Os portugueses querem
o regresso do serviço militar obrigatório: esta foi a principal conclusão da
sondagem da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES), esta
sexta-feira, que apontou que 47% dos inquiridos pretendem que o Estado volte a
instituir o serviço militar obrigatório para assegurar que as Forças Armadas
possuem efetivos suficientes – já 37% mostraram-se contrários a esta solução.
Uma hipótese mais aceite, por 63% dos inquiridos, está a introdução do Serviço de Cidadania Obrigatório, durante o qual os jovens poderiam servir numa instituição de defesa/segurança por um período máximo de seis meses. A Defesa deve ser alvo de maior investimento do Estado, mesmo que isso implique cortar investimento noutras áreas, sustentaram 47% dos inquiridos, com 27% a discordar. Dois anos após a invasão russa da Ucrânia, apenas 11% salientou que Portugal não deve continuar a apoiar Kiev.
A sondagem da SEDES, publicada na rádio
‘TSF’, traçou um retrato único sobre as preocupações reais dos portugueses em
diversas áreas: na saúde, os portugueses não confiam mais na privada do que na
pública (33 e 26%, respetivamente), sendo que quase metade (49%) são contra o
fim dos contratos com gestão privada.
Se o tema é economia, 91% dos inquiridos
acreditam que existe uma fuga generalizada ao pagamento de impostos por parte
dos cidadãos: já 87% admitiu fuga ao Fisco pelas empresas. Os níveis de
corrupção no país também preocupam: não só são elevados (75%) mas continuam a
subir, defenderam 62% dos inquiridos. Já 78% consideraram que as suas condições
de vida se mantiveram ou pioraram nos últimos cinco anos.
As eleições legislativas de 10 de março
deverão ser bastante participadas, segundo apontou a sondagem: 97% dos
inquiridos garantiu que pretende ir voltar. Entre os que não pretendem votar,
os motivos apontados são a falta de confiança em políticos e ou partidos e não
se rever nos atuais líderes partidários.
Sobre os interesses dos partidos políticos, 71% acreditam que estes servem com maior interesse os seus próprios dos que os dos cidadãos (23%). No entanto, o próximo Governo deve ter como prioridade resolver os problemas do SNS (51%), 40% preferem colocar o país a produzir mais e 37% a criar empregos bem remunerados. Fonte: Sapo
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