"Foi um fio comum a todas as intervenções, os perigos que a liberdade está a correr neste momento, o facto de pensarmos que é um dado adquirido", afirma vereador da Cultura da Póvoa de Varzim.
O Centro de Memória de Luis Sepúlveda, dedicado ao escritor chileno, vai abrir em 2025 na Póvoa de Varzim, anunciou este sábado o vereador da Cultura, Luís Diamantino, no encerramento da 25.ª edição do Festival Literário Correntes d’Escritas.
“Transferimos todo o seu gabinete para a Póvoa de Varzim, com todo o mobiliário, com toda a sua biblioteca, com todo o seu espólio, que estará na Casa Manuel Lopes”, a biblioteca-jardim da cidade, afirmou o autarca, acrescentando que haverá espaço para investigação e exposições sobre o escritor, que morreu em 2020 e é um dos nomes fundadores do festival literário.
Fazendo um balanço destes 25 anos do festival, e em vésperas de se celebrarem os 50 anos do 25 de Abril, Luís Diamantino destacou os principais alertas deixados pelos vários escritores e artistas que passaram pelas mesas de debate.
“Foi um fio comum a todas as intervenções, os perigos que a liberdade está a correr neste momento, o facto de pensarmos que a liberdade é um dado adquirido e que não há volta, não há regresso. Há regresso, há o perigo do regresso”, disse o vereador, referindo-se ao passado de ditadura.
A liberdade tem também muitos perigos à volta da literatura, salientou Luis Diamantino.
“Quando o escritor está a escrever, começa também a pensar, neste momento, o que pode dizer e o que não pode dizer, que é uma autocensura, que é muito pior do que a censura. O escritor não sabe se pode dizer esta palavra ou aquela, se verá os seus livros truncados ou não. Também corremos esses perigos”, acrescentou. Fonte: Observador
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