O Reino Unido e Espanha prepara-se para vacinar contra a varíola a alguns profissionais de saúde e outros que podem te sido expostos, perante o aumento de casos na Europa – esta quinta-feira foram assinalados os primeiros casos em Itália e Suécia.
Também Espanha prepara a compra de milhares de doses de uma vacina aprovada contra a varíola tradicional que pode ser útil para interromper a transmissão do vírus, contra o qual não há um soro específico na Europa – esta vacina não se destina à população em geal mas apenas aos contactos de casos confirmados numa estratégia denominada ‘anel’ que já foi utilizada com sucesso para erradicar a varíola em 1977. Em Espanha foram confirmados, esta quinta-feira, sete casos e há 24 suspeitos na Comunidade de Madrid, e outro possível na Gran Canaria.
Existem duas estirpes principais: a do Congo, que é mais grave – com até 10% de mortalidade – e a da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente espalha-se por contacto próximo e ocorre em grande parte na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, pelo que esta nova onda de casos fora do continente causou preocupação.
No Reino Unido, foram detetados nove casos da estirpe da África Ocidental relatados e, segundo um porta-voz da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA), apesar de não existir uma vacina específica, uma vacina contra a varíola oferece alguma proteção. Os dados mostram que as vacinas usadas para erradicar a varíola são até 85% eficazes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. “Aqueles que precisaram da vacina foram-lhes oferecidas”, acrescentou o porta-voz da UKHSA, sem revelar detalhes sobre quantas pessoas foram vacinadas até agora.
O primeiro caso europeu foi confirmado a 7 de maio num indivíduo que regressou a Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endémica. Desde então, Portugal registou 14 casos e a Espanha confirmou sete casos. Os Estados Unidos e a Suécia também relataram um caso cada. As autoridades italianas confirmaram um caso e suspeitam de mais dois.
Esse pico incomum de casos fora de África pode sugerir um novo meio de propagação ou uma mudança no vírus, segundo Anne Rimoin, professora de epidemiologia da UCLA, na Califórnia. “Mas tudo isso está para ser determinado”. “Não vai causar uma epidemia nacional como a Covid-19”, alertou Jimmy Whitworth, professor de saúde pública internacional da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. “Mas é um surto sério de uma doença grave – e devemos levar isso a sério.” @ Sapo
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