O antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe morreu esta sexta-feira na sequência do ataque a tiro durante um comício na cidade de Nara, perto de Quioto.
Em conferência de imprensa, o Hospital Universitário de Nara confirmou esta manhã a morte do antigo governante japonês. A morte foi declarada às 17h03 locais (9h03 em Portugal Continental), cinco horas depois de ter chegado ao hospital. Shinzo Abe "já não tinha sinais vitais" quando chegou ao hospital. O ex-primeiro-ministro sangrou de forma "abundante" e recebeu várias transfusões de sangue para tentar salvar a sua vida, indicou o médico.
A polícia japonesa deteve um suspeito do ataque, Tetsuya Yamagami, com cerca de 40 anos. Está acusado de tentativa de homicídio e usou “um equipamento semelhante a uma arma” na execução do ataque. As fotografias e vídeos do ataque sugerem que se trata de uma arma fabricada em casa.
O atentado contra Shinzo Abe está a ser condenado por vários dirigentes mundiais e organizações internacionais. Em Portugal, o presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa diz estar "chocado" com o assassinato.
"O Presidente da República, chocado com o vil assassinato do antigo Primeiro-Ministro do Japão, Shinzo Abe, apresenta ao Estado japonês as suas respeitosas condolências e repudia esta lamentável manifestação de violência", lê-se numa nota publicada esta sexta-feira na página da presidência.
Por sua vez, o Governo português, na pessoa do ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho condenou o ataque e frisou que "não há lugar para a violência na política".
Também no Twitter, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lamentou a morte do ex-chefe de Governo.
No Japão, a violência política é rara e onde as armas de fogo estão fortemente reguladas. Os assassinatos eram uma característica comum na política interna nos anos que antecederam a II Guerra Mundial, mas tornaram-se quase inexistentes ao longo das últimas sete décadas.
De resto, o país tem as regras mais rigorosas do mundo sobre a compra e o porte de armas de fogo. Por princípio, as armas de fogo não são sequer permitidas no país, mas existem algumas exceções, como as armas usadas na caça. No entanto, são várias as etapas até que se consiga comprar e ter porte de arma, desde aulas de segurança, vários exames escritos, exames médicos e comprovem a saúde física e mental ou verificação de antecedentes.
Shinzo Abe, de 67 anos, foi primeiro-ministro do Japão entre 2006 e 2007 e, mais tarde, entre 2012 e 2020. Foi o líder japonês com maior longevidade no cargo. @ RTP Notícias
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