As alterações, contempladas no Programa do Governo e que deverão ser anunciadas até ao final de julho, preveem a substituição das atuais provas de aferição por provas de aferição universais e obrigatórias a Português, Matemática e uma disciplina rotativa a cada três anos nos 4.º e 6.º anos.
O Governo vai rever a avaliação externa nos 1.º e 2.º ciclos na expectativa de melhorar o diagnóstico das aprendizagens, revelou o secretário de Estado Adjunto e da Educação, que vê nos rankings pistas para os problemas das escolas.
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"Vamos fazer alterações
na avaliação externa, nomeadamente no ensino básico, e acreditamos que com
essas melhorias na avaliação externa, os rankings, por associação, também se
tornarão mais úteis", disse Alexandre Homem Cristo em entrevista à agência
Lusa, a propósito da divulgação dos 'rankings' das escolas.
As alterações,
contempladas no Programa do Governo e que deverão ser anunciadas até ao final
de julho, incidem sobre os 1.º e 2.º ciclos e preveem a substituição
das atuais provas de aferição por provas de aferição universais e obrigatórias
a Português, Matemática e uma disciplina rotativa a cada três
anos nos 4.º e 6.º anos.
"Vamos
trabalhar ao máximo, dentro das limitações que existem na natureza das provas,
para que a comparabilidade seja, tanto quanto possível, mais robusta para que
as orientações que depois possamos ter a partir dos resultados sejam também
mais precisas e mais acutilantes para percebermos onde é que temos problemas e
podemos intervir", antecipou.
Os rankings das escolas
A propósito dos rankings das escolas, divulgados esta sexta-feira, Alexandre
Homem Cristo não desvalorizou as listagens e, admitindo que têm
limitações, considerou que "um mecanismo de transparência de divulgação
dos resultados deve ser sempre visto como uma mais-valia".
No entender do secretário de
Estado, os rankings têm o potencial de revelar "pistas para
perguntas" sobre como melhorar as aprendizagens e o trabalho das escolas e
os dados de contexto permitem melhorar essa avaliação e "comparar o que é
comparável".
Além do indicador de
equidade, introduzido pelo anterior executivo e que acompanha os alunos
carenciados ao longo de cada ciclo olhando para quantos conseguiram conclui-lo
no tempo esperado, este ano o Ministério da Educação, Ciência e Inovação
divulgou também dados sobre alunos estrangeiros e sobre as escolas
inseridas em territórios educativos de intervenção prioritária (TEIP).
"Todos
esses indicadores são importantes, não só para diagnosticar problemas mas
também para não cairmos em falsos diagnósticos de problemas", sublinhou o
governante.
Alexandre Homem Cristo alertou
também para a necessidade de "saber ler" os 'rankings' e questionado
sobre a pertinência de comparar, por exemplo, os resultados dos exames
nacionais do ensino secundário de ano para ano, quando as provas são sempre
diferentes, explicou que o objetivo é sempre manter um nível de dificuldade
semelhante, mas "a comparabilidade tem limitações".
"Vemos
que quando as médias dos alunos oscilam um valor, para cima ou para baixo, há
sempre a ideia de que os alunos poderão ter melhorado ou piorado na proporção
daquele valor, o que é uma ideia enganadora porque, lá está, as avaliações nem
sempre são comparáveis", justificou.
Ainda assim, insiste na utilidade destas listagens e sublinha a vantagem de desafiar "toda a sociedade civil a fazer as análises que considera mais pertinentes. Com essa riqueza de análises é que nós tiramos os diagnósticos", concluiu. Fonte: Sapo
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