Entrevista ao meu avô Manuel Alves
Realizado por: Afonso Ribeiro, N.º1, 9ºK
Disciplina de História - Profª Sara
Botelho
(avô Manuel Alves) |
As dificuldades enfrentadas no Estado Novo
O trabalho infantilAs liberdades retiradas pela PIDE
A PIDE (ou Polícia Internacional e de Defesa do Estado) foi a polícia política portuguesa durante o Estado Novo. No entanto, esta revelou-se repressora ao punir todos que se opunham ao novo regime político. Ninguém podia falar com amigos na rua sobre política ou falhas no novo sistema, pois outros membros do povo, ou até os próprios amigos podiam denunciar os que falavam sobre estes tópicos à PIDE. O meu avô, quando não estava a trabalhar, manteve-se em casa a maior parte do tempo durante o Estado Novo para evitar conflitos com a PIDE.
(símbolo da PIDE) |
(a sede da PIDE) |
Censura
Notícias
dos países estrangeiros
O meu avô conta que não haviam métodos de comunicação do estrangeiro para Portugal devido à censura aos jornais e à rádio, e qualquer tipo de informação vinda de outros países era considerada clandestina. Ele tentou várias vezes apanhar sinal no rádio que tinha em casa com o objetivo de obter informações de outros países, mas estas tentativas foram em vão.
(um rádio da época) |
(um jornal da época) |
A rádio e o jornal
No Estado Novo, vários artigos de jornais e novelas de rádio foram censurados ou até mesmo impedidos de ser distribuídos no país. Em vez disso, foi distribuída propaganda a elogiar o novo regime político.
(propaganda) |
Hábitos e Costumes do Povo
Costumes e Entretenimento
Para o meu avô não haviam muitas formas de passar o tempo, pois falar com outras pessoas na rua revelou-se perigoso e as principais formas de entretenimento, o jornal e o rádio, foram censuradas. Por isso ele teve de se entreter com berlindes enquanto estava fora do trabalho. Quanto ao vestuário, não se usava roupas muito elaboradas, pois como os impostos estavam elevados, só havia dinheiro para roupa muito simples.
(moda dos anos 60) |
Televisão
Nesta época, a televisão era uma invenção revolucionária, por isso só os mais ricos é que a tinham nas suas casas. A televisão também estava presente nalguns cafés, que o meu avô se lembra de observar pela janela de um café local, no entanto não se recorda de nenhum programa da época.
(televisor da altura) |
A Influência do 25 de Abril
O 25 de Abril de 1974
O meu avô, no dia da revolução, acordou por volta das 6 da manhã a ouvir carros a passar à volta da sua casa. Ele decidiu ficar em casa, pois não sabia o que estava a acontecer. Horas depois, conseguiu ouvir os seus vizinhos a sair de casa a celebrar algo que não lhe era familiar. Após isso, uma mensagem passou na rádio pelo Movimento das Forças Armadas que lhe revelou tudo. Apesar de não mostrar muita emoção, o meu avô ficou muito satisfeito com esta informação, pois finalmente sentia que tinha liberdade para fazer o que queria.
(Salgueiro Maia, na revolução dos cravos) |
A maior conquista
Para o meu avô, a maior conquista deste dia foi a mudança do regime para uma democracia em que todos passaram a ter liberdade de pensamento e expressão.
Durante o Estado Novo, o meu avô passou a maior parte do seu tempo a trabalhar sem falar com quase ninguém para evitar a PIDE, com medo de ser preso por causa de uma simples conversa. Após a revolução, este sentiu-se livre da pressão de ter de se manter calado para evitar uma tragédia, e, pelas suas palavras, “acho que a vida agora é mais livre do que no passado”.
FIM
(O CRESCER alterou um pouco a formatação do trabalho original por uma questão prática de edição. Muito agradece a colaboração da professora Sara Botelho e parabeniza o aluno Afonso Ribeiro e seu avô, Sr. Manuel Alves.)
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