O Presidente da República abordou hoje a travessia aérea do Atlântico Sul, em 1922, para sublinhar que, 100 anos depois, é preciso "retirar lições para o futuro", apostando nas Forças Armadas, na educação, na ciência e na tecnologia.
“Precisamos de sair daqui hoje (…) com a certeza de que valeu a pena aquilo que Gago Coutinho e Sacadura Cabral fizeram. Valeu a pena, e vale a pena, termos as Forças Armadas que temos, valeu a pena e vale a pena apostarmos na educação, na formação, na qualificação, na ciência e na tecnologia. Valeu a pena, e vale a pena, olharmos para o passado para construirmos o futuro”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República discursava, enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas, no jardim da Torre de Belém, em Lisboa, onde decorreu hoje uma cerimónia militar de comemoração do centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, iniciada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral em 30 de março de 1922.
Marcelo frisou que Gago Coutinho e Sacadura Cabral “representaram o melhor que tinha Portugal, o melhor que tinha as Forças Armadas, o melhor que tinha” a ciência e a tecnologia portuguesa, assim como a “bravura”, a “coragem” e o “espírito de partir” dos portugueses.
“Vale a pena celebrar este passado. Sim, vale. Mas só vale a pena se retirarmos as lições para o futuro”, sublinhou.
Numa cerimónia acompanhada por milhares de portugueses – que se aglomeraram, ao sol, à volta do jardim da torre de Belém – o Presidente da República afirmou que só vale a pena celebrar o feito de Gago Coutinho e Sacadura Cabral se, “para além daquelas centenas ou milhares de portugueses e portuguesas que aqui estão hoje”, “Portugal entender o que foi esse feito: como foi, o que significou, o que quis dizer, e isso passar de geração em geração”.
“É com a memória do passado que construímos a glória do futuro. Só vale a pena se apostarmos mais na ciência, na tecnologia, mais nas Forças Armadas, porque então estaremos a honrar o passado que hoje celebramos”, reforçou.
“Só vale a pena [celebrar o feito] se levarmos mais longe a fraternidade que nos une a países tão próximos por onde passaram os dois heróis, como a Espanha, como Cabo Verde, mas sobretudo se, neste ano do bicentenário da independência do Brasil, reafirmarmos os laços de fraternidade. Se o Brasil sentir este feito como sentiu há 100 anos (…), se nós sentirmos a fraternidade entre portugueses e brasileiros como sentimos há 100 anos”, frisou. @ Sapo
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