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quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

escola sede: encerramento do 1.º período no TEATRO

No último dia do 1º período, alunos, professores e famílias dos alunos do 11.ºD foram ao Teatro. Pedi aos encarregados de educação que fizessem um artigo para o Crescer. Aqui vai ele.

Nuno Marinho, docente de Artes Visuais

"Um Sonho" no Teatro São João


No passado dia 15.12.2023 a Escola foi ao teatro, mais precisamente, a turma 11.º D juntamente com os pais e as professoras Ana Paula Coelho, Luísa Ferreira e Paula Abrantes. A iniciativa foi do diretor de turma, professor Nuno Marinho que, com satisfação, foi surpreendido pela resposta positiva ao apelo feito.


A peça: Um Sonho, de August Strindberg (dramaturgo sueco), encenada por Bruno Bravo.

O teatro: Teatro Nacional São João.


Ir ao teatro é ir ao encontro dos atores. Encará-los cara a cara e ouvir ao vivo o que têm para nos dizer, sem o filtro da tela do cinema que, muitas vezes, esconde que a cena que estamos a ver saiu direita apenas no take 23, por exemplo.


No teatro não; tudo acontece à nossa frente e não há repetição; o erro, se acontecer, é corrigido no momento, a fala tem de sair certa, o gesto, o movimento em palco e o próximo cenário têm de entrar no momento exato. A fluidez da ação anda de mão em mão com o texto que os atores decoram e que reproduzem non-stop até ao fim da representação.


Ser ator de teatro é fazer-nos acreditar que ali, à nossa frente, está uma princesa, um poeta, um operário, um polícia, o que for. A personagem só desaparece no preciso instante da descida da cortina e durante a ovação do público e o agradecimento dos intérpretes.


Sobre o enredo, trama ou argumento, deixo para os alunos a tarefa de descobrir afinal de qual personagem era o sonho.


Prefiro abordar uma das cenas finais, onde vemos três faculdades (Filosofia, Biologia e Direito) em audiência com um Reitor num confronto de argumentos sobre qual delas seria a verdadeira fonte de conhecimento.


Interessante aquele debate porque levanta várias questões de importância extrema para quem está a crescer, a aprender conceitos, a tomar decisões e a lutar por ideais, i.e., os alunos.


Como foi possível ver, cada faculdade atribuía a si a verdadeira fonte de conhecimento. Cada uma achava que o que emanava das suas teses é que devia ser entendido como o correto e como sendo a verdade das coisas.


Pois bem, devemos sempre tentar tomar uma posição e, para isso, é nossa responsabilidade beber o máximo de informação possível para formar uma opinião com propriedade. Se acreditamos nela, devemos defendê-la com unhas e dentes, garantindo que o momento não passe sem que sejamos ouvidos.


De todo modo, como dizia o filósofo inglês Bertrand Russell, nunca devemos morrer por uma ideia porque podemos estar errados!


Por outras palavras, o que achamos estar certo para nós pode estar errado para os outros. O mundo não corre só para um lado; há formas de estar diferentes das nossas, pensamentos contrários aos nossos, ideais com os quais não concordamos e é nesta amálgama de diversas visões que temos de encontrar aquela que sirva tanto para nós como também para os demais.


Tal como Martin Luther King tinha um sonho e tal como John Lennon imaginava um certo mundo, também cada um de nós pode contribuir com as suas ideias e sonhos para termos um mundo cada vez melhor!


Não se esqueçam das palavras de Manuel Freire, na canção Pedra Filosofal:


Eles não sabem nem sonham

Que o sonho comanda a vida

E sempre que o homem sonha

O mundo pula e avança

Como bola colorida

Entre as mãos de uma criança                                                                


texto de Arnaldo Martins, encarregado de educação do José Diogo Martins (11.º D)

cortesia de envio de Nuno Marinho, docente de Artes Visuais

2 comentários:

lufraga disse...

Foi uma noite especial e o Sonho é entendermo-nos todos.
A repetir esra experiência.

mcastro disse...

Pais, alunos e professores a partilharem um momento cultural e a mostrarem que escola e família são um prolongamento e não 2 comunidades estanques. Experiência a repetir, sem dúvida!