Este ano, o Dia do Trabalhador e o Dia da Mãe celebram-se na mesma data.
"A evolução histórica é notória, mas ainda há caminho a percorrer no que respeita à situação laboral das mulheres e mães portuguesas", alerta a instituição em comunicado de imprensa. "Estes são também dados que permitem verificar as diferenças que as mulheres em Portugal apresentam face às dos restantes países da União Europeia e a sua vulnerabilidade face à pobreza e ao desemprego", refere ainda o documento. Os números recolhidos atentam-no.
Trabalho e salário
Existem atualmente 2,4 milhões de mulheres trabalhadoras em Portugal. Representam metade da população empregada, 88% das quais trabalha por contra de outrem. Das trabalhadoras por conta de outrem, 83% estão efetivas e 14% têm contrato a prazo.
Em termos de população empregada, a diferença numérica entre homens e mulheres não é grande. Em 2021, o número oficial de homens era 2.428.600 e o de mulheres 2.383.700. Mas, ao fim do mês, eles não levam para casa o mesmo que elas. "Elas ganham, em geral, menos 220 € por mês. Mas a diferença acentua-se nos níveis mais elevados. Nos quadros superiores, elas ganham menos 700 € que os homens e menos 326 € entre os profissionais altamente qualificados", sublinha.
Ainda assim, as coisas têm evoluído. Hoje, elas estão mais presentes nos cargos de decisão empresariais. "Quase um terço dos cargos dos conselhos de administração das empresas cotadas em bolsa são ocupados por mulheres", constata a fundação.
"Portugal é o décimo-primeiro país da UE27 com maior peso das mulheres nos conselhos de administração das empresas. A evolução em Portugal tem sido notória. Antes de 2010, o peso das mulheres era inferior a 5%", recorda esta entidade. O peso das empregadoras também aumentou. Em 1974, eram cerca de 12.000. Hoje, rondam os 76.500. "No contexto da UE27, Portugal é o segundo país onde o peso das empregadoras é mais elevado", regozija-se esta entidade.
O desemprego também as afeta mais. Mais de metade dos desempregados inscritos no Instituto do Emprego e da Formação Profissional são mulheres, 57%. "São também elas que estão em maioria enquanto beneficiárias dos subsídios de desemprego (56%) e do subsídio social de desemprego (61%)", refere.
Maternidade
As dificuldades sentidas acabam por levar muitas mulheres a adiar a maternidade. Em 1960, tinham o primeiro filho aos 25. Hoje aos 30,7 anos.
"As mulheres têm vindo a optar por serem mães pela primeira vez numa idade mais tardia. Portugal é o oitavo país da UE27 onde as mulheres têm o primeiro filho mais tarde. Este adiamento reduz a probabilidade de famílias numerosas. O número médio de filhos por mulher é de 1,4 crianças, o oitavo valor mais baixo da UE27. Para que a substituição de gerações seja assegurada, é preciso que cada mulher tenha em média 2,1 filhos", avisa o relatório da fundação portuguesa. @ Sapo
cortesia do envio de Constância Silva, docente colaboradora do CRESCER
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