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sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

cultura: obra fotográfica da "notável" Maria Lamas exposta pela primeira vez em Portugal

A Gulbenkian expõe a partir de sexta-feira e pela primeira vez em Portugal as fotografias de Maria Lamas, a "mais notável" mulher portuguesa, que, sem ser fotógrafa, conseguiu produzir verdadeiras "obras-primas", segundo o curador, Jorge Calado.

"As mulheres de Maria Lamas" é a exposição que vai estar patente no átrio da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, entre 26 de janeiro e 28 de maio.

Trata-se de uma exposição inédita, composta por 67 fotografias selecionadas pelo curador e colecionador, a partir da obra "As mulheres do meu país", que apresenta retratos de mulheres do campo, da serra, da orla costeira e do mar, nas docas, nas minas e nas fábricas, mas também professoras, enfermeiras, empregadas dos Correios, domésticas, serviçais, mães solteiras, prostitutas, entre outras.

Maria Lamas é considerada por Jorge Calado "a mais notável mulher portuguesa do século XX", uma lutadora pelos direitos humanos e cívicos durante a ditadura do Estado Novo, que "sempre foi uma mulher de esquerda".

"Conhecida como escritora e jornalista, não lhe chamo ativista, feminista, nem sufragista, porque sei que ela detestaria. Lutou para libertar as mulheres, não como mulheres, mas como cidadãs e seres humanos. Não são direitos das mulheres, mas de todos os seres humanos", afirmou o curador, durante uma visita à imprensa.

Esta é a primeira vez que se expõe a fotografia de Maria Lamas em Portugal e é a sua primeira exposição individual, afirmou o curador, explicando que em 2009 já tinha apresentado em Paris oito fotografias de Maria Lamas, no âmbito de uma mostra dedicada a mulheres fotógrafas de todo o mundo.

"Ansiava fazer uma exposição mais desenvolvida. Tive de esperar 15 anos", afirmou o curador que, em 2016, também apresentou nove fotos de Maria Lamas numa grande mostra de fotografia mundial no Dubai. O fascínio pelo trabalho da escritora vem de muito cedo, quando, aos 12 anos, Jorge Calado viu pela primeira vez "As mulheres do meu país", livro a que voltaria no século XXI, para constatar que a escritora é também a autora da maioria das fotografias que o compõem, cerca de 150. (Saiba mais em Sapo)

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