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terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Marcelo: "Professores são fundamentais e queixam-se muitas vezes com razão"

S.TO.P. convocou uma greve por tempo indeterminado, desde 09 de dezembro, em protesto contra as propostas de alteração aos concursos e para exigir respostas a problemas antigos.

Cerca de 40 professores estiveram concentrados junto à Escola Básica e Secundária de Ourém, onde o Presidente da República deu esta segunda-feira uma aula debate, ao segundo dia de uma greve por tempo indeterminado.
À entrada da escola, o Presidente da República mostrou-se compreensivo para com as reivindicações dos professores. "Professores têm muito mérito pelo que fazem todos os dias. Os professores são do mais importante que nós temos, conjuntamente com os profissionais de saúde, em termos de função pública. Eles são fundamentais e queixam-se muitas vezes com razão. Como professor acompanho [essas reivindicações] desde sempre", afirmou o chefe de Estado.
No local, onde pelas 10:30 estavam cerca de quatro dezenas de docentes, tarjas exibiam frases como "Dignificar a profissão docente" e "Professores a lutar também estão a ensinar".
Os docentes trazem ao peito um laço de cor preta com a inscrição "Estou em protesto".
À Lusa, o professor João Filipe Oliveira explicou que o que move os docentes é o desejo de "tratamento profissional justo, dignificação da profissão e garantias de qualidade do ensino".
"Há muitos assuntos que têm sido sistematicamente recusados pela tutela e que são de uma emergência, como a recuperação do tempo de serviço, a avaliação sem quotas ou a entrada dos professores contratados", declarou.
Outra professora lamentou o "desrespeito pela escola pública com tudo o que isso acarreta, como professores desmotivados".
Com 63 anos e 43 de profissão, esta docente considera existir um "desinvestimento constante na educação dos jovens, aos quais a escola cada vez menos atrai".
O Sindicato de Todos os Professores (S.TO.P.) convocou uma greve por tempo indeterminado, desde 09 de dezembro, em protesto contra as propostas de alteração aos concursos e para exigir respostas a problemas antigos.
Em comunicado, o sindicato, que representa cerca de 1.300 docentes, refere que a "forma de luta inédita" resulta de uma sondagem realizada no blogue ArLindo, em que 1.720 pessoas apoiaram a realização de uma greve por tempo indeterminado.
Entre as principais reivindicações, o S.TO.P. aponta "questões fundamentais do passado não resolvidas", defendendo, desde logo, a contabilização de todo o tempo de serviço, o fim das vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões e a possibilidade de aposentação sem penalização após 36 anos de serviço.
Critica também as alterações recentes ao regime de mobilidade por doença, as ultrapassagens na progressão da carreira docente e reivindica soluções para os professores em monodocência e uma avaliação sem quotas.
A greve é igualmente uma resposta às propostas do Ministério da Educação para a revisão do regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente, que está a ser negociada entre a tutela e os sindicatos do setor. @ DN

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