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quinta-feira, 21 de abril de 2022

ciclo "Música & Revolução" na Casa da Música dedicado ao Maio de 68

O ciclo "Música & Revolução", da Casa da Música, no Porto, a decorrer entre sexta-feira e domingo, é este ano dedicado ao Maio de 68, com uma série de concertos que "espelham a pluralidade estética da época".


No texto de apresentação a edição deste ano de "Música & Revolução", a Casa da Música recorda que, no Maio de 68, "o ultrapassar de barreiras políticas, sociais, culturais e sexuais impactou fortemente as artes".
Este ciclo "pretende traçar uma panorâmica da heterogeneidade musical desse período efervescente, e, integrando exclusivamente obras escritas nesse ano, segue um percurso sinuoso entre estilos, compositores e contextos".
"Música & Revolução" "mostra o não-alinhamento de obras e compositores numa época em que a poesia estava na rua, da abertura da música erudita a contextos de improvisação, passando pelo estruturalismo influenciado pelos modelos seriais centrados em Darmstadt".
O ciclo arranca com "Hallelujah", de Mauricio Kagel (1931-2008), compositor que "transformou o papel dos músicos na arte contemporânea".
"Hallelujah", uma das obras corais mais importantes do compositor argentino, e que "explora a voz e o corpo de forma vibrante", será interpretada pelo Coro Casa da Música, com direção musical de Nils Schweckendiek.
Na segunda parte do concerto, será apresentada uma obra de Jean Barraqué para clarinete, vibrafone e ensemble "em que se destaca a timidez dos solistas contra a escrita afirmativa e enfática do agrupamento".
"A reminiscência de como melodias e timbres se entrelaçam dá o impulso para a exploração livre de sonoridades, numa obra de vanguarda enraizada na tradição, lê-se no texto de apresentação.
A obra será interpretada pelo Remix Ensemble Casa da Música, com direção musical de Peter Rundel.
Para dia 23 de abril está marcado o concerto "Credo", para o qual "a exploração do contínuo entre som e música dá o mote".
Na primeira parte serão apresentadas obras de Giacinto Scelsi e George Crumb.
Na segunda parte do espetáculo são apresentadas obras de Harrison Birtwistle, que morreu esta semana, para quatro solistas e orquestra, e Arvo Pärt, para coro, piano e orquestra.
A Casa da Música lembra que "Birtwistle foi inspirado na teatralidade grega em 'Nomos'" e que naquela obra, "a sobreposição e mutação de blocos sonoros de características distintas é protagonizada por quatro aerofones solistas". @  Sapo

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