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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

a luta dos professores continua

Hoje e amanhã os sindicatos reúnem com o Ministério da Educação. Porém, só ontem chegou às mãos dos sindicatos a proposta do Governo. Para além disso, o Ministro Costa diz divulgar "em primeira mão" aos sindicatos (a análise d)o parecer da Procuradoria Geral da República sobre as greves convocadas pelo S.TO.P e S.I.P.E..

Quem leu o documento/proposta considera inegociável como está. Até porque o ponto da ordem de trabalhos de hoje aponta apenas para o novo modelo de colocação e recrutamento dos professores, sem quaisquer referências a questões que estão "em cima da mesa" há muito, nomeadamente a progressão na carreira, o estrangulamento em dois escalões, a contagem integral do tempo de serviço, a aposentação, a (des)burocratização...

Algumas opiniões

A manifestação de Lisboa, de 11 de fevereiro, transmitiu aos sindicatos "uma responsabilidade negocial que inscreve uma não repetição do que se passou em 2008" (Paulo Prudêncio).

O ME considera esta ronda negocial como "a última". Mas não há tempo útil, nestes dois dias, para abordar as grandes questões que unem os professores. 

Há quem diga que "Quem assinar isto, deverá estar à espera de muito mais do que 30 moedas." (Paulo Guinote), pelo que se adivinha mais movimentação dos cidadãos professores nos próximos dias/tempos.

(daqui)

Há vigílias e concentrações a decorrer e agendadas por todo o país. Os professores não desistem.

“Há um clima de comunhão entre os docentes. As opiniões divergem, como sempre, mas sentem que esta é a última oportunidade para se fazer uma viragem dos problemas.

Porque há que pensar mais além. Se os professores não tiverem solução para os seus problemas de carreira, vão ser reformados pobres. Falta devolver aos docentes seis anos de serviço e falar sobre isso, mais do que salário, é falar sobre aposentação.

O custo da recuperação integral das carreiras dos professores custaria ao Estado 331 milhões de euros por ano, segundo os cálculos do Ministério das Finanças. O que é uma gorjeta. O Governo tem dinheiro para pagar salários, mas não quer repor a justiça salarial em termos de reforma. E esse valor até seria maior, mas houve professores que já se reformaram, por isso vai custar menos. O Governo está a cortar às escondidas. E não se tem falado sobre isso, na comunicação social. 

Desta vez é a sério, quando se fala nas greves, nas manifestações, nos protestos dos professores. Quando uma coisa é muito espremida, chega o momento em que não há mais nada a espremer. Salta a mola.

Ao longo dos últimos 15 anos os problemas acumularam-se. As pessoas estão mais velhas, havia expectativas de melhoria de carreira e a carreira piorou. No acordo com Isabel Alçada (ministra da educação, em 2010) sobre o estatuto da carreira de docente, as pessoas não perceberam o que ia acontecer. Agora perceberam e não estão a gostar.

Em resumo:  quadro é muito pior, condições de trabalho pioraram, o centralismo do ministério aumentou, a burocracia representa uma carga maior… As pessoas reagem.” (Luís Sottomaior)

“A propósito do decantado “equilíbrio das nossas contas públicas”, Fernando Medina, em entrevista à TVI, disse recentemente: “O país não tem só professores.” Fernando Medina tem razão. O país não tem só os professores. Tem o escândalo da TAP (3200 milhões) para pagar, os desmandos dos bancos (22.049 milhões, segundo números recentes do Tribunal de Contas) para amortizar, a Jornada Mundial da Juventude (80 milhões) para organizar, a Brisa (140 milhões) para compensar, a Ucrânia (250 milhões) para ajudar, mais, entre tantas outras “liberalidades”, os politicamente muito convenientes aumentos dos magistrados e juízes, de 2019, e as milionárias e imorais indemnizações de agora e do futuro, para continuar a “honrar”.

Mas, se não agora, quando perceberia o Governo que tem de fazer justiça?” (Santana Castilho)

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