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quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

União Europeia: Ursula Von der Leyen alerta para urgência de investir na defesa

A presidente da Comissão Europeia pede aos países para reforçarem o investimento no setor da defesa com caráter de urgência.

O objetivo é que os Estados-membros consigam reconstruir e modernizar as Forças Armadas.

Von der Leyen acaba a avisar mesmo que a União Europeia deve estar preparada para um eventual cenário de guerra no futuro próximo.

Quanto ao conflito em curso na Ucrânia, a presidente da Comissão propõe que o dinheiro russo congelado por causa da invasão seja usado para comprar equipamento militar destinado ao exército ucraniano.

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros António Martins da Cruz considera, por sua vez, essencial que os países europeus reforcem o investimento no setor da defesa.

Em declarações à Antena 1, o antigo diplomata considera que a União Europeia tem de se preparar para um eventual regresso de Donald Trump à Casa Branca.

Martins da Cruz sublinha que a guerra na Ucrânia transformou o panorama da segurança da Europa, o que torna fundamental canalizar mais dinheiro para a indústria militar.

Martins da Cruz considera que cada país tem de estar preparado para um eventual corte da ajuda por parte dos Estados Unidos à Ucrânia. Fonte: RTP

cultura: palavras, músicas e artistas da Revolução marcam programação do Coliseu do Porto

A Liberdade vai passar pelo Coliseu do Porto com palavras, músicas e artistas da Revolução a preencherem a programação de 2024, marcada pelas celebrações dos 50 anos do 25 de Abril e 500 do nascimento de Luís de Camões.

A programação de 2024 da sala que recebeu o "General sem medo", Humberto Delgado, em 1958, associa-se às celebrações da Revolução dos Cravos, com destaque para a evocação do último concerto de José Afonso, em 1983.

A celebração começa a 23 e 24 de março pela voz de Sérgio Godinho, que sobe ao palco acompanhado pelos Assessores para apresentar "Liberdade25", um espetáculo que visita o reportório "mais politicamente engajado" de Sérgio Godinho e de onde sobressai a canção "Liberdade", composta para o álbum "À Queima Roupa", de 1974. O caminho para a Liberdade continua a 28 de março, quando o Coliseu se associa à editora Zigurate, de Carlos Vaz Marques, para apresentar um encontro de escuta das canções da revolução e um debate sobre a situação política e cultural que antecedeu o 25 de Abril.

"A Revolução antes da Revolução - O ano que mudou a música popular portuguesa", novo livro de Luís de Freitas Branco sobre o papel da música no derrube da ditadura, leva ao palco do Coliseu o disco "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades", de José Mário Branco, recordando "o fervilhar cultural" que antecedeu a revolução, entre 1971 e 1973.

A 29 de junho, vai-se ouvir "Grândola Vila Morena", uma das senhas da revolução, de José Afonso, que será lembrado num espetáculo em parceria com a Associação José Afonso e de evocação do seu último concerto, dado a 25 de maio de 1983, rodeado de amigos e com um preço simbólico, a pedido do cantor, de 500 escudos.

Os "Mantras" do Coliseu, iniciados em 2023 e que convidam a "momentos de reflexão" sobre os mais variados temas, voltam este ano com três meses de discussão sobre "os valores de Abril", as Migrações e a celebração dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões.

Assim, de 13 a 18 de maio, os Mantras convidam à reflexão sobre as migrações com um ciclo de cinema, em parceria com o Porto/Post/Doc e que inclui também conversas e debates.

Também inserido nos Mantras, a 23 de abril, o Coliseu convida a um debate "sobre o tema que teima em não sair da ordem do dia, e sobre o qual é especialmente útil (re)pensar nos 50 anos da Liberdade: os limites e a liberdade do humor".

A 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, assinalando os 500 anos do nascimento de Luís de Camões, o Coliseu leva a debate a importância do autor de "Os Lusíadas" e da sua obra, da língua portuguesa e das novas linguagens.

A programação do Coliseu do Porto para este ano está marcada por 160 espetáculos de dança, música, dança e ópera e de colaborações com os vários festivais da cidade. Fonte: Sapo

cultura: exposição na Casa Fernando Pessoa dá a conhecer relação entre Pessoa e Almada através dos seus livros

Uma exposição que dá a conhecer a relação artística e pessoal que existiu entre Fernando Pessoa e Almada Negreiros, através dos seus espólios, vai estar patente na Casa Fernando Pessoa a partir do próximo sábado, foi hoje anunciado.

"As bibliotecas dos artistas e escritores deixam ver o circuito de relações que se fazem e desfazem ao longo da sua vida, as suas amizades e os seus interlocutores intelectuais. Os livros que os escritores e artistas leem, sublinham, comentam, ilustram, editam, oferecem e recebem de oferta, são parte, fonte, ou extensão da sua obra", refere a nota.

Com curadoria das investigadoras Mariana Pinto dos Santos, Giorgia Casara e Teresa Monteiro, a exposição vai apresentar uma seleção de livros dos dois artistas, postos em diálogo, atendendo à cumplicidade que partilharam, às suas amizades e projetos que tiveram em comum.

A biblioteca particular de Almada Negreiros, por exemplo, inclui livros com dedicatórias assinadas por Natália Correia, Jorge de Sena, Teixeira de Pascoaes, Aquilino Ribeiro e Vinicius de Morais, entre muitos outros.

Nas palavras dos organizadores, estes exemplares mostram "a rede de cumplicidades pessoais e artísticas de um dos mais multifacetados artistas portugueses do século XX".

O poeta Fernando Pessoa e o artista multidisciplinar Almada Negreiros conheceram-se em 1913, quando tinham, respetivamente, 20 e 25 anos.

Em 1915, o autor do "Manifesto anti-Dantas" colaborou com a Orpheu, revista criada por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, considerada o marco inaugural da vanguarda literária e artística em Portugal.

"São aqui mostradas pela primeira vez dois projetos de maquetes ilustradas da 'Mensagem' que Almada fez, mas que nunca chegou a publicar, assim como uma primeira edição da 'Mensagem' dedicada por Fernando Pessoa a Almada, em que o trata por 'Bebé de Orpheu!'", revelam os promotores da exposição.

Os dois artistas têm múltiplas ligações, desde logo, Almada foi o autor do logótipo da Olisipo, editora que Fernando Pessoa fundou, tendo ali publicado o seu livro "A Invenção do Dia Claro" (1921), que também estará na exposição.

O número 3 da revista Orpheu estava a ser planeado por ambos, quando Fernando Pessoa morreu repentinamente, em 1935, tendo esse projeto a dois ficado interrompido.

Segundo a curadora Mariana Pinto dos Santos, "Almada foi um impulsionador da criação do mito Pessoano. Ao isolar a sua imagem no famoso retrato que fez para o Restaurante Irmãos Unidos, onde o grupo da revista Orpheu se reunia - e que pode ser visto na exposição permanente da Casa Fernando Pessoa -, Almada está a inscrever-se também no mito, ao ser o autor da imagem de Pessoa que iria ser perpetuada."

Na opinião da responsável, esta é uma das mais-valias desta exposição: abrir novas perspetivas e ligações com outras peças que integram a coleção do museu.

No sábado, dia da inauguração, terá lugar uma conversa com as curadoras, às 16:00, de entrada livre, mas sujeita à lotação. Fonte:  Sapo

educação: mais de 53% dos docentes têm mais de 50 anos, revela o relatório do CNE

O relatório evidencia ainda a crescente falta de professores, “tendo em 2022, continuado a ser mais elevado o número dos que se aposentaram do que o dos que terminaram os cursos de formação inicial”.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) divulgou hoje o relatório sobre o estado da educação em 2023, onde conclui que o envelhecimento da profissão de docente continua a aumentar, com 53% dos docentes a ter idade superior a 50 anos e sendo residual o número de docentes até aos 30 anos.

“Em 2023 o problema agravou-se com o aumento das aposentações em mais de 44% e, já em 2024, no primeiro trimestre, esse número ultrapassa mesmo o que era o máximo verificado no milénio, em 2013”.

A área metropolitana de Lisboa é onde se encontram mais escolas com falta de docentes, sendo as áreas de educação especial, português, informática, 1.º Ciclo, Inglês, Geografia e Matemática, as mais afetadas.

O relatório revela que as organizações internacionais do setor da educação consideram que os Estados devem disponibilizar verbas no valor de 6% do PIB. No entanto, em Portugal o financiamento da educação básica, secundária, superior, ciência e tecnologia teve um financiamento de 10 626,28 milhões de euros, o que corresponde a 4,38% do PIB português.

“Portugal está longe desse valor no que, genericamente, toca à Educação; e se desdobrarmos os dois domínios aqui considerados, foi de apenas 3% no que genericamente se considera “ensino não superior”, e só de 1,3% para ciência, tecnologia e ensino superior, menos de metade do recomendado para estas áreas”, sublinha o relatório.

No relatório são ainda indicados cinco domínios problemáticos, que deverão ser considerados nas políticas públicas. A FENPROF considera que são “desafios que o próximo governo terá de enfrentar, recusando o caminho mais simples que seria ignorá-los”. Fonte Sapo

escola sede: "Take a Minute, take Five!"

Mais um texto no âmbito do desafio "Take a minute, take Five!". Desta feita é uma sugestão de Mariana Barbosa, 9.º I, na subcategoria "The world around us".

                                                                                  South Korea

                                              

I chose to talk about South Korea because, in my opinion, it is a beautiful country and it has a different culture from Portugal.

 

For example, k-pop is a music style originated in South Korea. There are several groups like Blackpink, Twice, itzy, Dreamcatcher... Besides being very viral in East Asia, it is also going viral in several countries.

 

Food:

-Kimchi is a true symbol of South Korean culture and it's the most famous typical dish. In fact, it is not a dish, but a preparation based on the fermentation of vegetables (usually chard).

 

Towns to visit:

-I chose the city of Seoul because it is among the most organized and liveliest cities in all of Asia. The city has a good mix of development, sustainability, tradition and history. Seoul is a great choice for those who want to live a differentiated tourist itinerary. And besides, it is said to be a very beautiful place to visit and take pictures.

                                                                                                                                                                                        Mariana Barbosa, 9ºI

                                                                                                                         cortesia de envio de Constância Silva, docente de Inglês e colaboradora do CRESCER 


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

saúde mental: podcast "Que voz é esta?" - “Quando me reformei foi um choque, sentia-me extremamente sozinha e..."

A saúde mental na terceira idade exige cuidados: no caso de Manuela Moutoso*, de 68 anos, a reforma foi um “choque”. De repente, ficou sem nada para fazer. Já Lia Fernandes**, professora catedrática na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, fala da importância de criar estruturas sociais e culturais para os mais velhos e de melhorar o acesso aos cuidados de saúde. Oiça aqui o mais recente episódio do podcast “Que Voz é Esta?” sobre o envelhecimento e a saúde mental. 

*Manuela Moutoso integra a 55+, 
uma plataforma que cria oportunidades de trabalho
 para pessoas com mais de 55 anos que estão desempregadas ou reformadas
foto de José Fernandes 
**Lia Fernandes é investigadora no CINTESIS - 
Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, no Porto, 
e presidente do colégio da Competência de Geriatria da Ordem dos Médicos
foto de José Fernandes 












A reforma foi, para Manuela Moutoso, 68 anos e residente na Costa da Caparica, em Almada, um "choque". De repente, não tinha qualquer atividade com que ocupar os seus dias. “Trabalhava como assistente executiva numa consultora. Tinha uma vida extremamente ativa. Quando me reformei foi um choque.” Como não tinha a “obrigação profissional” de sair de casa, começou a fazê-lo cada vez menos e a isolar-se. “Para tentar contrariar isso, vestia-me e saía de casa. Chegava ao carro e pensava: ‘Mas onde é que eu vou?’". Com os filhos e os amigos ocupados durante o dia, a trabalhar, Manuela Moutoso não tinha para onde ir nem com quem.

"Cheguei a ir muitas vezes ao supermercado, não porque precisava de comprar alguma coisa, mas para poder trocar duas ou três palavras com alguém. Sentia-me extremamente sozinha e a dada altura já não tinha vontade de fazer nada. Sabia que, se continuasse naquele registo, mais cedo ou mais tarde iria ficar doente", conta, em entrevista ao mais episódio do podcast “Que Voz é Esta?”, que tem como tema o envelhecimento e a saúde mental.

Lia Fernandes, professora catedrática na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e psiquiatra no Centro Hospitalar Universitário de São João explica que, para algumas pessoas, a entrada na reforma é acompanhada de um sentimento de "perda de identidade".

É “necessário”, por isso, preparar esta fase, para não haver um "corte radical" com as atividades e rotinas anteriores. "Tem de haver estruturas na sociedade para dar resposta a estas situações, como universidades seniores, centros de dia e instituições dedicadas à ocupação dos tempos livres dos idosos."

Investigadora no CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, no Porto, e presidente do colégio da Competência de Geriatria da Ordem dos Médicos, Lia Fernandes chama a atenção para as dificuldades financeiras em que vivem muitas destas pessoas. "Há dias, tive um casal na minha consulta que alterna entre si a compra de medicação. O marido toma os medicamentos num mês e ela toma no outro, porque não têm dinheiro para comprar medicamentos todos os meses".

Convidada igualmente a participar no podcast “Que Voz é Esta?”, a psiquiatra sublinha ainda que é necessário "melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde". "Quem vive no interior do país muitas vezes não tem acesso aos cuidados de saúde e a medicação. As pessoas sofrem horrores com dores crónicas que seriam facilmente colmatadas com um simples analgésico."

"Quem vive no interior do país muitas vezes não tem acesso aos cuidados de saúde e a medicação. As pessoas sofrem horrores com dores crónicas que seriam facilmente colmatadas com um simples analgésico."

Depois de vários meses fechada em casa, sem vontade de fazer o que quer que seja, Manuela Moutoso decidiu procurar uma nova atividade. Inscreveu-se na 55+, uma plataforma que cria oportunidades de trabalho para pessoas que têm mais de 55 anos e que ficam numa situação de inatividade pelo desemprego ou pela reforma. Trabalha atualmente num escritório de uma advogada, em Lisboa. Voltou a ter rotinas e, com isso, regressou a vontade de praticar atividades que antes lhe davam prazer e experimentar outras. "A 55+ salvou-me a vida.”

O número de pessoas com mais de 65 anos tem vindo a aumentar em Portugal, representando atualmente cerca de 25% da população, segundo dados divulgados pela Pordata no ano passado. Ao mesmo tempo, há cada vez mais pessoas a atingir os 100 anos. Em 2022, viviam em Portugal quase três mil centenários, o que significa que esta população aumentou 77% na última década.

São boas notícias, mas é importante perceber como é que se envelhece e em que condições vivem as pessoas mais velhas. Quais são os principais desafios ou dificuldades que enfrentam do ponto de vista psicológico? De que preconceitos continuam a ser alvo estas pessoas e de que modo é que isso afeta a sua saúde mental e qualidade de vida? Estes foram alguns dos temas abordados no mais recente episódio do podcast do Expresso sobre saúde mental.

“Que voz é esta?” é o nome do podcast do Expresso dedicado à saúde mental. Todas as semanas, as jornalistas Joana Pereira Bastos e Helena Bento dão voz a quem vive com ansiedade, depressão, fobia ou outros problemas de saúde mental, ouvindo igualmente os mais reputados especialistas nestas áreas. Sem estigma nem rodeios, fala-se de doenças e sintomas, tratamentos e terapias, mas também de prevenção e das melhores estratégias para promover o bem-estar psicológico. O podcast conta com o apoio científico de José Miguel Caldas de Almeida, psiquiatra e ex-coordenador nacional para a saúde mental. Fonte: Expresso 


clima: época dos furacões já chegou ao Atlântico Norte e pode superar a dos anos mais catastróficos

Faltam alguns meses para a época dos furacões no Atlântico Norte, mas as temperaturas das águas estão quentes para este início do ano, o que faz aumentar o risco de uma época de tempestades intensa, que poderá ser potenciada pela ‘La Niña’, alertaram esta segunda-feira os cientistas. Esta época pode ser comparada com as de 2010 e 2005, duas das mais ativas, com tempestades como ‘Katrina’, ‘Rita’ e ‘Irene’: entanto, as anomalias estão agora mais acentuadas.

“Esta época deverá ser a todo o vapor, porque não há fator a contrariar esta época ativa de furacões”, salientou Brian McNoldy, investigador sénior da Universidade de Miami, em declarações à ‘CNN’. “É provável que tenhamos um oceano anormalmente quente e condições neutras ou a ‘La Niña’ no pico da temporada de furacões – tudo o que não se quer se quisermos menos tempestades no Atlântico.”

Não só a frequência das tempestades, mas também a potência das mesmas: a água quente fornece o combustível necessário para ajudar as tempestades a formarem-se, mas também a aumentar a sua força.

No início deste mês, as temperaturas da superfície do Oceano Atlântico Norte atingiram níveis sem precedentes: um grau acima do normal, mais semelhante a junho do que a fevereiro – são ainda mais elevadas na zona onde se forma a maioria dos furacões, com níveis semelhantes aos registados em julho.

Este é um novo capítulo de temperaturas oceânicas recorde, que começaram em março de 2023 e desde então não parou, impulsionadas por um super ‘El Niño’’ e pelas alterações climáticas provocadas pelo homem, salientou McNoldy. “O calor estava tão acima de tudo o que já tinha sido observado que parecia impossível que acontecesse.”

O risco de uma época de furacões perigosa está em cima da mesa. “Estamos em fevereiro e muita coisa ainda pode mudar. Mas se isso não acontecer, esta poderá ser uma época muito agitada”, garantiu Phil Klotzbach, investigador da Universidade do Estado do Colorado.

As temperaturas do Atlântico Norte normalmente só aumentam a partir desta altura, subindo na primavera e atingindo o máximo no início do outono, quando a época dos furacões também atinge o seu pico. E é “quase certo” que vão continuar a ser mais quentes do que o normal durante o verão, indicou McNoldy.

No entanto, as previsões tornam-se ainda mais alarmantes quando conjugadas com a probabilidade de uma ‘La Niña’ – um padrão oceânico e meteorológico sobre o Pacífico tropical que tem tendência para amplificar a época dos furacões no Atlântico. Quanto mais cedo o ‘La Niña’ chegar, mais cedo influenciará a época dos furacões.

“Se não quisermos uma época de furacões ativa, é preciso que a ‘La Niña’ demore o máximo de tempo possível a começar”, disse McNoldy. Fonte: Sapo

saúde: sete formas de controlar a tensão arterial (sem medicação)

 Fazer algumas mudanças simples pode ter um impacto muito positivo na sua saúde.

Foi ao médico e tem os valores de tensão arterial demasiado altos? Trata-se de um problema discreto, mas que tem um impacto muito significativo na saúde e, infelizmente, aumenta o risco de condições muito sérias. Para controlar os níveis tem mesmo de fazer certas mudanças no seu dia a dia. Quer ajuda?

  1. Faça exercício regularmente. É uma forma simples de fazer os níveis descer muito. Kathryn Harris, uma cardiologista, citada na Self, aconselha "mais de 30 minutos de movimento de intensidade moderada, como uma caminhada, e, no mínimo, em três dias todas as semanas; 
  2. Reduza o consumo de sódio. Deve consumir diariamente quantidades abaixo dos 2300 miligramas e, idealmente, abaixo dos 1500 mg, caso sofra de hipertensão, recomenda a American Heart Association; 
  3. Encha o prato de frutas e vegetais. Segundo a cardiologista, ao incluir de uma forma consistente estes alimentos na dieta, "os resultados são impressionantes - e comparáveis à utilização de medicamentos"; 
  4. Tente garantir sempre um sono de qualidade, ou seja, com a duração de sete horas ou mais, todos os dias. Estelle Darlyse Jean, outra cardiologista, explica que "um sono insuficiente pode levar à hipertensão, assim como a outros fatores de risco para a saúde do coração"; 
  5. Limite o consumo de álcool porque "não só aumenta a tensão arterial para além da norma recomendada de uma bebida por dia para as mulheres e duas para os homens, como também pode tornar os medicamentos para a tensão arterial menos eficazes", explica a cardiologista; 
  6. Coma mais alimentos com probióticos. Cientistas "acreditam que os desequilíbrios no complexo ecossistema que são os milhares de milhões de micróbios que habitam o nosso aparelho digestivo contribuem para a hipertensão" e, aliás, uma investigação em curso sugere que "os probióticos podem ajudar a restaurar o equilíbrio"; 
  7. Controle o stress. Já foi identificado que "os fatores de stress social, o stress no trabalho, assim como o baixo estatuto socioeconómico e a discriminação, aumentam o risco de hipertensão". Fonte: Notícias ao Minuto


escola sede: atividade do Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde


Nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2024 as turmas do 10.º I2 e 11.ºJ do Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde receberam a Enfermeira Márcia e Enfermeira Carolina da UCC de Águas Santas para uma atividade prática sobre posicionamentos e transferências. 


Foram recordados todos os procedimentos que envolvem os cuidados a ter com os utentes acamados, nomeadamente alimentação, posicionamentos e aparecimento de úlceras de pressão. Seguidamente, os alunos tiveram a oportunidade de experienciar com os seus pares, as técnicas de posicionamento e de transferência.

Foi bastante gratificante a partilha de saberes referente à atividade domiciliária da Enfermeira Márcia Rocha, bem como os conselhos dados sobre a postura corporal e a importância da comunicação durante os procedimentos.                                                                               Alunos do 11.º K


cultura: «Correntes d'Escritas» encerra com alerta sobre ameaças à liberdade e democracia

"Foi um fio comum a todas as intervenções, os perigos que a liberdade está a correr neste momento, o facto de pensarmos que é um dado adquirido", afirma vereador da Cultura da Póvoa de Varzim.

O Centro de Memória de Luis Sepúlveda, dedicado ao escritor chileno, vai abrir em 2025 na Póvoa de Varzim, anunciou este sábado o vereador da Cultura, Luís Diamantino, no encerramento da 25.ª edição do Festival Literário Correntes d’Escritas.
“Transferimos todo o seu gabinete para a Póvoa de Varzim, com todo o mobiliário, com toda a sua biblioteca, com todo o seu espólio, que estará na Casa Manuel Lopes”, a biblioteca-jardim da cidade, afirmou o autarca, acrescentando que haverá espaço para investigação e exposições sobre o escritor, que morreu em 2020 e é um dos nomes fundadores do festival literário.
Fazendo um balanço destes 25 anos do festival, e em vésperas de se celebrarem os 50 anos do 25 de Abril, Luís Diamantino destacou os principais alertas deixados pelos vários escritores e artistas que passaram pelas mesas de debate.
“Foi um fio comum a todas as intervenções, os perigos que a liberdade está a correr neste momento, o facto de pensarmos que a liberdade é um dado adquirido e que não há volta, não há regresso. Há regresso, há o perigo do regresso”, disse o vereador, referindo-se ao passado de ditadura.
A liberdade tem também muitos perigos à volta da literatura, salientou Luis Diamantino.
“Quando o escritor está a escrever, começa também a pensar, neste momento, o que pode dizer e o que não pode dizer, que é uma autocensura, que é muito pior do que a censura. O escritor não sabe se pode dizer esta palavra ou aquela, se verá os seus livros truncados ou não. Também corremos esses perigos”, acrescentou. Fonte: Observador

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

a luta dos professores: professores vão estar na rua todos os dias úteis da campanha eleitoral

A ação de rua “Professores na campanha” vai decorrer nos dez dias úteis da campanha eleitoral para as legislativas em todas as capitais de distrito e regiões autónomas.


Os professores vão estar na rua durante a campanha eleitoral das legislativas para dar visibilidade às reivindicações dos docentes para a próxima legislatura, anunciou este sábado a Federação Nacional dos Professores (FENPROF).

Em conferência de imprensa, o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, detalhou as três ações previstas até às eleições legislativas de 10 de março.

A ação de rua “Professores na campanha” vai decorrer nos dez dias úteis da campanha eleitoral para as legislativas em todas as capitais de distrito e regiões autónomas. 

De norte para sul, em dois distritos por dia, sempre às 10h e às 15h (com exceção de Funchal e Ponta Delgada, ambas às 10 horas), os professores vão concentrar-se em plenários e fazer circular quatro petições – que já reúnem as assinaturas necessárias para serem discutidas na próxima legislatura – sobre carreiras, precariedade, condições de trabalho e aposentações.

Conheça o calendário:

– 26 de fevereiro: Viana do Castelo | Braga

– 27 de fevereiro: Vila Real | Bragança

– 28 de fevereiro: Porto | Aveiro

– 29 de fevereiro: Viseu | Guarda

– 1 de março: Coimbra | Leiria

– 4 de março: Castelo Branco | Portalegre

– 5 de março: Santarém | Lisboa

– 6 de março: Setúbal | Évora

– 7 de março: Beja | Faro

– 8 de março: Funchal | Ponta Delgada

Em reuniões internas desde o dia 01, os sindicatos da FENPROF aprovaram uma posição sobre as eleições legislativas de 10 de março, na qual consideram “desejável” que não haja uma maioria absoluta e consideram “muito negativo” um eventual crescimento da extrema-direita.

Nesse contexto, apelam aos professores para se inteirarem dos programas eleitorais e anotarem as promessas dos partidos. “Convém ver as letras pequeninas”, alertou Mário Nogueira.

Os sindicatos da federação aprovaram ainda o caderno reivindicativo para entregar aos partidos políticos, que fixa objetivos além da recuperação do tempo de serviço.

A valorização da profissão, o reforço dos recursos da escola pública e o aumento do financiamento público da educação são as grandes linhas do documento, no qual a FENPROF volta a propor um “protocolo negocial” a ser firmado com “a próxima equipa do Ministério da Educação“, válido para toda a legislatura.

Para a federação, a valorização dos docentes passa por recompor a carreira, atualizar os salários, eliminar a precariedade, regularizar os horários, criar regimes específicos de aposentação e de mobilidade por doença e assegurar o respeito pelos direitos sindicais.

Simultaneamente, a FENPROF propõe reverter a municipalização das escolas e “democratizar” a sua gestão, acabando com os mega agrupamentos, bem como reforçar a autoridade do docentes, “criando condições para combater a indisciplina, evitar a violência e elevar o prestígio social” dos professores.

No documento, a federação recorda que o investimento na educação está longe de atingir os seis por cento do Produto Interno Bruto (PIB) recomendados pelas organizações internacionais. O “subfinanciamento (…) está a tornar-se crónico e (…) poderá pôr em causa a escola pública no prazo de dez anos”, antecipa.

Nas quatro reuniões já realizadas — com BE, PCP, PAN e Livre –, as propostas foram bem acolhidas, adiantou Mário Nogueira, em resposta à Lusa.

“Estes quatro partidos têm apresentado propostas para dar resposta a muitos dos problemas dos professores“, assinalou, frisando que “a educação tem de estar no topo das prioridades do próximo Governo”. Fonte: Sapo 

atualidade: EVE, o robô humanoide que aprende qualquer tarefa em minutos

Os vídeos espetaculares da Boston Dynamics têm trazido robôs bípedes a dar cambalhotas, a subir andaimes ou a dançar coreografias complexas. Mas a corrida para conseguir os primeiros robôs humanoides que possam operar em fábricas, hospitais ou armazéns está a tomar outro rumo, sublinhou o jornal ‘El Espanõl’.

A ‘Figure’ – que chegou a acordo com o BMW para os androides ajudem a fabricar carros – ou a ‘Tesla’, de Elon Musk, estão a desenvolver máquinas que possam realizar uma vasta gama de tarefas totalmente autónomos. Veja-se o caso do Tesla Bot (agora Optimus), que surgiu num vídeo a dobrar uma camisa. Já a ‘1X’, empresa norueguesa, deslumbrou num vídeo no qual uma frota de ‘EVE’ é vista a realizar diferentes tarefas simultaneamente graças às redes neurais. Pode consultar o vídeo aqui.

“O vídeo não contém teleoperação. Não há computação gráfica, nem cortes, nem aceleração de vídeo, nem reprodução de trajetórias roteirizadas. Tudo é controlado por redes neurais, tudo autónomo, tudo com velocidade de 1X”, indicou a empresa, o que representa um gigantesco avanço na padronização do uso industrial destes dispositivos – o que pode facilitar o trabalho dos humanos ou deixá-los desempregados.

A 1X é uma das empresas mais prósperas no crescente setor de fabrico e programação de robôs humanoides de uso geral. É responsável pelo ‘EVE’, modelo que já começaram a vender para empresas de segurança e que está participa num teste piloto no hospital Sunaas, no sul da Noruega – pesa 86 kg e mede 1,86 m, tem velocidade máxima de 14,4 km/h e pode levantar até 15 kg de peso. A sua bateria dura cerca de 6 horas, embora os técnicos da 1X estejam a trabalhar para a estender significativamente.

Segundo a própria empresa, “a mecânica suave e de inspiração orgânica do EVE torna-o mais seguro por dentro” e foi concebido “para ser muito preciso e durável, com rodas e mãos de agarrar, que lhe permitem abrir portas, subir elevadores e adaptar-se ao seu trabalho de forma natural e intuitiva”.

E aqui está a chave: não procuram assemelhar-se aos humanos, mas sim integrar-se rapidamente como mais um trabalhador em todos os tipos de espaços. Por esta razão, além da sua aparência externa, os engenheiros e designers da 1X têm-se concentrado em garantir que os robôs possam aprender rapidamente qualquer tarefa e executá-la de forma autónoma. Além disso, a qualquer momento um operador humano pode controlar uma frota de até 15 EVE, intervir nas suas câmaras e controlar os seus movimentos para atuar remotamente.

“Treinámos a nossa rede neural para capturar todos os tipos de objetos, tanto rígidos, deformáveis como transparentes”, salientou Eric Jang, vice-presidente de inteligência artificial da 1X.

Mas o ‘EVE’ não é o único ‘preparado’ a partir do 1X. O outro grande desenvolvimento da empresa norueguesa é o ‘NEO’, revestido de tecido (aliás há quem afirme que são humanos disfarçados) e desenhado com uma anatomia muscular em vez de um sistema hidráulico rígido. Por ser bípede, pode caminhar, correr e até subir escadas, por isso parece mais versátil que o ‘EVE’, embora a sua autonomia seja prejudicada, já que a bateria dura apenas entre 2 e 4 horas.
O seu uso ainda não é claro, mas segundo a empresa, “destacam-se em tarefas industriais em setores como segurança, logística, manufatura, operação de máquinas e gerenciamento de tarefas complexas. No longo prazo, imaginamos que o ‘NEO’ forneça assistência valiosa em todo o mundo em casa e realizar tarefas como limpeza ou organização.

A era dos robôs humanoides definitivamente chegou. Fonte: Sapo 

astronomia: astrónomos descobrem duas novas luas em Neptuno e uma em Urano

Astrónomos descobriram três novas luas no Sistema Solar, duas na órbita de Neptuno e uma em redor de Urano.

As pequenas luas foram observadas com telescópios no Havai, nos Estados Unidos, e no Chile.

Com esta descoberta, anunciada pela União Astronómica Internacional, Neptuno passa a ter 16 luas conhecidas e Urano 28.

Uma das novas luas de Neptuno – último planeta do Sistema Solar a contar do Sol – tem o período orbital mais longo, ao demorar cerca de 27 anos a completar uma volta ao ‘gigante gasoso’.

A nova lua de Urano é provavelmente a mais pequena das luas do planeta – o sétimo e penúltimo do Sistema Solar.  Fonte: Sapo

atualidade: portugueses querem regresso do serviço militar obrigatório

Os portugueses querem o regresso do serviço militar obrigatório: esta foi a principal conclusão da sondagem da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES), esta sexta-feira, que apontou que 47% dos inquiridos pretendem que o Estado volte a instituir o serviço militar obrigatório para assegurar que as Forças Armadas possuem efetivos suficientes – já 37% mostraram-se contrários a esta solução.

Uma hipótese mais aceite, por 63% dos inquiridos, está a introdução do Serviço de Cidadania Obrigatório, durante o qual os jovens poderiam servir numa instituição de defesa/segurança por um período máximo de seis meses. A Defesa deve ser alvo de maior investimento do Estado, mesmo que isso implique cortar investimento noutras áreas, sustentaram 47% dos inquiridos, com 27% a discordar. Dois anos após a invasão russa da Ucrânia, apenas 11% salientou que Portugal não deve continuar a apoiar Kiev.

A sondagem da SEDES, publicada na rádio ‘TSF’, traçou um retrato único sobre as preocupações reais dos portugueses em diversas áreas: na saúde, os portugueses não confiam mais na privada do que na pública (33 e 26%, respetivamente), sendo que quase metade (49%) são contra o fim dos contratos com gestão privada.

Se o tema é economia, 91% dos inquiridos acreditam que existe uma fuga generalizada ao pagamento de impostos por parte dos cidadãos: já 87% admitiu fuga ao Fisco pelas empresas. Os níveis de corrupção no país também preocupam: não só são elevados (75%) mas continuam a subir, defenderam 62% dos inquiridos. Já 78% consideraram que as suas condições de vida se mantiveram ou pioraram nos últimos cinco anos.

As eleições legislativas de 10 de março deverão ser bastante participadas, segundo apontou a sondagem: 97% dos inquiridos garantiu que pretende ir voltar. Entre os que não pretendem votar, os motivos apontados são a falta de confiança em políticos e ou partidos e não se rever nos atuais líderes partidários.

Sobre os interesses dos partidos políticos, 71% acreditam que estes servem com maior interesse os seus próprios dos que os dos cidadãos (23%). No entanto, o próximo Governo deve ter como prioridade resolver os problemas do SNS (51%), 40% preferem colocar o país a produzir mais e 37% a criar empregos bem remunerados. Fonte: Sapo 

escolas do 1.º ciclo: "Pancake Day Race" - uma corrida divertida!




Entre os dias 15 a 21 de fevereiro realizou-se, nas escolas do 1.º ciclo do nosso agrupamento, uma corrida de panquecas. 

A atividade, inserida no âmbito da promoção da competência intercultural, foi organizada pelas professoras de Inglês do 1.º ciclo e contou com a participação dos alunos das respetivas escolas. 

Após a abordagem em sala de aula, foi dada a conhecer a tradicional Pancake Race que ocorre no Dia da Panqueca (Shrove Tuesday), ou seja, no último dia antes do período da Quaresma. A competição consiste em percorrer uma pequena distância com uma frigideira na mão, virando a panqueca várias vezes sem a deixar cair. 

Assim se fez cumprir uma tradição britânica bastante antiga, associada à diversão e boa disposição e com um caráter pedagógico, estimulando a coordenação motora, a concentração e o alargamento dos conteúdos culturais. Para os alunos, a experiência foi bastante enriquecedora.
                                                                                            cortesia de Rosa Azevedo e Cristina Jesus, docentes de Inglês do 1.º ciclo

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

curiosidade: mesada ensina a lidar com o dinheiro

A partir dos cinco ou seis anos, as crianças podem receber uma mesada educativa, para aprenderem a gastar e a poupar, evitando dissabores maiores na vida adulta. Pais devem dar responsabilidade e orientar, deixando margem para os mais pequenos desenvolverem competências.

Ensinar para o dinheiro é ensinar para a vida.” Para Cristina Judas, educadora financeira infantil (@cristy.judy), é de pequenino que se deve começar a ganhar competências para lidar com dinheiro. Quanto mais cedo aprendermos, mais fácil será o futuro, independentemente de o salário na vida adulta ser grande ou pequeno.

Os ensinamentos devem começar desde o berço e ter em atenção um conjunto de orientações. Dos zero aos dois anos, explica Cristina Judas, é comum os pais ensinarem as crianças, até de forma intuitiva, a lidar com as emoções. E “lidar com o dinheiro é lidar com as emoções, porque 95% das nossas decisões são emocionais e só 5% são racionais”, sublinha, apontando os estudos de James Heckman, laureado com o prémio Nobel da Economia, sobre Economia Comportamental. É, pois, importante “ensinarmos desde muito cedo as nossas crianças a terem inteligência emocional e a lidarem com as emoções”, pois são as emoções que “geram comportamentos”.

A partir dos dois anos, os pais podem dar uma “mesada simbólica”, sem periodicidade ou valor definida, como o troco do pão, por exemplo, para os mais pequenos terem contacto com o dinheiro. Depois, a partir dos cinco ou seis anos, podem passar para uma “mesada educativa”, com um conjunto de regras que têm de ser acordadas e implementadas: deve ser um compromisso claro, com objetivos e orientação, responsabilidade de compra, definição da periodicidade e do valor.

Como as crianças ainda não têm maturidade para compreender o conceito de tempo, esta mesada educativa deve ter uma periodicidade semanal, recomenda a educadora financeira infantil. O valor pode ser dividido. Uma parte vai para a carteira e destina-se aos gastos diários, como uma bola, cromos ou gelados. Outra parte deve ser poupada, num “cofre do tesouro”, que mais tarde é explorado, e serve para fundos de emergência ou investimentos.

Não basta passar as moedas para as mãos dos mais pequenos, é preciso que os pais façam um acompanhamento. Devem ter um “papel facilitador e de orientador e não de controlo”, evitando aquele tipo de situações, mais ou menos comuns, em que se dá o dinheiro mas a criança só pode gastar no que os pais disserem. “Não pode ser assim. Se não dermos autonomia e capacidade de decisão aos nossos filhos, pura e simplesmente eles são paus mandados” e não aprendem pela tentativa e erro, algo que pode evitar dissabores maiores na vida adulta, defende Cristina Judas.

“A melhor altura para falir é quando somos crianças, porque as consequências são nulas”, diz, a brincar, a educadora. “Se isto acontecer antecipadamente, eles próprios aprendem o que é que fizeram de errado nas suas decisões.” O lidar com o dinheiro, alerta ainda a educadora financeira infantil, não é só poupar. Também é preciso ensinar a gastar. “Se não aprenderem a gastar, não vai ser através da poupança que eles vão conseguir aprender a gerir o dinheiro. Se só estimularmos para as crianças pouparem, o que vai acontecer, na maior parte das vezes, é o efeito contrário. Quando abrirem o cofre, vão querer gastar, porque não lhes foi incutido qual era o objetivo.”

O valor a atribuir a esta mesada educativa depende de cada orçamento familiar, pois não é o valor em si que é o mais relevante, é o processo. Mas, atenção, a partir do momento em que se combina com uma criança que se vai dar uma mesada, os pais têm de contar com essa despesa fixa e não podem falhar. Chegar ao dia de pagar e não dar “cria uma falha de confiança”.

Responsabilidade de compra

Quando se dá a mesada, devem atribuir-se “responsabilidades de compra”, assinala Cristina Judas. “Por exemplo, dá-se uma mesada repartida quatro vezes ao mês e o filho é responsável por comprar o bolo ao fim de semana, os cromos, um lápis, ou seja, desejos e não necessidades”, pois estas últimas devem ser supridas pelos pais. Assim, perceberão sozinhos que o dinheiro não chega para tudo e que têm de fazer escolhas, aprendendo com a sua própria experiência.

Um erro comum dos pais, indica a especialista, é a criança “pressionar” para comprar o que quer, mesmo que o dinheiro que tem não chegue, e os pais darem o valor em falta, para não a verem sofrer ou frustrar. “Mas isto faz com que o sentimento de conquista e realização seja diferente e não se dá o mesmo valor. Eles têm mesmo de lidar com a frustração.” Gera polémica, mas outra questão que a especialista, fundadora da Hey!Money®, advoga, é que “o dinheiro da mesada não deve ser associado a tarefas domésticas, a notas de escola ou a leituras de livros”. Isto dá aos filhos a oportunidade de recusarem realizar determinadas tarefas, metendo-se o dinheiro “ao barulho” para resolver questões comportamentais. Devem perceber que “na vida em sociedade, na relação familiar, na boa convivência, existem muitas tarefas que temos de fazer” sem esperar receber retribuição financeira.

A exposição ao supermercado, onde o apelo ao consumo é massivo, pode ser uma oportunidade de ensinar as crianças a “adquirir produtos com objetivo específico e adequado à nossa carteira”, exemplifica a jurista da DECO, sublinhando que, se os mais pequenos forem educados pelos bons exemplos, ficam “munidos de armas” para o futuro.

O hábito de dar mesada não está enraizado na população portuguesa. Segundo um inquérito da associação em 2022, “apenas cerca de 35% dos jovens disseram receber semanada ou mesada”, o que mostra que não há hábitos de gestão e que esta ferramenta, que pode ajudar as crianças e jovens a tomarem decisões relativas ao dinheiro, é pouco usada.

Segundo Carla Dourado, “um jovem que é confrontado com o primeiro salário, não sabe que tem que alocar, por exemplo, 10% do que ganha para uma poupança ou pagamento de IRS, ou reservar parte para pagamento de despesas fixas e só o restante para despesas variáveis”. Para muitos, acaba por ser “chapa ganha, chapa gasta”, destaca a jurista, revelando que à associação chegam muitos casos de adultos que se deixaram “armadilhar pelo consumo e pelo crédito”, enredando-se numa “teia” da qual não conseguem sair. Estas situações são “muito fruto da falta de literacia financeira”, pelo que a DECO defende que a matéria deve fazer parte do programa escolar, ajudando a romper com círculos viciosos. Fonte:  DN