Secretário-geral da Fenprof afirmou que "serão mantidas as greves às horas extraordinárias, ao sobretrabalho e a todas as atividades integradas na componente não letiva de estabelecimento".
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou esta
sexta-feira que irá manter as greves em curso e avisou o próximo governo que
"contará com uma forte oposição" dos docentes caso "pretenda
fragilizar a escola pública".
"Em convergência com as outras oito associações sindicais
serão mantidas as greves às horas extraordinárias, ao sobretrabalho e a todas
as atividades integradas na componente não letiva de estabelecimento",
anunciou esta sexta-feira Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, no final
da reunião do secretariado nacional.
Os professores têm a
decorrer desde o início do ano letivo uma greve como forma de protesto às horas
a mais que fazem semanalmente, explicou o líder da federação que recentemente
divulgou um inquérito nacional que revelava que os docentes trabalhavam, em
média, mais de 50 horas por semana.
Mário Nogueira deixou como sugestão que o próximo Governo
começasse por tratar, "a par da recuperação do tempo de serviço e da
revisão do regime de mobilidade por doença, das condições dos horários de
trabalho".
Numa avaliação aos
resultados eleitorais do último domingo, que "tudo indica que será um
Governo do PSD, com o apoio do CDS e da IL", a Fenprof avisou o futuro
executivo para que não "ponha em causa a escola pública".
Mário
Nogueira apontou como uma das linhas vermelhas o reforço dos contratos de
associação com estabelecimentos de ensino privados que "não encheram a
escola de alunos, mas encheram os bolsos de muitos proprietários com milhões de
euros".
Na sede da Fenprof,
o único nome apontado para possível ministro da Educação é o de Alexandre Homem
Cristo, ex-assessor parlamentar na Assembleia da República.
"Se
passasse por aí seria mau sinal logo à cabeça. Não tem a ver com a pessoa, tem
a ver com a política que defende, que é a da privatização. Se o próximo governo
tiver como objetivo fragilizar a escola pública em nome de interesses de
outros, contará com uma forte oposição da nossa parte", avisou Mário
Nogueira.
Também os resultados
obtidos pelo Chega, que elegeu 48 deputados, "preocupam a Fenprof",
que acusa o partido de pôr em causa "regras fundamentais da
democracia" e de mostrar "intolerância perante a diferença, porque a
considera antinatural".
Mário
Nogueira lembrou o apelo da UNESCO para que se combata o discurso de ódio, que
tem sido muitas vezes feito por deputados do Chega, nomeadamente no que toca a
questões relacionadas com direitos de autodeterminação de género nas escolas.@ DN
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