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terça-feira, 29 de novembro de 2022

um texto por dia: "como imaginas a terra em 2122?" (7)

Hoje, o CRESCER apresenta o sétimo texto do 10ºA, dos onze publicados no PÚBLICO. Faltam quatro. Um por dia...

Um mundo simples e saudável

13 de fevereiro de 2112: são 7 horas da manhã, o despertador começa a tocar, já está na hora de me preparar para ir para escola.

Mal acordo, a primeira coisa que faço é tomar uma pílula de desintoxicação, nesta altura toda a gente é obrigada a tomá-la, devido aos compostos químicos a que somos expostos diariamente. Após isso, tomo o pequeno-almoço, escovo os dentes e visto-me, a máscara é uma peça indispensável à sobrevivência do Homem, fazendo a assim parte da minha indumentária diária.

desenho de Leonor Belchior, aluna de 11º ano, Ermesinde

O caminho para a escola é a parte mais depressiva do meu dia, agora é praticamente impossível sair de casa sem carro, visto que lá fora as temperaturas podem chegar a cerca de 70 graus e vislumbra-se um forte nevoeiro formado pela quantidade excessiva de gases na atmosfera, que torna o ar irrespirável.

Na escola, não se verificam grandes diferenças, a não ser em relação aos métodos de ensino: os computadores e telemóveis deixaram de ser usados, visto que o lítio se transformou num metal escasso, incapacitando a produção de aparelhos eletrónicos. Em relação aos meus colegas, estou com eles há três anos e, mesmo assim, ainda não consegui ver a cara deles. Em relação às refeições, como todos os dias a mesma coisa, visto que a água já não pode ser utilizada para consumo próprio e a maioria das fontes nutricionais foram sido extintas. A minha alimentação baseia-se em barras nutricionais sintetizadas e a um líquido com um cheiro forte.

Ao chegar a casa a primeira coisa que faço é ver televisão, com a esperança de que as coisas tenham melhorado, mas não, ao invés disso, vejo e ouço sempre as mesmas notícias: o agravamento da poluição atmosférica, o aumento dos danos irreversíveis da camada de ozono, a poluição descontrolada dos mares e rios, a nova lista de espécies que acabam de se extinguir, o aumento das doenças e a escassez de matérias primas como a madeira, gás e o petróleo.

À noite, a única coisa que me resta é deitar-me e esperar que um dia o mundo seja um lugar como já havia sido um dia, simples, pacífico e saudável.

                                                                                                                                   Rúben Pacheco, 10º A

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