Numa altura em que Portugal enfrenta um período de seca e que as temperaturas estão substancialmente altas, espera-se que aconteçam até sete ondas de calor por ano no interior e até quatro no litoral, avança o ‘Expresso’.
A previsão é de Pedro Matos Soares, físico da atmosfera da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que sublinha que estes fenómenos extremos são mais comuns em julho e agosto, mas isso pode mudar com as alterações climáticas.
Assim, “projeta-se que em vez de uma ou duas ondas de calor anual em Portugal, podemos passar a ter cinco a sete por ano no interior e três a quatro no litoral, algumas a estenderem-se no tempo, podendo chegar a 20 ou 50 dias no clima futuro”, alerta ao ‘Expresso’.
Segundo o responsável isto acontece devido à posição estacionária do anticiclone dos Açores a nordeste do arquipélago e acarreta riscos acrescidos, sobretudo “numa altura em que temos 96% do país em seca severa, que pode ser agravada em extensão, com a evaporação da água das albufeiras e do solo associada às elevadas temperaturas”.
“Com o coberto vegetal já tão seco, agrava-se ainda mais o risco de incêndio”, sublinha acrescentando que a única aparente vantagem é “o IPMA não prever ventos intensos”.
E o calor pode ter consequências fatais. O jornal adianta que se podem registar cerca de 2170 mortes a mais por ano devido ao excesso de calor, se as temperaturas subirem dois graus até final do século. Se chegar aos três duplica.
Ana Rita Torres, investigadora do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), recorda que “o risco pode ser minimizado através da intervenção a vários níveis, nomeadamente o social e comportamental”. @ Sapo
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