Portugal surge a meio da tabela dos países que mais pagam aos professores em toda a Europa, em 17.º lugar (num total de 37 países), com uma média de 22 374 euros por ano. A lista consta de um estudo com dados recolhidos pela Comissão Europeia/EACEA/Eurydice, e é encabeçada pelo Luxemburgo, onde os professores recebem, em média, mais de 69 mil euros por ano. A recolha de informações apurou que o nosso País é o terceiro no ranking dos países europeus que menos aumentaram os salários dos docentes na última década: Entre 2009/2010 e 2020/2021, só se registou um aumento de 5%.
O estudo, que inclui os salários brutos iniciais de professores das escolas públicas, na educação básica e ensino secundário, apurou que entre países da UE o selário médio é de 25 055 euros.
Na lista de países europeus, o Luxemburgo é líder nos que mais paga aos professores, seguido da Suíça (66 972 euros por ano) e da Alemanha (54 129 euros). Portugal aparece atrás de França, Itália, ou Chipre, sendo que no fim da lista contam a Sérvia, a Bósnia Herzegovina e a Albânia. A diferença entre os vários países significa que, no Luxemburgo ou na Suíça, o salário dos professores em inicio de carreira chega a ser mais do dobro do que é pago em Portugal.
Portugal surge em 15.º lugar (com o salário dos professores a corresponder a mais de 25 mil PPS), na tabela liderada pela Alemanha (mais de 50 mil PPS).
Onde Portugal surge entre os piores classificados é nos aumentos salariais dos professores na última década. Entre 2009/2010, quando o salário anual médio de um professor em início de carreira era de 21 261 euros (15.º lugar) e 2020/2021, o valor auferido variou em +5%. Só cresceu menos no Chipre (2%) e na Turquia, onde se verificou uma redução de 10% no valor. Em contraciclo, segundo os dados da Comissão Europeia está a Lituânia, que registou um aumento de 296% nos salários, a Roménia (193%) ou a Bulgária (180%).
Professores pouco satisfeitos, e cada vez menos
Segundo os dados da Comissão Europeia, que cita a TALIS – Questionário Internacional de Ensino e Aprendizagem, só 26% dos professores de países da ODCE sentia que o seu trabalho era valorizado. 39% dos docentes afirmava que estava satisfeito com o salário.
Quanto a investimento na Educação, feito em cada país, os números revelam que, na UE, em média cada país gastava 5% do PIB nesta pasta, precisamente o investido por Portugal. Islândia (7,7%), Suécia (7%) e Estónia (6,6%), surgem nos primeiros lugares.
A Comissão Europeia assinala assim o problema da falta de professores, destacando que tem havido redução no número de docentes em países da Europa. Por exemplo, diz a CE, ficaram por preencher 30 mil vagas na Alemanha e faltam 20 mil professores na Polónia, 10 mil na Hungria e mais de quatro mil em França. @ Sapo
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