O contributo das alunas Ayla Murata, nº 5; Bruna Fonseca, nº 8; Maria Casanova, nº 16 do 12.ºG a propósito da "Semana da Primavera".
“Alegoria da Primavera”, Sandro Botticelli |
A obra “Primavera” é da autoria do pintor italiano Sandro Botticelli. Esta pintura, datada de 1482, exerce uma função representativa e celebrativa da primavera, fazendo uma apologia à vida e ao amor, apresentando-se como uma das obras mais notáveis do período renascentista.
O cenário da pintura é composto por nove figuras situadas num jardim. A principal, Vénus, é a deusa do amor e da beleza, e, no seu estatuto divino, preside ao jardim, estando localizada no centro da pintura com uma auréola de luz. À sua esquerda, estão três figuras femininas – as Graças – que dançam, usando vestidos transparentes; e uma figura masculina, Mercúrio, mensageiro dos deuses, que possui uma espada e veste um manto vermelho. À sua direita, está uma figura feminina que age como a personificação da primavera, Flora; e a ninfa Clóris, que está a ser perseguida pelo espírito do vento, Zéfiro. Por fim, em cima da deusa, está o filho, o Cupido.
Enquanto as figuras mitológicas celebram o renascer
da primavera, com a presença de cores quentes e da luz intensa, o cenário que
as rodeia está em contraste, apresentando uma floresta escura e fria. Outros
elementos que realçam o conceito de rejuvenescimento e fertilidade são as
frutas que nascem das árvores, possivelmente laranjas; as flores na relva; e a
barriga proeminente de todas as figuras femininas presentes, remetendo à
gravidez e à gestação.
Podendo estar localizada no reino de Vénus, esta
obra pretende exaltar a chegada da primavera, associando esta ao amor e à
beleza tanto carnal como espiritual. Esta divisão fica evidente na disposição
das personagens: no lado esquerdo, o amor físico concretiza-se nas figuras de
Zéfiro, Clóris e Primavera; no lado direito, as Graças representam a renúncia ao
amor, mas mantêm a sua sensualidade e beleza, realçando-se a anatomia dos
corpos através das vestes transparentes. Mercúrio assume-se como vínculo entre sonho e
realidade ao colher frutos do jardim de Vénus.
Saliente-se ainda o facto de as figuras estarem de
costas para a escuridão, despedindo-se do inverno e da morte, acolhendo a
fertilidade da primavera.
Desta forma, compreende-se a dimensão celebrativa desta pintura, que, usando fortes símbolos e elementos mitológicos, enaltece não só a chegada da primavera, como também a beleza, o amor e a fertilidade que a acompanham.
cortesia de envio de Lizete Pinheiro, docente de Português
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