Os mais novos acham que o Holocausto foi um mito, daí que Auschwitz-Birkenau Memorial avança com visitas online pelo não esquecimento.
22% dos Millenials e da Geração Z dos Países baixos acham normais pontos de vista Neonazis, a Fundação Auschwitz-Birkenau vai passar a ter visitas virtuais, acompanhadas por guias em direto, contra a ignorância. Esta é uma iniciativa que faz frente ao desconhecimento que existe, principalmente entre as gerações mais novas, sobre o Holocausto.
EPA/ROLF VENNENVERND Lusa |
A Fundação Auschwitz-Birkenau passará a oferecer visitas virtuais ao Auschwitz-Birkenau Memorial. A plataforma serve para pessoas de todas as idades e de todas as partes do mundo. Agenda-se a visita, que será acompanhada por um guia em direto, que vai gravando e fazendo explicações por onde passa. "É possível transmitir a experiência da tragédia pela internet", explicou Wojciech Soczewica, diretor geral da Fundação Auschwitz-Birkenau.
"À medida que o guia explica o que estamos a ver no site, nós temos camadas de conteúdo adicional que dão explicações complementares", explicou Aya Feldman, a diretora criativa. No entanto, Aya acredita que Auschwitz é autoexplicativo, é "solo sagrado", pelo que tudo o que adicionam é feito da forma menos intrusiva possível.
Foram realizadas sete pesquisas pela Claims Conference em seis países - Países Baixos, Reino Unido, França, Áustria, Canadá e Estados Unidos - com o objetivo de compreender qual é o conhecimento das pessoas sobre o Holocausto. Esta investigação concluiu que existe um claro desconhecimento, particularmente entre os mais jovens.
Nos Países Baixos, por exemplo, 12% dos adultos acredita que o Holocausto é um mito ou que o número de judeus mortos foi muito exagerado. Entre a Geração Z esse número é maior ascendendo aos 23%. Já 59% das gerações Y e Z não sabem que seis milhões de judeus foram assassinados e 37% dos Millennials e da Geração Z acredita que foram assassinados dois milhões ou menos judeus durante o Holocausto. Embora seja difícil calcular o número exato, estima-se que tenham morrido aproximadamente seis milhões de judeus. 22% desse grupo defende ainda que é aceitável apoiar pontos de vista neozanis, e 13% não tem a certeza.
Por outro lado, no Reino Unido a preocupação é outra, mais de metade (52%) das pessoas questionadas não sabe que seis milhões de judeus foram assassinados durante o Holocausto. 57% concorda que atualmente cada vez menos pessoas parecem preocupadas com o Holocausto, e 65% acredita que atualmente existe antissemitismo no Reino Unido.
Olhando para os Estados Unidos, sete em cada dez americanos acredita que as pessoas parecem menos preocupadas com o Holocausto do que antigamente, e a maioria dos americanos (58%) acredita que algo como o Holocausto pode voltar a acontecer. 31% dos americanos, e 41% no caso dos Millenialls, acredita que substancialmente menos de 6 milhões de judeus foram mortos durante o Holocausto.
"Nós estamos a criar uma ferramenta sustentável, que vai permitir que a próxima geração e que pessoas de todo o mundo visitem o Auschwitz-Birkenau Memorial... que se sinta, eduque, aprenda, que se ouça a voz dos sobreviventes", conclui Liron Yochai Or, chefe de responsabilidade social corporativa da AppsFlyer, empresa tecnológica com quem a Fundação fez a parceria. @ Sapo
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