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segunda-feira, 25 de março de 2024

educação: a inteligência artificial vem mudar a forma de aprender e ensinar

Assinala-se este domingo o Dia Nacional do Estudante, numa altura em que alunos e professores se deparam com novos desafios. Diretores veem com bons olhos os avanços tecnológicos, mas pedem cautela. Alunos apontam vantagens e problemas, mas temem mais as mudanças que se perspetivam no mercado de trabalho.
Paulo Jorge Magalhães / Global Imagens

A inteligência artificial (IA)  chegou às escolas, já faz parte do dia a dia de alunos e  professores e mudou a forma de aprender e de ensinar. De tal forma que, assumem os responsáveis educativos, tem sido mesmo a IA a responsável pelas grandes mudanças que têm surgido.
“A mudança do paradigma da aprendizagem tem como epicentro a IA, apresentando novas ferramentas ao processo ensino-aprendizagem. As escolas devem ser promotoras dos desafios apresentados e retirar proveito das mais-valias que a IA proporciona”, explica Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). O responsável diz tratar-se de “uma oportunidade de aprendizagem”, mas pede cautela na “utilização de um instrumento com tanto de poderoso como de desconhecido, originando as necessárias apreensões e até desconfianças”. 
Questionado pelo DN se a IA está a ser encarada como um auxílio ou uma ameaça para os professores, acredita que esta é uma ajuda para o processo de ensino-aprendizagem. Contudo, ressalva a importância da formação, “fundamental para enaltecer o auxílio da IA no modo de aprender e ensinar”. Os professores terão de se atualizar e apostar em formação para “não perderem o comboio”. “Impõe-se a oferta de formação numa área relativamente recente, para ajudar a ultrapassar os normais constrangimentos levantados por uma novidade complexa, ainda a ser descoberta pela maioria das pessoas”, conclui o presidente da ANDAEP, que pede para que a tutela promova formações para os docentes.
Professores devem saber usar a IA para não serem substituídos
Marco Bento, professor na Escola Superior de Educação de Coimbra e investigador no Centro de Investigação e Inovação em Educação (InED - ESE-IPP), afirma que a transformação do sistema educativo tradicional já está em curso em grande parte das escolas e das universidades, não fazendo sentido proibir o seu uso. “A IA está a ser usada, manipulada, com ou sem a permissão dos professores, e será bom que tenhamos essa consciência”, afirma.
Segundo ele, aprender, nos dias de hoje, exige uma complexa combinação de equipamentos, recursos, espaços e metodologias que têm em comum alguns aspetos, “tais como a simplicidade, a possibilidade de interação e colaboração, a eficiência, a eficácia, a flexibilidade e a mobilidade”. “É plenamente possível aproveitar todo o potencial que a IA tem para oferecer a qualquer hora e em qualquer lugar no processo de aprendizagem. Basta pensar na enorme vantagem de um aluno poder ter um tutor de aprendizagem sete dias por semana e 24 horas por dia sobre os mais variados assuntos”, vinca.
O investigador acredita que os alunos não dependem mais de processos de aprendizagem exclusivos do espaço escola, mas “dependem, e muito, da ajuda que os professores lhes possam fornecer para serem eficientes nas interações com esta IA.  Mais do que servir para motivar qualquer aluno, a IA tem o propósito de aprofundar e permitir adquirir um conjunto de competências de aprendizagem que de outro modo seriam impossíveis, ou muito mais difíceis, tornando o processo cada vez mais eficiente”, avança. A IA, quando usada de forma apropriada e consciente, fornece aos professores um novo conjunto de soluções pedagógicas para enriquecerem a sua prática letiva e o processo de aprendizagem. “Quanto maior for o envolvimento do aluno na manipulação criativa, na pesquisa, na interação com o próprio conhecimento, na descoberta de novas formas de expressão de saberes, maior será a eficácia didática deste processo”, sustenta.
A IA já entrou na vida de todos, sem que muitos não se apercebam da sua presença. Este é outro dos argumentos do investigador para quem ainda está reticente sobre a necessidade de dominar o mundo tecnológico.  “Ninguém considera estranho que, quando ligamos a Netflix ou outro qualquer canal de streaming, surjam ‘apenas’ os filmes baseados no perfil de visualização, preferências de atores ou atrizes, tipos de filmes, ou até baseados nas nossas crenças e pensamentos que vamos demonstrando ao longo da nossa atividade dentro de uma aplicação. Estas são apenas as pequenas coisas da nossa vida, agora imaginem o grau de profundidade em que a IA já está a condicionar as nossas escolhas”, exemplifica. (Ler todo o artigo, aqui)

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