Andava no liceu e tinha 16 anos.
Havia guerra em África, como havia palavras proibidas (comunismo, liberdade) e respeitava-se a autoridade do Estado, tal como em casa, de forma incontestável.
Nesse dia, fui para o liceu, mas corriam vozes em surdina que em Lisboa o Marcelo Caetano tinha sido preso... falava-se em revolução, golpe de estado!? Como era possível tocar o intocável? Mas havia uma felicidade desconhecida no ar... ninguém sabia o que se ia seguir!
No fim da primeira aula da manhã, a reitora mandou todos os alunos, digo, todas as alunas direitinhas para casa! E em casa, a televisão tinha sido tomada pelo Movimento das Forças Armadas que dava informações sobre o que estava a acontecer em Lisboa.
Os dias seguintes foram dias de movimentos populares e espontâneos nas ruas, cantando a liberdade...
A partir desse dia, a vida mudou radicalmente para todos os portugueses!
(docente de Filosofia, atualmente aposentada)
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