido, mas sem sabermos muito bem o que fazer com ela, afinal, serve apenas para “surfar” pelas ondas dos principais problemas burocráticos do sistema educativo. Ao invés disso, teremos de ter necessidade de a utilizar, mas para criar e produzir, para comunicar e interagir, como o fez tão rapidamente a Sra. Covid. Na verdade, se por um lado a necessidade técnica está criada (tenho dúvidas, se resolvida), nesta pandemia pela distância de se comunicar com professores e alunos, fica a questão: está criada a necessidade pedagógica que nos fará alterar a forma como poderemos atravessar o Oceano de forma mais profunda? E não nos voltarmos a afogar.
        Primeiro que tudo, precisamos conhecer o sentimento dos nossos super e ágeis professores, para perceber qual a vontade que têm de atravessar para o outro lado de um imenso mar. Pois, sabemos que a questão da atitude que temos perante um processo de transformação pedagógica é determinante para que este possa acontecer, não de forma imposta, mas pela vontade de continuar a ser professor, não esquecendo sempre de ser aluno. Não podemos confundir esta nova atitude, com a excelente dedicação dos milhares de professores que nesta pandemia tentaram, com o que puderam, alguns a nado, outros molhando os pés, concretizar os objetivos de aprendizagem neste mar da Educação… Mas a grande maioria atravessou o Oceano de canoa (pior é quando nem se tenta molhar os pés).
       A Educação deste novo século precisa que os alunos aprofundem, entrem num processo produtivo e construtivo, pensem e reflitam sobre o quê, e por que aprendem, precisam dar sentido a conteúdos desajustados das suas realidades. Mas isso só acontece se conhecerem o que está nas profundezas do Oceano, logo, isso não se fará pela superfície do mesmo, onde veem pouco mais que água e algumas embarcações. Esta transformação digital acontecerá quando os professores atravessarem o Oceano de submarino e promoverem todo esse conhecimento com os alunos, analisando as algas, os corais, a enorme variedade de seres que se encontram bem nas profundezas. E as profundezas só são alcançadas com o desafio de as conhecerem, e só a tecnologia nos ajuda a ir tão longe, de forma tão imersiva. Aos professores de todo o país, que fizeram o que souberam e com os meios e formas que conheciam para que a Educação acontecesse, questionamos, as atividades educativas aconteceram como projetaram? Mantinham as práticas concretizadas? Os alunos envolveram-se como pensavam? Os alunos tinham “as tais” competências de “nativos digitais” como pensavam? Estaremos prontos para um novo ano letivo, presencial, online ou misto (b-learning)? Pensamos que não, todos sabemos que na generalidade das escolas (ou será das casas?), na grande maioria das atividades, remendou-se um problema como se conseguiu, de modo a que a canoa não afundasse ou se perdesse...
     Está criada a necessidade pedagógica, ou seja, percebemos que os alunos precisam de ser ensinados, estimulados, cativados e desafiados, não na sua memorização, mas na sua real compreensão do quotidiano, com estratégias que diferem dos modelos que conhecemos e isso levará a que os alunos não continuem a “surfar” na rede e passem a “mergulhar” nas profundezas, com os professores, em perfeita harmonia colaborativa.
      Claro que é difícil, mas se fosse fácil não seriam professores, por isso, fica aqui o desafio para que nesta próxima viagem não seja necessário, “só”, que seja novamente ao sabor de milhares de equipamentos conectados à Internet (sabendo que são precisos para alunos, mas também para professores), mas, sobretudo, seja num formato de aplicação flexível do currículo, de estruturação de conceitos chave, projetos que se interliguem disciplinarmente e através da produção de conteúdos pelos alunos. Que este novo momento nos leve a contextos reais de capacitação e ambientação a novos modelos pedagógicos que, naturalmente, emergem com tecnologia, ao invés das centenas de formações que vão existindo sobre tecnologia, apenas, sem dimensão pedagógica.
       Não se pretende que se coloque a escola num scanner e se digitalize, porque nesse momento mantemos o que fazíamos no papel, mas agora num formato digital… É pouco, e é a continuidade de uma viagem pela superfície do Oceano, numa clara sensação de déjà-vu.
      A grande vantagem de um contexto de 1:1 é de respeitar os ritmos de aprendizagem de cada aluno, deixando o aluno controlar o que aprende e ter a oportunidade de aprender por si. Receamos que este novo plano anunciado nos traga o contexto 1:n, no qual o professor continuará a assumir o protagonismo da aprendizagem ao seu ritmo, formatado às práticas vigentes, com a capa do digital. Mais do que 1 dispositivo por aluno (1:1 device), pretende-se 1 aprendizagem por aluno (1:1 learner), personalizar é difícil, mas a tecnologia potencia esse modelo.
      Uma transição pode não significar qualquer tipo de mudança, mas apenas a transferência de algo, e essa ideia ganha força quando se junta à ideia de digitalizar a escola. Neste sentido, fazer o mesmo que se faz nas versões de escola analógica, mas agora com tecnologia, é quase a mesma coisa que passar de uma leitura de um livro em papel para a leitura de um livro em formato de PDF, pois fazemos o mesmo tipo de leitura, mas cansa muito mais e só achamos engraçado e motivador nas primeiras leituras! Na realidade, um PDF de um livro não é um e-book, porque um e-book só o é se for interativo, tem um formato de leitura que inclui ação, áudio, vídeo, atividades que provocam no leitor o controlo sobre o que lê, a forma como o faz e isso não é tão fácil conseguir, porque do ponto de vista pedagógico obriga-nos a repensar o desenho das atividades.
       Andamos há demasiado tempo a fazer experiências com apps e plataformas… Quando redefinimos o rumo da viagem para algo mais profundo, redefinir o processo de implementação dando o protagonismo ao aluno para criar, desenvolver, produzir, refletir e comunicar? O que pretenderemos em vez de uma transição, não será uma transformação? O que pretenderemos em vez de uma transição digital, não será uma transformação pedagógica?
        Hoje, é preciso perceber como tem de se redefinir o currículo, o que/como ensinamos e o que/como os alunos aprendem. Mas também como estes podem ser articulados com as várias áreas disciplinares, como poderemos desenvolver atividades que promovam a autorregulação e estudo autónomo em modelos invertidos de aprendizagem, nos quais os alunos controlam o que aprendem e lhes é dada a permissão de aprender por si (não confundam com aprender sozinhos… isso já o fazem muitas vezes e não resulta).
       Podem-se investir milhões em material didático, milhões em computadores, milhões em tablets, internet e afins, todos ficamos contentes, e claro que é necessário, mas depois é como oferecer as mais sofisticadas canas para pescar. @Público