Há muitas coisas que temos como certas na vida: e uma delas é que fevereiro é o único mês que tem 28 dias, sendo que de quatro em quatro anos (nos anos bissextos) tem um dia ‘extra’. E acontece este mês, já que 2024 é ano bissexto. Mas já se questionou porque é que fevereiro é o mês com direito a menos dias? Saiba porquê (e porque os imperadores romanos são os ‘culpados’).
A ‘discriminação’ começa logo no primeiro calendário romano, que só começava em março e contava com 10 meses (vemos os vestígios desta tradição em alguns meses do nosso atual calendário: setembro, outubro, novembro e dezembro – correspondentes aos números sete, oito, nove e dez).Ainda antes do
nascimento de Cristo, diz a lenda que Rómulo e Remo fundaram Roma e trataram de
organizar as datas festivas num calendário. Com base nos cálculos dos
astrónomos da altura, mediu-se o tempo entre os solstícios de verão e inverno,
e os equinócios da primavera e outono, para definir que entre dois eventos
destes (solstícios ou equinócios) passavam 365,242 dias.
Tornava-se
complicado, especialmente perante seguir o calendário lunar, mais fácil. E
assim o primeiro calendário de Rómulo contava meses lunares com 29,5 dias,
adaptando que tinham 30 ou 31 dias. Contas feitas, e com apenas 10 meses,
ficavam de fora 61,25 dias.
Com o sucessor, veio
uma série de mudanças: os meses com números pares deixaram de existir, passando
os que tinham 20 dias a 29. Foram acrescentados dois ciclos lunares, para um
total de 12 meses, com o surgimento de janeiro, com 29 dias, e fevereiro, com
28 dias.
Fevereiro teve a
‘honra’ de ficar com os 28 dias, número par, porque os Romanos celebravam o
“mês da purificação” nesta altura, dedicado a Februa, a quem eram oferecidos
sacrifícios para que obtivessem retorno que compensasse a escassez de
colheitas.
Continuava, no
entanto, a existir o problema de 355 dias de ciclos lunares serem menos do que
os 365 dias de ciclo solar calculados, pelo que com a passagem do tempo, alguns
meses já não correspondiam às estações normais, ocasionalmente acrescentando-se
mais um mês.
O ‘caos’ só veio a
ser resolvido por Júlio César, que ‘importou’ o calendário egípcio, de 365
dias, e aplicou-o, trocando o calendário lunar pelo solar. Janeiro e fevereiro
passaram para o início do ano e os 10 dias de diferença foram distribuídos
pelos vários meses, com fevereiro a ficar com 29 dias, exceto de 4 em 4 anos,
já que o ano solar é ligeiramente maior do que 365 dias.
Vieram novas
mudanças, já que o dia ‘extra’ era inicialmente entre dia 23 e 24, e os meses
mudaram de nome para julius (julho) e augustus (agosto) para honrar os
imperadores Júlio César e César Augusto.
A ordem de alternação
entre meses de 30 e 31 dias foi trocada, mas o mês dedicado a César Augusto não
podia ter menos do que o de Júlio César, teriam que ser iguais. O dia foi
‘roubado’ a fevereiro.
Assim fevereiro acabou com 28 dias, sendo que as mudanças levaram ainda a que a ordem dos meses com 30 e 31 dias no final do ano fosse também alterada. Fonte: Sapo
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