“Todas as semanas há 600, 700 ou mais vagas para substituir” nas escolas em Portugal, alertou esta quarta-feira Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), em declarações à rádio ‘Renascença’ – com o arranque do ano letivo há um mês, ainda há milhares de alunos a quem falta, pelo menos, um professor, um problema com maior expressão na Grande Lisboa, Alentejo e Algarve, e sobretudo nas disciplinas de informática, geografia, história, português, matemática e físico-química.
“O problema é grave”, assumiu o responsável, defendendo “ser preciso que o ministério e que o Governo tomem medidas para que, nos próximos 3 e 4 anos se formem professores”.
O número recorde de professores a pedir reforma – 2.107 docentes – dos últimos 9 anos tem causado alerta. “Neste momento, nas universidades e nos cursos de educação não há alunos suficientes para substituir os que se vão aposentar nos próximos anos”, frisou Manuel Pereira, lembrando que aos poucos “o sistema tem estado a perder professores” – entre 2021 e 2023 é esperada a saíde de mais de 5 mil docentes. Para isso, são necessárias soluções. “É preciso que o salário seja estimulante”, algo que não encontra resposta no Orçamento do Estado para 2023. “Considera a educação como um parente pobre, não há medidas que, de alguma forma, possam perspetivas melhorias desta área para o futuro”.
Manuel Pereira lançou o desafio às autarquias. “Se o ministério não tem condições para resolver o problema, pelo menos, as autarquias deveriam encontrar uma solução à semelhança do que foi feito para fixar médicos”, exortou.@ Sapo
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