A ‘democratização’ da impressora 3D veio trazer uma verdadeira revolução em vários setores, ao permitir construir ou criar qualquer modelo que se consiga imaginar. Acontece que, como em qualquer tecnologia, depressa o seu potencial de aplicação militar, de guerra ou armamento foi identificado e, agora, as armas fabricadas através de impressoras 3D são já uma ameaça à segurança identificada pela Interpol.
Em declarações ao Al Arabiya, um porta-voz da Interpol diz que este tipo de armas são uma “ameaça séria” à segurança e apela aos governos de todo o mundo para que tomem medidas para atualizarem as leis perante o rápido desenvolvimento da tecnologia de impressão 3D, a “nível de sofisticação e produção”.
Ainda que as armas produzidas por impressoras 3D sejam atualmente limitadas e pequenas, é expectável que com o desenvolvimento da tecnologia e qualidade de impressão, as armas ‘impressas’ em 3D se tornem depressa mais sofisticadas e mais poderosas.
Já existem impressões de armas de natureza militar e com potencial de fogo considerável. A evolução dos materiais de impressão vão impactar a crescente sofisticação na produção deste armamento e a ameaça que representam”, afirma o responsável.
“Estamos a enfrentar uma ameaça séria, se medidas legais não forem tomadas para controlar a produção de impressoras e de materiais de impressão necessários para o seu uso”, alerta a Interpol.
Existem três tipos de armas impressas em 3D: as completamente impressas nas impressoras 3D, com “capacidade limitada devido à ausência de componentes metálicos e estrutura frágil”, as híbridas, construídas com elementos impressos em 3D e outro componentes metálicos não -controláveis, como molas e tubagens, e as armas com molduras impressas em 3D, nas quais os componentes essenciais são produzidos comercialmente e apenas o exterior da arma, ou seja, o ‘esqueleto’ onde os componentes se montam, é que é produzido em 3D.
Esta força policial europeia adianta que as armas 3D produzidas são “ilegais, segundo o critério legislativo em vigor na maioria dos países”, mas há algumas lacunas legais a ver resolvidas para evitar o seu fabrico. “Ao mesmo tempo, as leis nacionais, e os tratados e convenções sobre armas a nível internacional, deviam de ser atualizados para refletir esta ameaça crescente, e desenhar limites sobre o que se pode considerar uma arma de fogo, os seus componentes e o que pode ou não ser produzido e em que escala”, avança o porta-voz da Interpol.
Também as forças de segurança deveriam de estar mais preparadas para o crime que envolve este tipo de armas. “(...) As forças policias têm de saber como registrar estes crimes e como os combater”, afirma Yannick Veilleux-Lepage, especialista em Defesa e professor de Terrorismo e Violência na Universidade de Leiden, nos Países Baixos. @ Sapo
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