"Estamos a falar de crianças com dez, doze meses em que os pais só conseguem dar a refeição à criança se tiver o telemóvel à frente", depoimento de uma educadora de infância à Grande Reportagem "Agarrados ao Ecrã", transmitida no Jornal da Noite [anteontem].
“Já encontrei crianças a trazer o telemóvel para a escola porque os pais, o que verbalizam, é que não lhes conseguem tirar o telemóvel e ‘Então, a Beta que lho tire!’
Estamos a falar de crianças com dez meses, doze meses em que os pais só conseguem dar a refeição à criança se tiver o telemóvel à frente; deixá-los estar ao telemóvel ali sentadinhos no sofá até eles adormecerem. E até situações em que a criança está a dormir, acorda durante a noite e já ali está o telemóvel ao lado para quando ela acordar não fazer barulho e pegar no telemóvel e estar entretido. Isto acontece, é uma realidade.”
Os telemóveis são, hoje em dia, quase um prolongamento do corpo. As novas gerações nascem e crescem cercadas por ecrãs, e soam constantes alarmes sobre os riscos desta exposição.
O tempo que as crianças dedicam aos dispositivos digitais contraria, de forma clara, as recomendações da Organização Mundial da Saúde, e os conteúdos aos quais os mais novos estão expostos são muitas vezes desadequados para o seu nível de desenvolvimento.
Os problemas relacionados com a linguagem e aprendizagem são cada vez mais comuns. Especialistas alertam para o facto das crianças estarem mais agitadas e terem mais dificuldade em conseguir estar atentas. Aumentaram também os casos de obesidade e ansiedade entre os mais novos.
Várias escolas já proibiram o uso do telemóvel nos intervalos para promover o convívio entre os alunos e a atividade física.
Por outro lado, ouvem-se argumentos sobre os benefícios da utilização da tecnologia, nomeadamente como ferramenta de ensino. Em todo o mundo pediatras, psicólogos e cientistas debruçam-se sobre o tema. Fonte: Expresso
Sem comentários:
Enviar um comentário