A investigação,
publicada na revista científica BMJ Oncology, indica que o teste pode
identificar muitas diferenças específicas entre sexos no que respeita ao
cancro, incluindo variações da doença em homens e mulheres, em termos de idade
para o aparecimento, tipos de cancro e alterações genéticas.
Em todo o mundo, o
cancro é responsável por uma em cada seis mortes, sendo que 60% deste óbitos
deve-se a tipos de cancro que não têm testes de rastreio disponíveis.
Os testes existentes
têm algumas desvantagens, sendo muitas vezes invasivos, caros e com baixos
níveis de precisão nas fases iniciais do cancro.
Os investigadores
apontam que os testes que usam proteínas do sangue específicas, que são usadas
como marcadores para deteção e monitorização precoce da doença, carecem de
precisão e são poucos sensíveis a alterações.
Assim, no novo
estudo, recolheram-se amostras de plasma sanguíneo de 440 pessoas com diagnóstico
de 18 tipos diferentes de cancro, ainda antes de fazerem tratamento, e de 44
dadores de sangue saudáveis.
Foram medidas 3 mil
proteínas normalmente associadas às vias químicas do cancro em cada amostra.
Seguiram-se depois dois passos: detetar a assinatura biológica de qualquer
cancro, e depois identificar o tecido de origem e o subtipo de cancro.
Através de um
protocolo de eliminação, chegou-se à identificação de um painel de 10 proteínas
específicas de cada sexo, que diferem entre amostras de plasma de pacientes com
cancro e pessoas saudáveis. Estas variações na ‘assinatura’ das proteínas entre
homens e mulheres sugerem, segundo os cientistas, que são específicas de cada
sexo para todos os tipos de cancro.
Estas assinaturas de
proteínas estavam presentes em níveis muito baixos, pelo que se destaca na
publicação a importância de deteção precoce, antes de um tumor crescer a
causar impactos na saúde.
Admitindo que o estudo usou uma amostra relativamente pequena, os cientistas consideram que a nova geração de teste baseado em proteínas do plasma tem uma alta sensibilidade na deteção de uma variedade de tumores em fase inicial de aparecimento, em pacientes ainda sem sintomas. Fonte: Sapo
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