Há 164 planetas que apresentam sinais “promissores” que podem indicar a presença de vida orgânica, garantiram os astrónomos da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos: a lista é apenas um átomo no oceano de planetas da Via Láctea, mas será fundamental para a missão do Observatório do Mundo Habitável (HWO), o novo telescópio espacial da NASA concebido especificamente para encontrar provas inequívocas da existência de organismos noutros mundos.
O estudo foi liderado pelo estudante de doutoramento da Universidade da Califórnia em Berkeley, Caleb Harada, que se debruçou sobre uma lista de planetas potenciais selecionados pela NASA – de acordo com os autores do estudo, estes apresentam condições ótimas de observação graças à separação angular e à relação de contraste planeta-estrela.
No entanto, a
metodologia deste estudo não considerou apenas a sua proximidade e luminosidade
das estrelas, mas também um conjunto de características que influenciam a
habitabilidade dos exoplanetas.
Os astrónomos
recolheram mais de 1.700 medições individuais feitas por vários observatórios
sobre a abundância de 14 elementos químicos, mais de 900 medições fotométricas,
estimativas de taxa de explosão solar para 44 estrelas, métricas de
variabilidade de luz de 78 estrelas e deteções de raios-X para 41 estrelas. Por
exemplo, a instabilidade ou atividade excessiva de erupções de plasma (ou
raios-X) da estrela indicam que é muito difícil haver vida em qualquer planeta
desse sistema, o que o descartava para a missão, garantiu o jornal espanhol ‘El
Confidencial’.
Apesar da riqueza
destes dados, a equipa de investigação reconheceu que existem limitações na
recolha de dados – os autores destacaram que é fundamental realizar novas e
completas medições da abundância de elementos essenciais à vida, assim como
estudos de estabilidade em sistemas com planetas previamente detetados, ou com
alta probabilidade de serem sistemas multiplanetários compactos como o sistema
solar.
“Este trabalho é o
primeiro de uma série de artigos científicos pioneiros que vão surgir no âmbito
do programa ‘Decadal Astrophysics Survey’ da NASA”, relataram os astrónomos,
cujo estudo será fundamental para as avaliações da missão HWO.
O que é a missão HWO?
O HWO é semelhante ao telescópio Hubble, mas, graças a um espelho de seis
metros de diâmetro e um ‘guarda-sol’, será capaz de observar planetas
diretamente nos comprimentos de onda ótico, infravermelho e ultravioleta. Ou
seja, graças ao escudo solar para obscurecer a luz das estrelas, o HWO será
capaz de fotografar os corpos celeste e capturar sinais de vida orgânica
através da análise espectrográfica da luz.
A missão principal do HWO vai arrancar com 25 exoplanetas diferentes nas zonas habitáveis das suas estrelas: a procura por assinaturas biológicas vai desde a composição da atmosfera até à análise das estações na superfície de um planeta. O catálogo de 164 exoplanetas não só guiará o HWO na direção de mundos que oferecem melhores oportunidades para descobrir sinais de vida, mas também servirá como um recurso vital para a comunidade científica global para responder a uma das perguntas mais presentes da história da humanidade: ‘estamos sozinhos no universo?’ Fonte: Sapo
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