Hoje e amanhã os sindicatos reúnem com o Ministério da Educação. Porém, só ontem chegou às mãos dos sindicatos a proposta do Governo. Para além disso, o Ministro Costa diz divulgar "em primeira mão" aos sindicatos (a análise d)o parecer da Procuradoria Geral da República sobre as greves convocadas pelo S.TO.P e S.I.P.E..
Algumas opiniões
A manifestação de Lisboa, de 11 de fevereiro, transmitiu aos sindicatos "uma responsabilidade negocial que inscreve uma não repetição do que se passou em 2008" (Paulo Prudêncio).
O ME considera esta ronda negocial
como "a última". Mas não há tempo útil, nestes dois dias,
para abordar as grandes questões que unem os
professores.
Há quem diga que "Quem assinar isto, deverá estar à espera de muito mais do que 30 moedas." (Paulo Guinote), pelo que se adivinha mais movimentação dos cidadãos professores nos próximos dias/tempos.
(daqui) |
Há vigílias e concentrações a decorrer e agendadas por todo o país. Os professores não desistem.
“Há um clima de comunhão entre
os docentes. As opiniões divergem, como sempre, mas sentem que esta é a última
oportunidade para se fazer uma viragem dos problemas.
Porque há
que pensar mais além. Se os professores não tiverem solução para os seus
problemas de carreira, vão ser reformados pobres. Falta
devolver aos docentes seis anos de serviço e falar sobre isso, mais do que
salário, é falar sobre aposentação.
O custo da recuperação integral das carreiras dos professores custaria ao Estado 331 milhões de euros por ano, segundo os cálculos do Ministério das Finanças. O que é uma gorjeta. O Governo tem dinheiro para pagar salários, mas não quer repor a justiça salarial em termos de reforma. E esse valor até seria maior, mas houve professores que já se reformaram, por isso vai custar menos. O Governo está a cortar às escondidas. E não se tem falado sobre isso, na comunicação social.
Desta vez é
a sério, quando
se fala nas greves, nas manifestações, nos protestos dos professores. Quando
uma coisa é muito espremida, chega o momento em que não há mais nada a
espremer. Salta a mola.
Ao longo
dos últimos 15 anos os problemas acumularam-se. As pessoas estão mais velhas, havia
expectativas de melhoria de carreira e a carreira piorou. No acordo com Isabel
Alçada (ministra da educação, em 2010) sobre o estatuto da carreira de
docente, as pessoas não perceberam o que ia acontecer. Agora perceberam e não
estão a gostar.
Em resumo: quadro é muito pior, condições de trabalho
pioraram, o centralismo do ministério aumentou, a burocracia representa uma
carga maior… As pessoas reagem.” (Luís Sottomaior)
“A
propósito do decantado “equilíbrio das nossas contas públicas”, Fernando
Medina, em entrevista à TVI, disse recentemente: “O país não tem só
professores.” Fernando Medina tem razão. O país não tem só os professores. Tem
o escândalo da TAP (3200 milhões) para pagar, os desmandos dos bancos (22.049
milhões, segundo números recentes do Tribunal de Contas) para amortizar, a
Jornada Mundial da Juventude (80 milhões) para organizar, a Brisa (140 milhões)
para compensar, a Ucrânia (250 milhões) para ajudar, mais, entre tantas outras
“liberalidades”, os politicamente muito convenientes aumentos dos magistrados e
juízes, de 2019, e as milionárias e imorais indemnizações de agora e do futuro,
para continuar a “honrar”.
Mas, se não agora, quando perceberia o Governo que tem de fazer justiça?” (Santana Castilho)
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