Na última semana a foram notificados na Europa mais de 1,4 milhões de casos positivos. O chefe da Equipa de Alta Ameaça Patogénica da OMS/Europa alerta para a possibilidade "outras variantes mais transmissíveis".
A Europa registou 1,4 milhões de infeções e 3250 mortes na última semana, um novo aumento da covid-19 que obriga os países a preparem-se para um crescimento de casos e hospitalizações, alertou esta terça-feira a Organização Mundial da Saúde.
"Não podemos dar-nos ao luxo de ser complacentes neste momento", adiantou à agência Lusa Richard Pebody, chefe da Equipa de Alta Ameaça Patogénica da OMS/Europa com sede em Copenhaga, ao salientar que o continente tem registado um aumento de contágios pelo coronavírus SARS-CoV-2 desde o início de outubro.
Com a chegada do outono e a aproximação do inverno, "estamos preocupados com um possível aumento dos números da covid-19 e da doença correspondente", reconheceu o epidemiologista.
Segundo disse, apenas na última semana foram notificados na Europa mais de 1,4 milhões de casos positivos e 3.250 óbitos, que elevaram para cerca de 260 milhões o total de infeções e mais 2,1 milhões de mortes desde o início da pandemia.
"Encorajamos os países a prepararem-se para possíveis novos aumentos de casos e internamentos por covid-19", sublinhou Richard Pebody, tendo em conta que algumas subvariantes da Ómicron são mais transmissíveis do que as suas antecessoras e que muitas pessoas continuam por vacinar ou têm a vacinação incompleta.
"Também é possível que haja outras variantes mais transmissíveis, por isso não podemos dizer com certeza o que pode acontecer a seguir", referiu o especialista da OMS/Europa à Lusa, ao recordar que a forma mais eficaz de salvar vidas, proteger os sistemas de saúde e manter as sociedades e as economias abertas é "vacinar primeiro os grupos certos".
De acordo com o responsável da Equipa de Alta Ameaça Patogénica, apesar de muitos países terem reduzido os testes e a sequenciação do SARS-CoV-2, é necessário "continuar à procura do vírus", sob pena de ficarem "cada vez mais cegos" em relação aos seus padrões de transmissão e à sua evolução.
"Este vírus não vai desaparecer só porque os países pararam de procurá-lo. Continua a espalhar-se, continua a mudar e continua a causar hospitalizações e a tirar vidas", alertou Richard Pebody, para quem a testagem e a sequência genética "continuam a ser medidas críticas para a monitorização" do SARS-CoV-2.
Perante isso, o epidemiologista adiantou que a OMS encoraja os países a "reiniciar ou manter a vigilância, a testagem, a sequenciação e rastreio de contactos", para que seja possível proteger os grupos vulneráveis. @ DN
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