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segunda-feira, 30 de maio de 2022

OMS diz que o vírus da varíola dos macacos pode ser a "ponta do icebergue"

 Excluindo os países em que o vírus habitualmente circula, já há mais de 200 casos de varíola dos macacos à escala internacional, dos quais 74 foram registados em Portugal. Conheça os cuidados a ter e os principais sinais de alerta.


Espanha já soma 98 casos, mas Portugal lidera a lista de países com mais infetados por milhão de habitantes. A Direção-Geral da Saúde já registou 74 pessoas infetadas em pouco mais de uma semana e a Organização Mundial da Saúde (OMS) também já comentou a recente propagação "fora do comum".
"Não sabemos se estamos a ver apenas a ponta do icebergue", disse Sylvie Briand, chefe de prevenção e preparação para epidemias e pandemias da OMS, em declarações citadas pelo "Diário de Notícias".
A especialista explicou que "ainda estamos do início" e que a OMS sabe que serão registados "mais casos nos próximos dias". No entanto, garante que o cenário atual não deve ser motivo de "pânico". "Esta não é uma doença com a qual o público em geral se deve preocupar. Não é a covid ou outras doenças que se espalham rapidamente", frisou.

Afinal, como se transmite?
A varíola dos macacos, mais precisamente o vírus que lhe dá origem (do género Ortopoxvírus), é semelhante ao da varíola, que foi erradicada há mais de 40 anos. Os especialistas continuam a estudar as variantes deste vírus, no entanto, sabe-se que o contágio entre humanos é raro, mas possível.
O vírus pode transmitir-se através do contacto com uma pessoa ou animal infetado ou por materiais contaminados, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), e não tem qualquer ligação direta ao género ou orientação sexual, como especialistas já reforçaram.
Entra no corpo através de partes danificadas na pele, por gotículas respiratórias ou fluidos corporais, sendo que a transmissão também pode acontecer a partir do contacto com animais mortos ou do consumo de carne de caça, noticia o jornal "Público".
A maioria dos infetados de que há registo são homens, com idade igual ou superior a 40 anos, no entanto o primeiro caso confirmado de varíola dos macacos numa mulher foi detetado em Espanha, na comunidade de Madrid. O caso foi comunicado esta quinta-feira, 26 de maio, pela agência EFE, posteriormente citada pela TSF.

Quais são os sintomas?
A infeção com varíola dos macacos provoca sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, nódulos linfáticos inchados, arrepios de frio e exaustão.
Sendo que um sintoma comum, que se manifesta geralmente entre o primeiro e o quinto dia após a febre, é o desenvolvimento de erupções cutâneas. Tanto na cara como no corpo.
O vírus pode ficar incubado entre 6 a 16 dias, mas pode chegar aos 21, daí o isolamento prolongado definido pela Bélgica. Quando a crosta cai, uma pessoa deixa de ser infeciosa, avança o "Diário de Notícias".
Até à data, a varíola dos macacos tende a provocar uma "doença leve", por isso, os sintomas desaparecem espontaneamente duas a três semanas após a infeção. No entanto, o ECDC avança que as pessoas imunocomprometidas estão especialmente em risco de ter doença grave provocada por este vírus.

E as vacinas?
A União Europeia já terá decidido avançar com a compra conjunta de vacinas e de antivirais para combater os recentes surtos de varíola dos macacos. De acordo com o jornal "Público", a hipótese de vacinação está em cima da mesa, mas ainda está a ser estudada pela Comissão Técnica de Vacinação da DGS.
Margarida Tavares, porta-voz da DGS para este surto, já avançou a possibilidade de Portugal apostar na vacinação para profissionais de saúde e pessoas imunocomprometidas, no entanto ainda não certo quando (ou se) esta vai mesmo para a frente.
Ao que se sabe, Portugal não vai comprar diretamente vacinas ou usar as vacinas contra a varíola que existem nas reservas nacionais, tendo em conta que a compra será concertada e conjunta com os países-membros da União Europeia, escreve a mesma publicação. @ Sapo

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