Hoje, o CRESCER apresenta o sétimo texto do 10ºA, dos onze publicados no PÚBLICO. Faltam quatro. Um por dia...
Um mundo simples e
saudável
13 de fevereiro de 2112: são 7 horas da manhã, o
despertador começa a tocar, já está na hora de me preparar para ir para escola.
Mal acordo, a primeira coisa que faço é tomar uma pílula de desintoxicação, nesta altura toda a gente é obrigada a tomá-la, devido aos compostos químicos a que somos expostos diariamente. Após isso, tomo o pequeno-almoço, escovo os dentes e visto-me, a máscara é uma peça indispensável à sobrevivência do Homem, fazendo a assim parte da minha indumentária diária.
desenho de Leonor Belchior, aluna de 11º ano, Ermesinde |
O caminho para a escola é a parte mais depressiva do
meu dia, agora é praticamente impossível sair de casa sem carro, visto que lá
fora as temperaturas podem chegar a cerca de 70 graus e
vislumbra-se um forte nevoeiro formado pela quantidade excessiva de gases na
atmosfera, que torna o ar irrespirável.
Na escola, não se verificam grandes diferenças, a não
ser em relação aos métodos de ensino: os computadores e telemóveis deixaram de
ser usados, visto que o lítio se transformou num metal escasso,
incapacitando a produção de aparelhos eletrónicos. Em relação aos meus colegas,
estou com eles há três anos e, mesmo assim, ainda não consegui ver a cara
deles. Em relação às refeições, como todos os dias a mesma coisa, visto que a
água já não pode ser utilizada para consumo próprio e a maioria das fontes
nutricionais foram sido extintas. A minha alimentação baseia-se em barras
nutricionais sintetizadas e a um líquido com um cheiro forte.
Ao chegar a casa a primeira coisa que faço é ver
televisão, com a esperança de que as coisas tenham melhorado, mas não, ao invés
disso, vejo e ouço sempre as mesmas notícias: o agravamento da poluição
atmosférica, o aumento dos danos irreversíveis da camada de ozono, a poluição descontrolada dos mares
e rios, a nova lista de espécies que acabam de se extinguir, o aumento das
doenças e a escassez de matérias primas como a madeira, gás e o petróleo.
À noite, a única coisa que me resta é deitar-me e
esperar que um dia o mundo seja um lugar como já havia sido um dia, simples,
pacífico e saudável.
Rúben Pacheco, 10º A
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