As provas e exames
nacionais vão passar a ser corrigidos em formato digital e, no ensino
secundário, cada professor corretor passará a avaliar apenas um item e não a
totalidade das provas, para garantir maior justiça nas avaliações.
“Não
alterámos as regras dos exames nacionais porque não achámos que fosse justo
estar a introduzir uma nova disrupção”, anunciou o ministro, garantindo que as
novidades para o secundário terão como objetivo melhorar e tornar mais justa a
avaliação, uma vez que estas provas servem de acesso ao Ensino Superior.
Assim, os
exames nacionais vão continuar a ser feitos em papel, mas depois
serão digitalizados e, em vez de os professores receberem um pacote
de exames para avaliar, irão fazer a “avaliação por itens e não por
provas”, reduzindo a injustiça de um aluno ter um avaliador mais ou menos
exigente, explicou o ministro.
No próximo
ano letivo, estas mudanças na avaliação serão testadas apenas na prova de
Filosofia, sendo alargadas às restantes disciplinas no ano letivo seguinte
(2025/2026), disse o secretário de estado Alexandre Homem Cristo, acrescentando
que de fora deste modelo ficarão sempre disciplinas como Desenho A, uma vez que
a classificação eletrónica não é adequada.
O ministro
explicou que o facto de os professores avaliarem apenas um item permitirá
também “avaliar a avaliação”: “Se houver um avaliador que tenha um padrão de
avaliação muito diferente dos outros isso permite-nos identificar esse
avaliador”.
Alexandre
Fernandes acredita que com este modelo será mais fácil “identificar o
viés” quando ele existe e, no limite, “poderá haver um contacto com o professor
para que corrija o viés”.
A equipa
do ministério sublinha estar apenas a “adotar boas práticas
internacionais” que vão alterar a equidade com que os alunos são
avaliados.
Também no
9.º ano haverá novidades. As provas nacionais de conclusão do ciclo de
Português e Matemática continuam a valer 30% para a classificação final, mas os
enunciados das provas vão deixar de ser divulgados, revelou o secretário de
estado.
A ideia do
ministério é desenhar uma prova com alguns itens repetidos que
permitam comparar provas ao longo dos anos, explicou o secretário de
estado, sublinhando que esta é uma prática comum em vários países e em
avaliações internacionais, como o PISA.
O
secretário de Estado garantiu que o facto de as provas não serem públicas não
impedirá as famílias de pedirem a sua revisão, sendo certo que nunca terão
acesso ao enunciado.
“No ano
passado, apenas 0,15% dos alunos pediram revisão de prova no 9.º ano”, revelou,
acrescentando que os alunos irão continuar a ter “todas as possibilidade de
revisão”.
A prova de Português do 9.º ano será feita em formato digital, mas a de Matemática terá um formato hibrido: Será em digital, à exceção dos exercícios que exigem escrita matemática e que serão feitos em papel. Fonte: Sapo
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