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segunda-feira, 18 de julho de 2022

como as ondas de calor afetam a nossa saúde a longo prazo

Os dias muito quentes podem levar à desidratação, à exaustão e, nos piores casos, à insolação. Mas afinal, como é que as ondas de calor podem ter impacto na nossa saúde a longo prazo?

O hemisfério norte tem registado temperaturas altas como há muito não se sentiam. As autoridades de saúde da Europa, dos EUA, do Reino Unido e do Japão têm alertado para os cidadãos evitarem grandes exposições solares, não apenas para evitar a insolação, mas também para contornar as consequências a longo prazo para a nossa saúde.

À medida que as temperaturas aumentam, os investigadores da área vão encontrando ligações entre a exposição prolongada ao calor e certas condições de saúde, como diabetes, cálculos renais, obesidade e doenças cardíacas. “Embora o aumento do risco de insolação seja uma manifestação óbvia do aquecimento global, as alterações climáticas estão atualmente a causar problemas de saúde, tanto de forma direta como indireta”, refere Richard J. Johnson, professor de medicina e investigador da Universidade do Colorado Anschutz Medical Campus, citado pela TIME.

Os dias demasiado quentes provocam risco elevado de desidratação, que pode causar disfunção cognitiva, pressão alta e lesões renais agudas. De acordo com as declarações de Johnson, as pessoas desidratadas não conseguem eliminar as toxinas, acumulando-as nos rins e no soro sanguíneo. Esta acumulação provoca um risco aumentado de diabetes e síndrome metabólica (combinação de açúcar elevado no sague, pressão alta, colesterol e obesidade abdominal). “À medida que as temperaturas aumentam, é provável que as incidências de doenças metabólicas também aumentem, juntamente com o risco simultâneo de ataque cardíaco”, acrescenta o investigador.

A exposição prolongada ao calor pode, também, resultar no aumento do desenvolvimento de cálculos renais. Segundo um estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences em 2008, o risco de desenvolver problemas renais é elevado quando há baixa ingestão de líquidos nos períodos quentes. Os autores descobriram ainda que mesmo que os cálculos renais não se desenvolvam, a exposição a altas temperaturas e a desidratação podem causar danos irreversíveis nos rins.

A relação entre as ondas de calor e a obesidade também foi analisada por Johnson, ao comparar os animais aos humanos. “Quando um animal começa a desenvolver desidratação, desencadeia a produção de frutose a partir de carboidratos. A frutose estimula a produção de vasopressina, que estimula a produção de gordura. A gordura é realmente utilizada pelos animais para sobreviver quando não há água disponível”, diz o investigador. Assim, a produção de gordura é a reação do corpo à desidratação.

Algumas soluções para enfrentarmos os dias quentes por que estamos a passar é hidratarmo-nos e procurarmos por lugares frescos e à sombra. @ Sapo

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