Um rio é uma entidade caprichosa e poderosa, capaz de irrigar campos, mas também de arrasar tudo no seu caminho. Uma barragem pode moldar-lhe o feitio e proteger a Aldeia de Baixo. Mas, dilema, se retiver demasiada água arrisca-se a inundar a Aldeia de Cima. Para o evitar, os anciões dos dois povoados, numa conversa diplomática com civilizadas evocações de cachaporra, criaram o cargo de Guardião do Rio, função que consiste em fixar atentamente, vinte e quatro horas por dia, o nível da água e abrir a torneira ao mínimo sinal de cheia. Não é uma profissão tecnicamente difícil, mas é muito absorvente, muito, muito solitária. Solitário, celibatário, amargurado, eis o Guardião do Rio. Um tipo esquecido no seu posto, atormentado por carências, a entreter-se a si próprio. Tem de puxar tanto pela imaginação que talvez não sejam conversas, mas alucinações o assunto que traz à margem do rio o Dr. Frederico, especialista (por experiência própria) em perturbações da personalidade. “O Guardião do Rio” é um divertido exercício de esquizofrenia possibilitado pela convivência de marionetas e ator.
O Guardião do Rio é um espetáculo de grande qualidade, divertido e inteligente.
Sendo assim, a profesora Amélia Lopes propõe-se organizar uma ida coletiva ao LUGAR, (espaço Palmilha Dentada - Travessa das Águas, 125 - Porto) - tal como era hábito antes da pandemia - no próximo dia 26 de fevereiro, pelas 19h, para ver este espetáculo. O preço do bilhete é 10 euros. (As inscrições estão abertas até sexta-feira, dia 17 de fevereiro).
cortesia de envio de Amélia Lopes, docente de Português
Sem comentários:
Enviar um comentário