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terça-feira, 9 de novembro de 2021

"O tempo de ecrã de crianças até aos seis anos devia ser nenhum."

O CRESCER chama a atenção para uma entrevista de Bárbara Wong, no PÚBLICO, Michel Desmurget. 


Michel Desmurget é um pesquisador francês especializado em neurociência cognitiva. Ele viveu nos Estados Unidos por quase oito anos, trabalhando em várias universidades americanas, incluindo o MIT, a Universidade Emory e a Universidade da Califórnia em São Francisco. Em 2011, foi nomeado diretor de pesquisa do INSERM (Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica – França). Também é autor de TV lobotomie: La vérité scientifique sur les effets de la télévision (2011), que denuncia os efeitos nocivos da televisão sobre a saúde e o desenvolvimento cognitivo, especialmente em crianças. Ele também estudou os efeitos de várias dietas de emagrecimento no corpo e conta a sua experiência em L'Anti-régime, maigrir pour de bom (2018). A fábrica do cretino digital foi descrito pela rádio France Inter como um "livro de saúde pública", e recebeu o Prémio Femina de Ensaio em 2019. 

Nesta entrevista, de Barbara Wong, ele diz: "O tempo de ecrã de crianças até aos seis anos devia ser nenhum. Zero.” Do outro lado do ecrã — a entrevista com o PÚBLICO é feita por Skype —, Michel Desmurget zanga-se, o seu corpo eriça-se, os braços abrem-se e da sua boca sai frequentemente a palavra “bullshit” para mostrar como a indústria engana os consumidores, como engana a comunicação social, que é capaz de fazer parangonas com títulos que dizem que os videojogos são bons para o desenvolvimento das crianças. “It’s bullshit! Pardon my french”, diz o francês.

O ser humano está a regredir em termos cognitivos e de capacidades intelectuais, alerta o neurocientista francês no livro A Fábrica de Cretinos Digitais. Segundo ele as causas desta situação são claramente identificadas: “Diminuição da qualidade e quantidade das interações familiares, diminuição do tempo despendido em outras atividades enriquecedoras (trabalhos de casa, música, arte, leitura, etc.), interrupção do sono, superestimulação da atenção, subestimulação intelectual e um estilo de vida excessivamente sedentário ”.

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