té ao final do ano, poderão reformar-se mais de 4.900 docentes, o número mais elevado do milénio”, de acordo com dados da Fenprof citados pelo ‘Diário de Notícias’: em agosto, é esperada a saúda de 300 professores, o que atira o total, desde janeiro, para cerca de 2.300 aposentações.
Se se levar em linha
de conta os anos civis, 2024 já tem mais saídas do que qualquer outro ano desde
2014, com exceção de 2022 (2.400) e 2023 (3.520).
No ensino público, a
percentagem de docentes com 50 ou mais anos ultrapassa os 55%, exceto no 1º
ciclo do Ensino Básico (42,1%) – a faixa abaixo dos 30 anos é residual. “Esta
realidade mostra que não tem ocorrido um rejuvenescimento na profissão docente e
que um número significativo de docentes atingirá a idade da reforma nos
próximos seis ou sete anos”, indica o Estudo de Diagnóstico de Necessidades
Docentes de 2021 a 2030, que indicou a necessidade de recrutamento de docentes
nos próximos anos, à razão de 3.450 por ano até 2030.
No entanto, alerta a
Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), “o número de
diplomados e mestrados em formação de docentes é claramente insuficiente para
satisfazer as necessidades de recrutamento de novos docentes previstas até 2030
para a grande maioria dos grupos de recrutamento”.
Segundo Filinto Lima,
presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas
Públicas (ANDAEP), o saldo negativo entre os que saem do sistema e os jovens
que entram é o problema. “Estão a aposentar-se mensalmente centenas de
professores e não há jovens a entrar no sistema capazes de colmatar estas
aposentações”, o que deixa o saldo “negativo”.
De acordo com o
responsável, as 15 medidas anunciadas pelo Ministério da Educação são boas,
lembrando no entanto que se tratam de medidas de curto prazo. “A longo prazo é
preciso valorizar a carreira docente. Já se deu um passo importante, com a
recuperação do tempo de serviço, mas é preciso fazer mais. Devem apoiar-se os
professores na estadia e deslocação, pois muitos estão a muitas dezenas de
quilómetros de casa. Isso faria mais jovens entrarem na universidade em cursos
da Educação e deve-se também diminuir drasticamente a carga burocrática que um
professor carrega às costas. Se pensássemos a longo prazo, teríamos professores
suficientes”, indicou.
“Durante as últimas décadas não houve a atenção suficiente dos nossos políticos para com uma classe que devia ser muito bem tratada. Até houve quem dissesse que havia professores a mais. Fizeram muito mal as contas. Estamos a tentar reparar a falta de visão que os sucessivos Governos tiveram ao longo dos últimos anos em relação à escassez de professores e espero que este problema não se transforme numa pandemia. Era muito grave se assim fosse”, referiu. Fonte: Sapo
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