O mundo ultrapassou pela primeira vez durante 12 meses consecutivos o limite do aquecimento de 1,5ºC face à era pré-industrial, confirmou hoje o programa europeu de observação da Terra Copernicus.
De
acordo com os dados, de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024 a temperatura média
do ar à superfície do planeta foi 1,52ºC acima da do período pré-industrial
(1850-1900).
Em 09 de janeiro, o serviço de monitorização das alterações
climáticas do Copernicus já tinha estimado que a temperatura média global podia
exceder 1,5ºC a da era pré-industrial num período de 12 meses a acabar em
janeiro ou fevereiro de 2024.
O facto de a temperatura média do ar no mundo ter ultrapassado o
limite do aquecimento não significa que a meta estabelecida no Acordo de Paris
de 2015 – de limitar o aumento da temperatura média global em 1,5ºC em relação
ao nível pré-industrial – tenha ficado por cumprir.
Na verdade, será necessário que o limite de 1,5ºC seja
ultrapassado de forma estável durante várias décadas para que o acordo
climático de Paris seja, efetivamente, um fracasso.
Segundo o Copernicus, janeiro de 2024 foi o mais quente para
este mês a nível mundial, ao registar uma temperatura média do ar de 13,14ºC.
Foi também o oitavo mês consecutivo em que o recorde mensal de calor foi
batido.
A
temperatura média da superfície dos oceanos atingiu em janeiro 20,97ºC, o
segundo valor mais alto depois de agosto de 2023.
Em meados do mês passado, a Organização Meteorológica Mundial
avisou que o ano de 2024 pode bater o recorde de calor ocorrido em 2023 devido
ao fenómeno El Niño – aquecimento anómalo das águas superficiais do oceano
Pacífico, predominantemente na sua faixa equatorial, afetando o clima global e
a circulação geral da atmosfera.
Cientistas
da agência norte-americana de observação oceânica e atmosférica (NOAA, na sigla
inglesa) estimaram que há uma probabilidade em cada três de que 2024 seja mais
quente do que 2023.
Para a organização internacional de conservação da natureza WWF, o limite do aquecimento global de 1,5ºC será superado de forma duradoura na década de 2030 se não houver “uma redução imediata e profunda das emissões” de gases poluentes “em todos os setores e regiões”. Fonte: Sapo
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