Os jovens portugueses da Geração Z e Millennials sentemse financeiramente inseguros, sofrem com níveis de stress alto e confessam estar apreensivos quanto à reforma quando terminarem a carreira profissional.
O estudo, que se baseia num inquérito a 400 jovens portugueses (200 Geração Z e 200 Millennials), e que a nível global chegou aos 23.220 inquiridos (14.808 Geração Z e 8.412 Millennials) de 46 países, conclui que 61% dos Gen Z nacionais não se sentem seguros financeiramente. Menos do que os Millennials cuja percentagem de insegurança se situa nos 65% o que compara com os 40% e 46%, respetivamente, no total dos restantes países analisados.
Os números são ainda mais expressivos quando se fala de reforma no final da carreira profissional. Apenas 27% dos Gen Z e 33% dos Millennials se sentem seguros em Portugal relativamente à sua reforma, números abaixo dos 41% registados nas duas categorias a nível global.
Nuno Carvalho, partner da Deloitte destaca que: “o atual contexto mundial conduziu a um clima generalizado de apreensão com o futuro, a que os Millennials e Geração não são alheios. Os efeitos da pandemia e, mais recentemente, da guerra na Ucrânia têm levado as gerações mais novas a reavaliarem o que é prioritário, contrariamente a algumas das conclusões em edições anteriores. Temas como a flexibilidade no trabalho, o stress ou mesmo a reforma estão agora no topo das prioridades destas gerações e devem ser tidos em consideração pela sociedade e pelas empresas.”
O stress é outra das marcas das gerações mais novas em Portugal. Cerca de 53% de Gen Z e 39% de Millennials garantem sentir-se ansiosos ou stressados na maior parte do tempo (46% e 38% respetivamente a nível global). As causas apontadas pelos entrevistados para se sentirem ansiosos ou stressados são futuro financeiro a longo prazo (Gen Z 54%|Millenials 43%), as preocupações relacionadas com a saúde mental (44%|35%), a carga laboral (43%|34%), a Família/Relações Pessoais (41%|30%) e as finanças do dia-a-dia (41%|35%).
No local de trabalho, a percentagem dos jovens que não se sentiria à vontade para falar abertamente com o seu gestor direto sobre o facto de se sentirem stressados ou ansiosos ou sobre outros desafios de saúde mental chega aos 37% na Geração Z e a 35% no caso dos Millennials.
No topo das cinco principais preocupações apontadas pelos jovens portugueses está o custo de vida tanto para a Geração Z (34%) como para os Millennials (46%). Mas a coincidência mantém-se no segundo fator de preocupação: as alterações climáticas/proteção do ambiente com 32% para os dois grupos etários. Nos restantes fatores há variações com o Gen Z a preocuparem-se com a saúde mental (27%), seguida do desemprego (19%) e da escassez de recuros (17%). Nos Millennials a desigualdade de rendimento/distribuição de riqueza (25%), o desemprego (23%) e saúde/prevenção de doenças (17%) completam o top 5 das preocupações.
Relativamente à progressão de carreira, os Gen Z demonstram ter mais vontade de mudar de trabalho do que os Millennials. Segundo o estudo, 29% dos Gen Z pretende sair do seu atual trabalho dentro de 2 anos e 20% pretende mudar dentro de 5 anos. Nos Millennials 27% que sair daqui a 2 anos e 28% daqui a 5 anos. Cerca de 36% dos Gen Z e 23% dos Millenials afirma que abandona o seu empregador mesmo se não tiver outro trabalho garantido para onde mudar.
Com a pandemia e a entrada em cena de diferentes padrões e formas de trabalhar, segundo este estudo da Deloitte 16% dos Gen Z trabalham remotamente, 24% de forma híbrida e 54% trabalham sempre a partir do escritório do seu empregador. Nos Millennials os valores são semelhantes: 18% trabalha remotamente, 25% híbrido e 53% totalmente presencial.
Mas estes dados não estão totalmente alinhados com os desejos dos jovens trabalhadores portugueses com uma larga maioria de Gen z a querer formas híbridas de trabalho (72%) e com remoto (8%) ou presencial (14%). Nos Millennials a dispersão é semelhante com uma larga maioria (64%) a preferir o modelo híbrido e o remoto (19%) e o presencial (12%) em minoria nas preferências dos jovens trabalhadores portugueses. @Sapo
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