FENPROF denuncia: “professores trabalham em média mais de 50 horas/semana”
Conclusões de um inquérito realizado pela FENPROF junto de 4.471 professores revela que há professores a trabalhar mais de 50 horas por semana e a ensinar mais de 200 alunos.
A FENPROF (Federação Nacional dos Professores) denunciou esta quinta-feira um agravamento da situação de trabalho excessivo desde 2017, quando as semanas laborais dos professores atingiam as 47 horas. A denuncia parte do inquérito nacional realizado junto de 4.471 professores do 2.º e 3.º CEB e do Ensino Secundário, entre 9 de setembro e 2 de novembro de 2023, cujos resultados foram divulgados esta quinta-feira, 11 de janeiro. Pode ler aqui os resultados completos.
“Em termos médios, pode afirmar-se que os professores desenvolvem hoje um horário semanal de 50 h e 15 m, mais 15 horas do que a duração legalmente fixada, situação tanto mais inaceitável quanto agrava, em cerca de 3,5 horas, a que a FENPROF denunciou no ano de 2016-2017, na sequência dos resultados obtidos estudo idêntico ao presente que então promoveu”.
O horário dos docentes é de 35 horas semanais: 50 horas mais 15 horas do que o previsto na lei.
A FENPROF destaca o trabalho que vai desde cargos pedagógicos a apoio a alunos, tarefas administrativas, reuniões, substituição de colegas que faltam ou coadjuvações em sala de aula. Segundo o inquérito, em média, os professores gastam 15 horas e 45 minutos na “componente não letiva de estabelecimento”.
Segundo o estudo, os docentes com cargos de Direção de Turma e de Coordenação de Departamento e/ou Delegado de Grupo, utilizam para o seu desempenho, em média, mais 2 horas e 40 minutos e 1 hora e 58 minutos, respetivamente, do que as horas que lhes foram para o efeito atribuídas.
O inquérito revela também que 43,2% dos professores ensinam mais de 100 alunos, 38% têm entre 100 a 200 e os demais 5,3% têm mais de duas centenas.
Só metade dos professores tem atribuídas menos de cinco turmas, número que a FENPROF define como limite máximo. Um em cada cinco professores, ou seja, 19,5%, tem sete ou mais turmas e 4,2% tem 11 ou mais.
A Federação Nacional dos Professores volta a propor medidas que visam garantir as 35 horas semanais, a começar por “uma distinção séria e clara entre componentes letiva e não letiva do horário dos professores”. A garantia de que os professores não fiquem com mais de 100 alunos, cinco turmas e duas disciplinas, níveis ou áreas curriculares é outra exigência. Fonte: Sapo
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