"Tudo isto seria diferente se tivesse sido feito com tempo", afirmou o ministro da Educação, Ciência e Inovação, acrescentando que no próximo ano "os erros não se vão repetir.
O ministro da
Educação, Ciência e Inovação responsabilizou esta quarta-feira o anterior
Governo pelos atrasos na preparação do ano letivo, referindo-se aos
constrangimentos no Portal das Matrículas e aos atrasos nas colocações dos
docentes.
"Tudo isto seria diferente se tivesse sido feito com
tempo", sublinhou Fernando Alexandre, em audição regimental na Assembleia
da República, assegurando que no próximo ano "os erros não se vão
repetir". A ser ouvido pela
comissão parlamentar de Educação e Ciência, o ministro respondia à deputada
socialista Isabel Ferreira, que alertou para a "organização tardia do ano
letivo", uma vez que, à data, não é ainda conhecido o calendário escolar do próximo ano, a lista de colocação de professores e o novo plano
de recuperação das aprendizagens.
A propósito da colocação de professores, Fernando Alexandre reafirmou que
as listas serão conhecidas esta semana, mas considerou que o atraso se deve ao
facto de os concursos terem ocorrido apenas em abril.
"É o resultado da impreparação do ano letivo pelo anterior Governo. O
próximo será preparado com muito mais antecedência", assegurou, defendendo
que "não há razão nenhuma para que o concurso de professores tenha sido
feito tão tardiamente".
Por outro lado, quanto aos constrangimentos registados no Portal das
Matrículas, que já levaram, por duas vezes, ao alargamento do prazo para a
inscrição dos alunos dos 6.º, 7.º, 8.º, 9.º e 11.º anos, o ministro explicou
que este ano foi estreada uma nova plataforma, testada apenas em abril.
"Acabaram com uma plataforma que funcionava mal para criar uma nova.
Quando chegámos começou a ser feita a plataforma", referiu.
Mais de duas semanas após a abertura do prazo para as matriculas, vários
pais continuam sem conseguir inscrever os filhos, uma situação que Fernando
Alexandre reconhece ser desagradável, sublinhando que "afeta a vida de
centenas de milhares de pessoas".
"Já pedi desculpa, porque acho lamentável que as famílias percam tanto
tempo para fazer uma coisa que deveria ser um clique. (...) Isto é um falhanço
do processo de digitalização, mas que nós pretendemos corrigir", referiu.
Defendendo que aquelas questões devem ser tratadas "não de forma
populista, mas com responsabilidade", Fernando Alexandre considerou que,
acima de tudo, "é o Estado a falhar".
A propósito do calendário escolar, o ministro adiantou que "já foi
para publicação" e o próximo ano letivo deverá arrancar a partir de 12 de
setembro. Fonte: DN
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