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segunda-feira, 22 de maio de 2023

educação: provas de aferição geram discórdia

Pela primeira vez, as provas de aferição são feitas em formato digital. O Nascer do SOL falou com encarregadas de educação e uma professora para compreender o que pensam sobre esta ferramenta de avaliação.

O Governo determinou que, pela primeira vez, as provas de aferição do ano letivo em curso serão realizadas em formato digital. A primeira prova será feita entre os dias 16 e 26 de maio pelos alunos do 8º ano à disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação. Mas o que pensam os professores e encarregados de educação destas ferramentas de avaliação?
«Sou mãe de uma criança de 7 anos, que está no 2.º ano, e de uma criança de 10, que está no 5.º. Ambas com provas de aferição. Faltaram e vão faltar às mesmas. Eu e o meu marido como pais e encarregados de educação assumimos as nossas responsabilidades e impedimos que os nossos filhos participem em iniciativas com as quais discordamos», explica uma mãe ao Nascer do SOL, enquanto outra questiona: «Para quê as provas de aferição? A minha filha está no 5.º ano, mal sabe mexer no computador, quanto mais fazer uma prova. Já lhe disse para não se preocupar com elas».
Por outro lado, uma professora critica: «As provas de aferição não cumprem qualquer objetivo para que foram criadas a não ser concluir que não se devem realizar. Os alunos deveriam treinar capacidades de interpretação, de expressão e de comunicação e não apenas clicar na quadrícula certa. O Ministério da Educação estava tão ‘preocupado’ com as aulas perdidas por causa da greve de professores, mas agora não se preocupa nada em fazer perder aulas para a realização das provas. Só quem está na escola percebe a inutilidade e o absurdo que estas provas são».
Como o Nascer do SOL noticiou em 2022, os resultados da 1ª fase das provas finais do 9.º ano mostraram uma quebra do desempenho dos estudantes após dois anos de pandemia, o que já tinha sido visível no ano anterior nos exames do Ensino Secundário. Há um ano, quando foram conhecidos os resultados das provas finais do 3.º Ciclo do Ensino Básico, que estiveram suspensas nos últimos anos e que foram retomadas embora sem peso nas notas, como assinalou o Ministério da Educação, salientando que estas provas «assumem especial importância na medida em que têm como objetivo primo informar e sustentar intervenções pedagógicas», percebeu-se que os estudantes não estavam preparados.
A prova de Matemática voltou a registar média negativa a nível nacional – com 45 pontos em 100. Em 2019, o último ano em que se tinham realizado estas provas, a Matemática tinha alcançado uma média de 55%. No ano passado, o resultado foi pior do que em 2018, quando a média dos estudantes do nono ano era de 47%. Já a Português a média foi positiva, mas por pouco, com 55% de classificação média a nível nacional. Em 2019, os resultados já estavam a cair face ao ano anterior, mas eram superiores, com 60% de classificação média a nível nacional. @ Sapo

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