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segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

um texto por dia: "como imaginas a terra em 2122?" (10)

O CRESCER apresenta mais um texto do 10ºA, dos onze publicados no jornal PÚBLICO. Falta apenas um. Um por dia...

Um planeta que nos acolha

Estou no ano de 2122, já tenho 115 anos, mas estou muito bem graças à nossa tecnologia bastante desenvolvida, que conseguiu criar um medicamento capaz de prolongar o nosso tempo de vida.

Acordei bastante cedo hoje, usei o meu comando para abrir a janela e comecei a pensar em como tudo está diferente. Agora, não se pode andar livremente pelo nosso planeta, já que as temperaturas são demasiado altas para o corpo humano, chegando até aos 80 graus. Devíamos ter levado o aquecimento global muito mais a sério; agora temos caminhos específicos, onde podemos andar. O ar está bastante diferente, para além da temperatura, agora existem muitos mais gases no ar, o que torna a respiração muito difícil, no exterior.

As temperaturas levaram à morte de imensas espécies, já não vemos as árvores que estávamos habituados, não há pinheiros, oliveiras ou sobreiros, mas sim novas espécies bastante diferentes, com novas formas, cores e feitios e já preparadas para estas novas condições climáticas.

Está na hora de sair de casa, tomei o meu pequeno-almoço, a minha barra com proteínas e saí para o trabalho, usando os novos transportes (uma espécie de autocarro com condutor automático e que qualquer pessoa pode utilizar para se deslocar). Estes transportes passaram a ser utilizados por todo mundo, já que são bastante práticos, rápidos e não têm qualquer custo. Cheguei agora ao meu laboratório, neste momento estamos à procura de um novo planeta para onde tentaremos mudar alguma da nossa população e analisar a sua adaptabilidade, já que a Terra já não tem as melhores condições para a nossa sobrevivência.

desenho de Andreia Gomes, aluna de 12º ano, Ermesinde

Ultimamente, a comunidade tem-se manifestado frequentemente sobre as condições de vida, as pessoas estão cansadas e fartas de viver num ambiente sem liberdade. Nós, os investigadores, estamos a dar o nosso melhor para encontrar um planeta habitável e conseguirmos transportar-nos para lá. Esta é uma tarefa muito difícil, pois precisamos de encontrar um planeta com as condições perfeitas para nós e ainda esperar que as pessoas se consigam habituar e adaptar a este planeta, protegendo-o e cuidando dele. Não podemos correr o risco de cairmos outra vez no mesmo erro e deixar que os humanos destruam novamente um planeta!

Estava na hora de sair, entrei no autocarro e fiquei a olhar para as pessoas e a pensar que tínhamos de conseguir encontrar um planeta. As pessoas já não são tão felizes como eram e sentem-se presas a um lugar. Olhei pelo vidro e reparei que as pessoas que passavam eram completamente diferentes, as crianças não tinham a mesma educação e não corriam livremente pela rua, algo que me deixou profundamente triste.

Cheguei a casa, tirei a roupa, vesti o meu pijama e fui-me deitar, fiquei a pensar na liberdade que tínhamos antigamente, quando podíamos andar por onde quiséssemos, quando quiséssemos, tudo era tão bom e nós não tínhamos ideia disso.

Enfim, tudo irá ter de melhorar, só espero que consigamos viver felizes novamente, como vivíamos há 100 anos.

                                                                                                                               Salvador Almeida, 10º A

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