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terça-feira, 16 de março de 2021

escolas terão autonomia para definir critérios de avaliação do 2.º período

Ministro Tiago Brandão Rodrigues entende que as escolas têm “maturidade suficiente para entender como querem fazer a avaliação dos seus alunos”. Governante assinalou regresso do ensino presencial em escola de Paços de Ferreira.

Adriano Miranda

As escolas têm autonomia para definir os critérios de avaliação do 2.º período que melhor se adaptem ao facto de a generalidade das aulas ter sido dada remotamente. A garantia foi dada esta segunda-feira pelo ministro da Educação durante uma visita ao Centro Escolar de Paços de Ferreira, que serviu para assinalar a retoma do ensino presencial para as crianças até ao 1.º ciclo. Tiago Brandão Rodrigues afastou a hipótese de a tutela emitir qualquer orientação sobre a forma como devem ser dadas as notas nas próximas semanas.

Brandão Rodrigues entende que as escolas têm “maturidade suficiente para entender como querem fazer a avaliação dos seus alunos”. “Relativamente a isso estamos muito confortáveis, os directores das escolas, os conselhos pedagógicos, os professores e educadores deste país conheceram as regras e sabem todos os protocolos que cada um dos agrupamentos definiu”, acrescentou.

O Ministério da Educação não vai emitir qualquer orientação relativa às avaliações. O 2.º período termina no final da próxima semana e os conselhos de turma vão reunir na semana seguinte, quando os alunos forem de férias, para atribuir as notas dos seus alunos. 

No ano passado, a tutela também não emitiu nenhum documento sobre esta matéria, na sequência do primeiro confinamento. Chegou a ser noticiado que as notas do 2.º período seriam mantidas no 3.º período, o que foi depois desmentido pelo ministério.

As realidades das escolas “são todas diferentes” e, por isso, não faria sentido que existisse uma orientação nacional, considera o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira. A avaliação é uma “matéria que deve ser da autonomia das escolas”, concorda Filinto Lima, da Associação Nacional dos Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas.

“Já tivemos a mesma experiência no ano passado”, acrescenta Lima, segundo o qual os testes escritos vão ser, neste período de ensino à distância “menos preponderantes”, mas dimensões como a capacidade dos alunos trabalharem autonomamente “mais valorizado”. Dimensões como a presença nas aulas, a participação e a resposta aos desafios propostos pelos professores passam a ter um peso mais determinante na nota dos alunos no 2.º período, acrescenta Manuel Pereira. Depois da transição para o ensino à distância, “os critérios de avaliação foram revistos pela generalidade das escolas”, avança o líder da ANDE.

Os professores “percebem que estas avaliações decorrem num contexto diferente”, acredita o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascenção, “e sabem que devem adaptar” os critérios às características do ensino à distância, mas também às matérias que puderam ser, efectivamente, trabalhadas nos últimos dois meses. “Só se pode avaliar aquilo que se ensina. Mas foi sempre assim”, afirma ainda.

No final da visita à escola de Paços de Ferreira – um concelho particularmente atingido pela covid-19 no início das duas primeiras vagas da pandemia – o ministro considerou ainda que o segundo confinamento “correu bem melhor” do que o primeiro, no ano lectivo anterior, uma vez que “as escolas estão mais bem preparadas” e os “professores têm mais experiência". @ PÚBLICO



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