Esta teoria tem sido defendida por investigadores em estudos mais recentes, mas há cerca de duas décadas os geocientistas já abordavam a hipótese de existir uma camada adicional impercetível do Planeta Terra.
Um novo estudo, realizado por investigadores da Universidade Nacional da Austrália, em Camberra, sugere que o planeta Terra tem, afinal, cinco camadas principais, concluindo que, abaixo da crosta mais externa, do manto e do núcleo externo líquido fundido do planeta Terra, encontra-se um núcleo de metal sólido – como já se sabe – com uma camada oculta, ou seja, um “núcleo interno ainda mais interno”, como explica a equipa, que se estima ter 644 quilómetros de largura.
Esta teoria tem sido defendida por investigadores em estudos mais recentes, mas há cerca de duas décadas os geocientistas já abordavam a hipótese de existir uma camada adicional impercetível do Planeta Terra.
Contudo, ainda não tinha sido observada porque a sua composição é muito semelhante à que está acima dela, explica, em declarações à CNN, Thanh-Son Phạm, sismólogo e um dos autores do estudo. De acordo com a equipa, tanto este centro observado agora como a camada mais externa são feitos de uma fusão de ferro e níquel, com vestígios de outros elementos.
Em comunicado, os investigadores do novo estudo, publicado na revista científica Nature Communications, explicam que os novos dados conseguidos pela medição de ondas sísmicas – que se propagam através da Terra geralmente como consequência de um sismo, ou devido a uma explosão – à medida que passavam pelo centro da Terra, permitiram aos investigadores detetarem este núcleo mais interno. Thanh-Son Phạm disse que o estudo relata, “pela primeira vez”, “observações de ondas sísmicas originárias de sismos poderosos que viajam de um lado para o outro do planeta até cinco vezes, como um ricochete”.
Contudo, se as duas camadas têm composições muito semelhantes, o que é que as distingue efetivamente?
A equipa esclarece que, ao utilizar técnicas específicas de deteção de ondas vibratórias, descobriu que o núcleo interno mais interno – observado agora – tem uma anisotropia distinta, qualidade de certos materiais cujas propriedades são diferentes consoante as direções (a madeira é um exemplo de material anisotrópico, já que possui propriedades mecânicas que dependem da disposição das suas fibras).
Como? A partir de observações da velocidade com que as ondas sísmicas viajavam através desse núcleo em diferentes direções. A equipa percebeu, precisamente, que o núcleo mais interno mudou a velocidade dessas ondas de uma maneira diferente da camada acima dele.
Para os investigadores, este estudo pode fornecer novos detalhes que vão, no futuro, ajudar a desvendar alguns dos mistérios mais antigos sobre o nosso planeta e sobre a sua formação. @ Sapo
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