O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, anunciou hoje que vai ser apresentado, nos próximos 15 dias, um plano de recuperação de aprendizagens, para atuar sobre os efeitos “muito negativos” que a pandemia teve na educação.
ao centro, Ministro da Educação, Fernando Alexandre |
“Nós
vamos, em breve, anunciar um programa de recuperação das aprendizagens,
precisamente porque sabemos que esses efeitos [da pandemia] são persistentes.
Por isso, temos que atuar sobre eles e tentar recuperar o máximo das
aprendizagens perdidas”, referiu.
À margem da inauguração da UC Factory Lab, uma unidade da
Universidade de Coimbra que reproduz o ambiente de uma fábrica moderna, o
governante informou que o plano de recuperação de aprendizagens para os ensinos
básico e secundário será dado a conhecer “nos próximos 15 dias”.
De acordo com Fernando Alexandre, os resultados hoje conhecidos
do estudo “As mudanças nas políticas de acesso ao ensino superior durante a
covid-19: Impacto na equidade”, promovido pelo Edulog, o 'think tank' para a
Educação da Fundação Belmiro de Azevedo, demonstram os “efeitos muito
negativos” da pandemia na área da educação.
“Os resultados desse estudo mostram que esses efeitos se estão a
sentir no ensino superior. Ou seja, os alunos que, em particular no ensino
secundário, tiveram perdas de aprendizagem no período da pandemia, estão hoje a
ser mais afetados pelo fenómeno do insucesso escolar”, sustentou.
O estudo hoje divulgado apontou que o número de estudantes no
ensino superior aumentou durante a pandemia de covid-19 fruto das regras
excecionais de acesso, mas foram “mais dos mesmos” e os grupos tradicionalmente
excluídos continuaram de fora.
O mesmo estudo concluiu ainda que a maioria dos estudantes do
ensino profissional não vê mais-valias em tirar cursos superiores e, no ano
letivo 2021/2022, só 22% dos diplomados dessa via de ensino prosseguiu os
estudos.
“A opção de seguir os estudos por uma via que não conduzirá
necessariamente ao ensino superior e que, ao mesmo tempo, capacita os
estudantes para entrarem no mercado de trabalho, é um sinal positivo”,
considerou Fernando Alexandre.
No entender do governante, o facto de cerca de 80% dos alunos do
ensino profissional não acederem ao ensino superior demonstra que “a sua
empregabilidade no final do secundário é mais elevada”.
“Por isso, copo cheio, copo vazio: há aqui uma parte também de copo cheio, que é o facto de uma parte significativa não estar a aceder ao um ensino superior porque o ensino profissional capacita as pessoas para uma boa integração no mercado de trabalho”, concluiu. Fonte: Sapo
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