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quarta-feira, 6 de julho de 2022

"Portugal teve em 2020 a pior taxa de mortalidade materna dos últimos 38 anos"

Numa altura em que o encerramento dos serviços de ginecologia e obstetrícia por falta de profissionais continua a preocupar, Portugal teve, em 2020, a pior taxa de mortalidade materna dos últimos 38 anos.

Marta Temido foi esta quarta-feira ouvida em comissão parlamentar sobre a política geral do Ministério da Saúde. 

A ministra  parabenizou todas as escolhas que permitiram que o SNS vencesse a luta contra a Covid-19, mas não sem admitir algumas falhas: "Sabemos bem que o SNS enfrenta problemas na resposta, sobretudo na retenção e motivação dos profissionais de saúde. Os últimos dias têm-no demonstrado."

Das várias reações, o deputado Ricardo Batista Leite referiu: "É importante para as mulheres grávidas que estão em casa a assistir a todo este cenário saibam o que falhou e o que é que foi corrigido. Isto toca, inevitavelmente, a questão da mortalidade materna. Portugal apresentou, para 2020, a pior taxa de mortalidade materna dos últimos 38 anos. Desde 1982 que não assistíamos a uma taxa de mortalidade [tão alta]. Foram 17 mulheres que morreram ou durante a gravidez, ou durante o parto ou durante o puerpério (até 42 dias após o parto)", alertando para a tendência que se verifica já desde 2019.

O Polígrafo consultou os mais recentes dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, relativos a 2020 e atualizados no dia 25 deste mês: Foram, nesse ano, 19 as mulheres que morreram devido a complicações relacionadas com a gravidez, parto e puerpério. Dados não se encontram especificados e já diferem dos que foram noticiados no final de maio deste ano pelo "Jornal de Notícias" (na altura registavam-se 17 mortes).

Ora, ainda que o número já tenha aumentado, a verdade é que a taxa de mortalidade materna, tendo em conta que, em 2020, se registou em Portugal o nascimento de 84.426 nados-vivos, filhos de mães residentes em território nacional, rondou os 22,5 óbitos por 100 mil nascimentos. De acordo com os dados do INE remetidos ao Polígrafo, é preciso recuar 38 anos, até 1982, tal como referiu Batista Leite, para encontrar um número tão elevado. @ Sapo    
                                                                                                                                       cortesia de Constância Silva, docente de Inglês e colaboradora do CRESCER

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