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Novo estudo descobre que dar sangue pode ajudar a reduzir os níveis no organismo de químicos tóxicos presentes em vários objetos do dia-a-dia.
Doações regulares de sangue podem ajudar a reduzir a quantidade de um tipo de químico tóxico conhecido por “químico eterno”. Estes compostos, cujo termo técnico, PFAS, designa as substâncias perfluoroalquiladas, caracterizam-se pela sua capacidade de persistir tanto na natureza como no corpo humano sem se decomporem, razão pela qual lhes é associada a terminologia de “eterno”.
O estudo publicado na revista JAMA Network contou com a colaboração de 285 bombeiros de Victoria, na Austrália, que se disponibilizaram a doar sangue e plasma durante o período de um ano. Os participantes foram escolhidos exatamente pela sua profissão que lhes confere níveis mais elevados de PFAS no sangue. Isto porque a espuma utilizada no combate a incêndios é, geralmente, rica neste tipo de compostos pelo que os bombeiros, em resultado da exposição a esta espuma, apresentam também níveis de PFAS mais elevados do que a população em geral.
“Os resultados do estudo mostram que doações regulares de sangue ou plasma resultaram numa redução significativa nos níveis de PFAS no sangue, em comparação com o grupo controle”, anunciou em comunicado o hematologista e um dos autores do estudo Robin Gasiorowski, da Universidade Macquarie, na Austrália.
Até à data não haviam sido ainda descobertas outras formas de reduzir este tipo de compostos no sangue, responsáveis por um conjunto vasto de malefícios à saúde humana, nomeadamente obesidade, diabetes e certos tipos de cancro. Uma das vantagens deste método é o facto de não implicar qualquer tipo e tratamento médico, estando acessível a praticamente toda a gente. Ainda assim, serão precisas pesquisas adicionais, quer para perceber o impacto que as PFAS têm no sangue, quer para perceber os benefícios da sua redução ou a frequência de doações que serão eficazes. “Embora este estudo não tenha examinado os efeitos do PFAS na saúde ou os benefícios clínicos de sua redução em bombeiros, essas questões importantes merecem mais pesquisa para entender melhor os resultados da saúde da exposição e do tratamento”, explica, também em comunicado, o cientista ambiental Mark Taylor, da Universidade Macquarie, que também contribuiu para a pesquisa.
A maioria das pessoas pode ser dadora de sangue, embora exista “uma variedade de razões pelas quais lhe pode ser pedido para não dar sangue. Em primeiro lugar razões que ponham em causa a segurança do dador, em segundo lugar razões em que a dádiva de sangue possa provocar problemas no recetor”, como explica, no seu site oficial, o Serviço Nacional de Saúde. @ Sapo
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