As obras no viaduto do Brás Oleiro, em Águas Santas, na Maia, que cortaram a Rua de D. Afonso Henriques, já começou a dar dores de cabeça a quem usava a passagem diariamente, e que agora vê-se obrigado a usar trajetos alternativos nos próximos 146 dias, prazo estimado para a conclusão dos trabalhos. Entre fazer desvios com o carro e andar a pé, os residentes reclamam que "apesar de os trabalhos serem precisos, são feitos nas piores épocas".
Junto à ponte está o jardim de infância "O Amanhã da Criança", que recebe muitas crianças todos os dias. Filipa Silveira ia buscar o filho e teve de deixar o carro estacionado do outro lado da empreitada, "para não ter de ir à volta e perder mais tempo". "As obras são precisas, mas deviam ser feitas nas férias, não era agora com aulas a decorrer", observou, antecipando a agitação que vai viver "até que os trabalhos acabem".
Os passeios laterais estreitos já eram uma dificuldade para os que passavam a pé. Mas o problema agravou-se agora para pessoas de mobilidade reduzida, como a mãe de Jorge Soares que "quase não conseguia passar para o outro lado". "Chegámos a parar o trânsito para a cadeira de rodas passar. Mas agora é quase impossível, porque as obras nem pensaram em pessoas na condição da minha mãe", referiu Jorge.
O corte da via foi anunciado para quinta-feira, mas só ontem é que foi concretizado. Ainda assim, muitas pessoas foram surpreendidas com o corte da rua D. Afonso Henriques.
Palmira Lopes, que reside mesmo ao lado da ponte de Brás Oleiro, estava no autocarro a caminho do trabalho e, quando se apercebeu, "o transporte não estava a fazer o caminho habitual". Acabou por sair na estação a seguir, quando lhe disseram que, por causa das obras, os trajetos tinham sido alterados.
Surpreendida por não saber do corte da via, a residente declarou que, para ir trabalhar, vai passar a ponte e fazer o restante caminho a pé a partir de agora, "evitando fazer uma volta tão grande todos os dias".
Aventino Gonçalo tem uma motomecânica que também fica mesmo ao lado do viaduto. Apesar de não ser uma "ameaça" para o seu negócio, o proprietário afirmou que é necessário haver "um sacrifício de todos para que no final o local seja seguro": " as pessoas vão ter de perder mais tempo nas deslocações e o combustível não pára de subir. É um sacrifício para que as obras sejam feitas e fique resolvido". @ JN
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